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Havana. 27 Fevereiro, de 2014

BioCubaFarma procura melhor posicionamento regional
• Em 2013, após um ano de criado, o Grupo da Indústria Biotecnológica e Farmacêutica se tornou o maior exportador de bens da Ilha com vendas acima dos US$ 680 milhões

Lilliam Riera

A indústria biotecnológica e farmacêutica cubana caminha com passos firmes, procurando melhor posicionamento regional, após a criação do BioCubaFarma, facultado para formar empresas mistas com entidades de alta tecnologia no mundo e para abrir usinas de produção na Zona Especial de Desenvolvimento Mariel (ZEDM), ao oeste de Havana.

Não é ocioso lembrar que a ideia se deve à visão do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, e à decisão política do Estado cubano, que uma nação subdesenvolvida e submetida a um bloqueio cruel de mais de 50 anos, por parte das sucessivas administrações dos EUA tenha uma indústria biotecnológica que concorra favoravelmente com a dos países desenvolvidos.

Qualificada pela prestigiosa revista científica britânica Nature como a melhor estabelecida do Terceiro Mundo, a biotecnologia cubana tem produtos únicos de seu tipo no mundo e de grande impacto internacional.

“Contudo, acrescentar a essa indústria a produção de medicamentos genéricos (aqueles que não necessitam de patente para sua fabricação) nos torna muito mais concorrentes”, afirmou ao Granma Internacional o vice-presidente da BioCubaFarma, dr. José Luis Fernández Yero.

Integrado por um órgão superior de direção e 38 empresas produtoras, comercializadoras e de serviços, pertencentes ao prestigioso polo científico do oeste de Havana e ao Grupo Empresarial Quimefa, BioCubaFarma surgiu em 27 de novembro de 2012, mediante o Decreto 307, aprovado pelo Conselho de Ministros.

Fernández Yero explicou que este Grupo tem a missão de se converter em uma organização empresarial de excelência, capaz de produzir importantes volumes de medicamentos, equipamentos e serviços de alta tecnologia, com maior valor agregado, destinados ao melhoramento da saúde do povo cubano e à geração de bens e serviços para a exportação.

MAIS DE MIL PRODUTOS ELABORADOS

Explicou que atualmente são elaborados um total de 1.099 produtos, entre genéricos e biotecnológicos, dos quais 592 conformam o quadro básico de medicamentos em Cuba, que consta de 888 fármacos essenciais.

Também indicou que têm mais de cem produtos biotecnológicos em desenvolvimento, além de equipamentos médicos. O objetivo é favorecer o diagnóstico em tempo, prevenção e tratamento oportuno e cada vez menos invasivo, bem como um controle eficaz das doenças metabólicas (diabete e tensão alta) e as crônicas não transmissíveis, entre elas o câncer, principal causa de morte em dez das 16 províncias da Ilha.

O dr. afirmou que entre os fármacos biológicos produzidos alguns são únicos em nível internacional, como o Heberprot-P, que favorece a cicatrização de úlceras complicadas, provocadas pela diabete nos membros inferiores, reduzindo o risco de amputação.

Este produto recebeu a Medalha de Ouro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), em abril de 2011.

Neste âmbito também mencionou vários anticorpos monoclonais e as vacinas terapêuticas para o tratamento do câncer de pulmão avançado (Racotumomab e Cimavax-Egf), além de equipamentos médicos como a tecnologia SUMA, suporte de oito programas de saúde de máxima prioridade em Cuba.

O grupo trabalha em estreita parceria com o Ministério da Saúde Pública, garantindo que todos os produtos e equipamentos médicos desenvolvidos estejam presentes no sistema de saúde cubano, que é gratuito e abrange toda a população.

Fernández Yero informou que em 2013, a só um ano de criado, as vendas ultrapassaram os US$ 686 milhões, o que tornou BioCubaFarma no primeiro exportador de bens do país.

As vendas abrangeram mais de 50 nações, nomeadamente da América Latina, sendo a Venezuela e o Brasil os principais mercados, embora também fosse exportado para a China, Turquia, Vietnã e outros.

