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N o s s a   A m é r i c a

Havana, 27 Fevereiro de 2014

 

Para destruir a obra de Chávez,
a CIA aposta em Leopoldo López, o fascista criado por ela

• Os atos violentos dos últimos dias na Venezuela contaram com a assessoria e o apoio dos Estados Unidos

Jean Gue Allard

QUE têm em comum o general norte-americano David Petraeus, o ex-diretor da CIA que recentemente demitiu, e Leopoldo López Mendoza, chefe das hordas fascistas que pretendem dar cabo da obra de Chávez? Ambos estão ligados à Kennedy School of Government, da Universidade de Harvard, um conhecido criadouro de oficiais da Agência Central de Inteligência.

 Muitos elementos na vida de López, além de sua atual atividade de provocador golpista, o ligam aos órgãos de inteligência estadunidense. Filho de uma família que sempre prosperou nas mais altas esferas da fauna política direitista, se identificou desde jovem com os Estados Unidos e as elites do universo imperial.

 Típico filho de papai — dos que crescem bem protegidos atrás dos muros de mansões opulentas, nos bairros mais exclusivos de Caracas— López foi enviado por sua família, já com 18 anos, aonde os privilegiados do Sul enviam a seus herdeiros para comprarem um futuro.

 É assim que, em 1989, o jovem López desembarcou no muito exclusivo Kenyon College, no estado de Ohio desde o qual descobrirá sua nova pátria. Quase cinco anos passou nesta prestigiosa instituição reservada aos ricos: o custo anual do prestígio acadêmico para rapazes com grana se eleva hoje em dia a... US$ 60 do Tio Sam, uma verdadeira fortuna.

 A CIA não recruta seu pessoal entre os pobres. Do Kenyon College sabe-se desde sempre que a CIA controla elementos entre seus professores, cuja tarefa é identificarem os alunos que possam ser úteis, mais cedo ou mais tarde, à "companhia".

 Dos anos da época da Guerra Fria, se conhece o caso famoso do poeta John Crowe Ransom, quem foi considerado pela CIA como um "ativo"

importante quando dava aulas no Kenyon College, segundo afirmam peritos na matéria.

 Tanto prestígio tem Kenyon na agência que Michael Morrell, número dois da "companhia", além de ocupar duas vezes a direção interina — recentemente se aposentou, depois de 33 anos em Langley — escolheu ministrar aí sua primeira conferência como oficial aposentado.

 É difícil acreditar que López, latino-americano de família rica, não fosse monitorizado e fichado pelos "ativos" da Kenyon.

 Não pode ser por acaso que López reaparecesse depois na Universidade de Harvard — outro covil daqueles que têm dinheiro — e especificamente no Kennedy School of Government, onde obteve um Mestrado em Políticas Públicas, em 1996.

 A Kennedy School de Harvard é outro centro universitário onde andam à espreita os caçadores de cabezas de Langley. Vários fatos demonstram isso.

 Ao retornar à Venezuela, López ocupa o cargo de analista, assistente do economista chefe e assessor econômico na Coordenação de Planejamento da Pdvsa, a petroleira nacional, graças a sua mãe, Antonieta Mendoza de López, quem foi diretora dos Assuntos Públicos da empresa.

 Em breve ,o político liga-se à CIA, mais bem a uma conhecida fachada da "companhia", o International Republican Institute (IRI), do Partido Republicano, que dará depois a Leopoldo todo seu apoio estratégico e financeiro. Com este propósito, realizou a partir de 2002 frequentes viagens a Washington, tanto à sede do IRI como tendo encontros com funcionários do governo de George W. Bush.

 Entretanto, aderiu à associação civil Primeiro Justiça, que depois se converteu no partido político que hoje lidera seu rival, Henrique Capriles Radonski. Este outro filho de papai também constitui um elemento do esquema de desestabilização montado pela CIA, o Departamento de Estado e sua embaixada em Caracas.

 Em 11 de abril de 2002 liderou a passeata da oposição golpista até o Palácio de Miraflores, que provocou a morte de dezenas de pessoas e depois o sequestro do presidente Hugo Chávez.

 Foi então incriminado pela detenção do ministro do Interior e Justiça, Ramón Rodríguez Chacín. A causa judicial contra López por estes fatos foi fechada em 31 de dezembro de 2007, devido à anistia outorgada pelo próprio presidente Chávez.

 Apesar do fracasso do plano de desestabilização da CIA, López continuou desde então com suas provocações fascistas, inspiradas nos manuais da inteligência ianque.

 Nos fins de fevereiro de 2004, foi um dos chefes dos protestos violentos efetuados no bairro de Chacao, onde ele era prefeito, para "forçar" a demissão do presidente Chávez, provocando mais mortos.

 Frustrado por não ocupar o posto de líder noutros partidos, López criou depois o seu próprio, denominado Vontade Popular, onde pode desenvolver livremente suas ideias extremistas de inspiração claramente nazista. Também promove as chamadas "Redes Populares", uma iniciativa financiada pela USAID, com o objetivo de penetrar as comunidades e romper as fileiras revolucionárias, recrutando pessoal remunerado para as ações desestabilizadoras supostamente "espontâneas".

 Personagens como López, na América Latina e no mundo todo, onde o império luta por seus interesses, são raramente de geração espontânea. Nada é devido ao acaso. Washington tem suas fábricas de "líderes", as quais fornecem aos seus mecanismos de inteligência o material necessário para seus planos maquiavélicos. "Líderes" formados em suas academias de futuros desestabilizadores de todas as procedências, semelhantes ao seu dono imperial.

Em 18 de fevereiro, Leopoldo López Mendoza entregou-se à justiça venezuelana. Previamente a juíza de controle Ralenes Tovar emitiu a ordem contra o líder opositor, a instâncias da Procuradoria Geral, que pede dez anos de prisão pelos delitos de incêndio e danos, em caráter de determinação, instigação a delinquir e associação para delinquir, durante a audiência de apresentação ante a 16ª Vara de Controle, instalada em um centro penal militar.

 

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