|
Presidenta argentina questiona
juiz estadunidense
Nações
Unidas, 25 setembro.— A presidenta argentina,
Cristina Fernández, convocou o juiz nova-iorquino
Thomas Griesa a explicar o que faz com os 539
milhões de dólares que seu país depositou e que até
hoje se mantêm em um limbo.
Em
declarações à imprensa em Nova York ontem à noite,
depois de comparecer perante a Assembleia Geral da
ONU e ao Conselho de Segurança, a mandatária
enfatizou que esse dinheiro destinado a pagar os
credores "não está embargado, mas também não o
devolvem".
A chefa de Estado destacou a aprovação por parte
deste órgão internacional da resolução que estipula
criar um marco regulamentar e jurídico para as
reestruturações de dívida soberanas.
Nesse sentido, a presidenta enfatizou seu desejo de
"ter esta norma sancionada para a próxima Assembleia
(Geral) em 2015".
O conflito que a Argentina encara atualmente com os
fundos abutres foi um dos pontos que a Presidenta
abordou em seu discurso perante a Assembleia Geral,
onde denunciou que esses grupos, em cumplicidade com
o Poder Judicial dos Estados Unidos, perseguem e
castigam a Argentina.
"Não são terroristas só aqueles que colocam bombas,
mas também são terroristas econômicos os que
desestabilizam a economia dos países e provocam fome,
miséria e pobreza", acentuou.
Nessa linha, acuso os chamados "holdouts" de ameaçar,
maltratar, caluniar, criar fofocas e mentiras no
âmbito "pessoal até o financeiro" e de dificultar "o
pagamento para aqueles que confiaram na Argentina".
Depois dos discursos de Cristina Fernández na ONU, o
juiz Griesa convocou os representantes da Argentina
para uma nova audiência na próxima segunda-feira, e
ameaçou este país com impor uma multa de 50 mil
dólares diários por desacato. Griesa sentenciou a
Argentina a pagar uma imensa quantia abusiva a um
minúsculo número de fundos abutres, especialmente os
litigantes NML Capital, Aurelius e Elliot, com uma
taxa exorbitante de 1.600% do valor pelo qual
compraram os títulos da dívida nacional em 2008.
Além disso, o juiz embargou 539 milhões de dólares
que Buenos Aires depositou no Banco de Nova York
para serem distribuídos entre os credores que
concordaram em reestruturar o pagamento da dívida
nas trocas de 2005 e 2010.
Como resposta, o governo argentino tirou desse banco
a jurisdição para realizar os pagamentos da dívida e
a abriu no Banco Central em Buenos Aires, indicando
a França como alternativa. (Extraído da Prensa
Latina)
|