Entre os produtos mais vendidos em 2013 estão o Heberprot-P, líder nas exportações da biotecnologia cubana desde 2009, a Eritropoietina Humana Recombinante (ior Epocim), empregue para combater a anemia em pacientes com insuficiência renal crônica, Aids e câncer, em pacientes submetidos à quimioterapia, bem como a tecnologia SUMA.

Também a vacina pentavalente (Heberpenta), para a imunização ativa de crianças contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae do tipo B; o PPG, utilizado na prevenção e tratamento das doenças de etiologia vascular, possuidor desde 1996 da Medalha de Ouro da OMPI, e os glicômetros e sensores, para a medição e controle da glicose no sangue.

Soube-se que o Grupo tem dez empresas importadoras-exportadoras, das quais uma, FarmaCuba, é responsável pela comercialização dos produtos genéricos e as outras nove dos produtos biotecnológicos e tecnologias médicas.

Fernández Yero afirmou que a soma das vendas realizadas por quatro das comercializadoras (Heber Biotec S.A., FarmaCuba, Cimab S.A. e Tecnosuma S.A.) representou 94% das exportações do ano passado.

 Atualmente, têm três empresas mistas no exterior, além de dezenas de acordos assinados com entidades da Europa, Ásia, África e América Latina para o desenvolvimento conjunto de testes clínicos e comercialização de produtos.

Com o Brasil existe uma ampla e frutífera colaboração Sul-Sul, materializada com a assinatura de três acordos de transferência de tecnologia para a produção, numa indústria montada por especialistas cubanos no Rio de Janeiro, da Eritropoietina Humana Recombinante, o Interferon (indicado para o tratamento da hepatite crônica dos tipos B e C) e outros produtos biotecnológicos em negociação.

POSSIBILIDADES DA ZONA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO MARIEL

Contudo, uma nova etapa na cooperação iniciou-se, após a visita a Havana, em janeiro passado, da presidenta brasileira Dilma Rousseff, que participou da 2ª Cúpula da Celac e inaugurou, junto ao presidente cubano, Raúl Castro, a primeira fase do terminal de contêineres de Mariel, obra que faz parte da ZEDM.

A criação de empresas mistas com usinas colocadas na ZEDM, utilizando tecnologia cubana e capital brasileiro, que favorecerão a produção de fármacos biológicos novos, desenvolvidos nos dois países, para satisfazer as necessidades dos sistemas de saúde de ambos os países e para permitir a exportação conjunta a outros mercados, marca o caminho.

O dr. Yero também salientou a colaboração com a China — onde existem duas das empresas mistas que o Grupo tem no exterior — que agora adquire uma nova dimensão, em uma associação com Cuba, facilitando à nação asiática a realização de empreendimentos na ZEDM e vender seus produtos na América Latina.

Afirmou que a ZEDM oferece a possibilidade de associar-se e realizar empreendimentos em parceria com BioCubaFarma, gigante com grande capacidade de desenvolvimento de novos produtos e pessoal altamente qualificado.

Têm 20.785 trabalhadores contratados, deles 7.002 universitários e 4.700 técnicos de nível médio, 354 doutores em ciências e 1.374 máster em ciências, aos quais se somam cerca de 2 mil especialistas de outras categorias.

A ZEDM também favorecerá o estabelecimento de indústrias que colaborem e constituam suporte para o desenvolvimento de BioCubaFarma, além de que vai gerar postos de trabalho.

Quase terminando nossa entrevista, ao perguntar-lhe sobre as potencialidades do Grupo e sua importância para o desenvolvimento cubano, o dr. Yero expressou que seu grupo trabalha para tornar-se numa empresa líder no país, no âmbito do desenvolvimento científico e motor da economia, que contribua cada vez mais para a elevação da qualidade de vida do povo cubano.

Com isto, sentenciou, estamos tornando realidade as palavras proferidas por Fidel Castro, em 15 de janeiro de 1960, quando disse: “O futuro da nossa pátria tem que ser, necessariamente, um futuro de homens da ciência”.

 

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