Presos Políticos do Império| MIAMI 5      

     

Só TEXTO / Assinatura jornal impreso

N o s s a   A m é r i c a

Havana, 4 Novembro, de 2013

 

Rafael Correa: "O sucesso maior do Equador: resgatamos a autoestima"
• O presidente também se referiu a temas transcendentais, tanto na América Latina como em seu país

Jorge Petinaud Martínez*

MOSCOU.— A vitória de Rafael Correa nas eleições de 2006 e sua reeleição em 2009 e 2013, com o Movimento Aliança País transformaram o Equador de nação ingovernável a uma das mais prósperas e estáveis da América Latina. Seu projeto de Revolução Cidadã, inimiga do neoliberalismo anterior, contribuíu com avanços inquestionáveis para a economia, a educação e a formação de talento humano nesse país. Uma recente visita de trabalho à Rússia e a gentileza do estadista propiciaram à agência Prensa Latina indagar sobre o suposto "milagre econômico", ocorrido na nação andina, termo que Correa rejeita.

Qual a importância desta visita, do ponto de vista político, econômico e da colaboração?

"Rússia se converteu em um dos mercados principais para o Equador, ao mesmo tempo há importantes empreendimentos em execução, como por exemplo, grandes hidrelétricas e outros projetos nos quais empresas russas podem estar interessadas (...) Em nível político, temos coincidências quanto à política internacional sobre a crise da Síria e, em geral, de ter um mundo multipolar sem árbitros que pensem que estão acima do bem e do mal".

A América Latina conseguiu uma posição no mundo, a partir da presença de figuras como o presidente Hugo Chávez, infelizmente morto, Evo Morales, Daniel Ortega, Néstor Kirchner, o senhor. Qual o papel da integração latino-americana nesta posição?

"Olhe que contradição; o senhor nomeou presidentes que têm um grande apoio popular, mas que são censurados pela mídia constantemente. Se o senhor lê a imprensa da Venezuela, da Bolívia, da Argentina, do Equador, se não conhecesse nossos países, imaginaria que os cárceres estão repletos de opositores políticos, da imprensa livre independente. Essa é uma grande mentira. Por que essa censura permanente? Porque estamos enfrentando um "lobby" do poder da mídia, que é que espalha o império do capital, o verdadeiro inimigo da esquerda moderna. Eles não necessitam bombas, bombardeiros, mísseis para submeter os países. Necessitam dólares, centros de arbitragem, todas essas estruturas em nome de uma suposta segurança jurídica, realmente, segurança e abuso para as multinacionais (...)"

A América avançou muito na integração: Unasul, Celac, ALBA. Contudo, também se implementam projetos de aparente integração neoliberal. O que acha o senhor a respeito disso?

"É claro que existe uma reconstrução da direita neoconservadora na região. Não sobreestimemos o que temos avançado, tudo pode ser revertido. Há coisas das quais o nome soa bonito, mas existe uma desorientação a respeito do seu alcance real. O senhor nomeou a Celac, que se tem ido consolidando, Unasul, a ALBA. Mas por exemplo, continuamos com uma OEA que, tal como Fidel Castro disse, não é outra coisa que um ministério de colônias. Uma OEA com sede em Washington, quando esse é o país que há mais de meio século vem cometendo o maior atentado contra a Carta Interamericana e a Carta das Nações Unidas: o bloqueio a Cuba".

O senhor falava do império e do bloqueio contra Cuba. Qual a sua opinião sobre esse tema?

"Quantas vezes as Nações Unidas, praticamente por unanimidade, tem rejeitado o bloqueio? Que coisa mais evidente que atente contra o direito interamericano (...)? Que maior atentado aos direitos humanos? Quanto tem custado a Cuba o bloqueio em todo sentido, em vidas humanas, em avanços econômicos, redução de postos de trabalho (...) ?Enquanto a OEA e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos não resolvam definitivamente, contundentemente, sem claudicações, esse grave atentado ao Direito Internacional que constitui o bloqueio contra Cuba, o resto é simples hipocrisia".

(*) Excertos extraídos da entrevista do correspondente da Prensa Latina na Rússia, Jorge Petinaud, ao presidente Rafael Correa.

 

IMPRIMIR ESTE MATERIAL


Diretor Geral: Pelayo Terry Cuervo. Diretor Editorial: Gustavo Becerra Estorino
HOSPEDAGEM: Teledatos-Cubaweb. Havana
Granma Internacional Digital: http://www.granma.cu/

  Inglês | Francês | Espanhol | Alemão | Italiano | Só TEXTO
Só TEXTO / Assinatura jornal impreso

© Copyright. 1996-2013. Todos os direitos reservados. GRANMA INTERNACIONAL/ EDICAO DIGITAL

Subir