Foro de São
Paulo conclui com apelo a continuar forjando a
unidade
LA
PAZ.— O chanceler boliviano, David Choquehuanca,
encerou na sexta-feira, 29 de agosto, o 20º Foro de
São Paulo, que se reuniu durante cinco dias, com a
presença de centenas de delegados da América Latina
e convidados da Europa e a Ásia.
O chefe da diplomacia boliviana
advertiu que tão só veio apoiar as conclusões às que
tinham chegado os participantes na reunião. E
garantiu que as mesmas servirão de caminho às
organizações sociais.
"Temos é que continuar trabalhando,
não há nada que agradecer. Estamos voltando a tecer
essa unidade, a formar essa grande família. Temos a
obrigação de garantir a paz para as gerações
futuras. E ainda temos a obrigação de defender a
vida, de recuperar nossa filosofia".
"É uma obrigação trabalharmos a
favor do planeta Terra, fazer acordar a energia
comunal, erguer as bandeiras da unidade, da harmonia,
da paz, da integração, da esperança, da soberania,
lutar contra o imperialismo", insistiu, lembrando
que nas línguas quíchua e aimará não existe a
palavra ‘obrigado’, pelo qual "não há nada que
agradecer".
A secretária executiva do Foro, a
brasileira Mônica Valente, agradeceu à Bolívia pela
organização da reunião, a qual considerou
bem-sucedida, graças ao apoio de todos os delegados.
Referiu-se às resoluções aprovadas
no Foro, entre elas a condenação da agressão
israelense à Palestina, ao bloqueio estadunidense
contra Cuba e o apelo a pôr em liberdade os
lutadores antiterroristas cubanos, presos nos
Estados Unidos.
Ainda, destacou outra resolução de
apoio ao governo constitucional do presidente
Nicolas Maduro na Venezuela e o direito da Argentina
sobre as Ilhas Malvinas, bem como o direito de Porto
Rico a uma verdadeira independência.
Valente pôs ênfase em que "não há
palavras para agradecer tudo aquilo que (o líder
cubano) Fidel Castro tem feito a favor das lutas dos
povos, e também o ex-presidente (brasileiro) Lula Da
Silva".
Na última jornada do encontro, a
Sala Plena do Foro aprovou uma Resolução de apoio à
exigência boliviana de ter uma saída ao mar.
"Convocamos os povos e governos do
Chile e da Bolívia a superarem um conflito histórico
sobre a base do diálogo e o respeito do Direito
Internacional, que possa levar a uma solução, para
que a Bolívia tenha acesso livre e soberano ao mar",
reafirma o documento.
Ainda, emitiram mais uma resolução
de "apoio incondicional ao Movimento ao Socialismo
(MAS)" e a seu candidato para as eleições
presidenciais bolivianas, marcadas para 12 de
outubro próximo.
Também, foi outorgada a distinção de
delegado de honra ao líder portorriquenho Oscar
López Rivera, preso nos Estados Unidos há 33 anos,
12 deles em regime de isolamento.
CUBA DESTACA EM FORO DE SÃO PAULO
LIDERANÇA DE EVO MORALES
"A liderança de Evo Morales permitiu
o surgimento de um governo dos movimentos sociais e
a derrota do neoliberalismo na Bolívia", destacou o
delegado cubano, José Ramón Balaguer Cabrera, membro
do secretariado do Partido Comunista de Cuba.
Balaguer, que ainda é chefe do
Departamento das Relações Internacionais do Comitê
Central do Partido, referiu que "o país que agora
nos acolhe neste 20º encontro do Foro de São Paulo
se converteu em um exemplo para a região toda".
Para o dirigente cubano, o valente
povo boliviano se converteu em protagonista de um
processo de mudanças profundas, colocando o país nos
primeiros patamares da região no âmbito da
recuperação dos seus recursos naturais,
redistribuição da riqueza e antiimperialismo.
Da mesma forma, reiterou a política
solidária e de cooperação de Cuba "com o governo e o
povo bolivianos, com suas organizações sociais e
forças políticas que conduzem e apoiam as mudanças e
sob a liderança do companheiro Evo Morales Ayma".
De outra parte, Balaguer afirmou que
a contra-ofensiva do imperialismo e a direita
continuou se desenvolvendo com força e denunciou que
"estas políticas assumiram métodos de guerra não
convencional, termo criado pelo Departamento de
Defesa norte-americano".
O dirigente cubano insistiu em que
"a história demonstra que, embora seja difícil,
estas estratégias podem ser enfrentadas e
derrotadas". E enumerou os fatores a ter em conta
para consegui-lo.
Também insistiu em que "a esquerda
latino-americana e caribenha necessita aumentar e
sistematizar os canais de cooperação, sendo o Foro
de São Paulo o espaço mais maduro, onde mais se
conseguiu avançar para conseguir estes propósitos
indispensáveis".
Finalmente, pediu a consolidação dos
processos de concertação política e de integração
entre nossos estados sem a ingerência
norte-americana. (Redação do Granma Internacional)