Celac repudia
uso ilegal das telecomunicações contra Cuba
A Comunidade dos Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) condenou o
uso ilegal das novas tecnologias da informação e as
comunicações (TICs) contra seus Estados membros, a
propósito do recente caso da rede anticubana
ZunZuneo.
Este programa, dirigido pela Agência
dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (Usaid), pretendia desestabilizar a
ordem interna na Ilha a partir de mensagens em massa
de conteúdo subversivo.
Em seu comunicado, tornado público
em Havana, a Celac considera que o uso das TICs, à
margem das regulamentações internacionais, tem um
impacto negativo nas nações e seus cidadãos.
Também salienta que sua aplicação
deve ser plenamente compatível com os propósitos e
princípios da Carta das Nações Unidas e o Direito
Internacional como a soberania, a não intervenção
nos assuntos internos e normas de convivência entre
os Estados.
O bloco de integração reitera o
compromisso com os esforços para salvaguardar o
ciberespaço e promover unicamente seu uso com fins
pacíficos.
Insiste, além do mais, em que a via
mais eficiente para combater violações como a
ZunZuneo é a cooperação internacional.
O governo da Costa Rica, atual
presidente pro tempore da Celac, pediu explicações
às autoridades norte-americanas acerca do uso ilegal
de seu território para o lançamento desta rede.
CUBA DENUNCIA NA ONU ZUNZUNEO E
OUTRAS AÇÕES SUBVERSIVAS DOS EUA
Cuba denunciou ante a Organização
das Nações Unidas (ONU), em 29 de abril passado, o
programa ZunZuneo e a continuidade das transmissões
ilegais de radio e tevê, como instrumentos da
política dos EUA para desestabilizar a Ilha e
aplicar uma mudança de regime.
O embaixador cubano ante a máxima
instância mundial, Rodolfo Reyes, advertiu no debate
geral do 36º período de sessões do Comitê de
Informação, que Washington não abre mão no seu
empenho de subverter a ordem política, econômica e
social eleita soberanamente pelo povo do país
caribenho, em pleno exercício de sua
autodeterminação.
"Nas últimas semanas soube-se de
somas milionárias dedicadas à desestabilização,
através dum serviço de mensagens para celulares nas
redes sociais, denominado ZunZuneo", assinalou no
fórum.
Reyes precisou que o programa esteve
ativo até 2012, e mediante o mesmo foram reunidos
dados privados de usuários cubanos sem sua
autorização, o que permitiu processar perfis por
sexo, idades, gostos e filiações de diversa índole,
para serem utilizados com fins subversivos.
Meios de imprensa estadunidense
evidenciaram o alcance e magnitude do ZunZuneo,
desenvolvido com financiamento da Usaid.
"Esta e outras operações para a
desestabilização violam leis cubanas e
norte-americanas, como a Can-Spam Act, aprovada pelo
Congresso norte-americano em 2003, que proíbe enviar
mensagens comerciais ou de outro tipo sem que o
destinatário expresse seu consentimento", expressou
o diplomata.
"Por outro lado — acrescentou —
também se viola a Constituição da União
Internacional das Telecomunicações (UIT), com o uso
das novas tecnologias, nomeadamente as redes
sociais, para fins muito diferentes aos destinados a
promover as relações pacificas e a cooperação
internacional".
A respeito das transmissões por
rádio e tevê contra a Ilha, Reyes denunciou que
desde sua apresentação, há um ano, ante o Comitê de
Informação das Nações Unidas, órgão subsidiário da
Assembleia Geral, foram emitidas, semanalmente,
entre 1.909 e 2.70 horas de conteúdo subversivo
contra Cuba.
"Para esse propósito utilizaram-se
27 frequências, que também violam as regulamentações
vigentes da UIT", disse.
O diplomata chamou a atenção de que
tantas ações desestabilizadoras pelo governo dos EUA
"são só uma página de mais de 50 anos na história da
política de hostilidade contra Cuba, que agora se
apoia nas novas tecnologias da informação e as
comunicações".
A Ilha caribenha, através de seu
representante permanente na ONU, instou Washington a
respeitar o Direito Internacional e os propósitos e
princípios da Carta das Nações Unidas, detendo suas
medidas ilegais, com as quais complementa o bloqueio
econômico, comercial e financeiro imposto quase
desde o triunfo da Revolução, em 1º de janeiro de
1959.
Além do mais, considerou que as
ações estadunidenses ratificam a necessidade de
estabelecer uma nova ordem mundial da informação e a
comunicação, mais justa e eficaz, encaminhada a
fortalecer a paz e a compreensão internacional. (PL)