|
Honduras
Universitários hondurenhos tomam
prédios acadêmicos e exigem diálogo com os reitores
Natália Fonteles
Nesta semana, cerca de 1.500
estudantes da Universidade Nacional Autônoma de
Honduras no Valle Sul (Unah-vs) iniciaram um
protesto em uma caminhada que começou no prédio da
Unah-vs e terminou no parque San Pedro Sula, para
exigirem melhores condições na universidade. Os
estudantes também pedem que as denúncias do
Ministério Público (MP) contra os líderes do
movimento contra a tomada dos prédios da Unah-vs
sejam retiradas.
No último dia 15 deste mês, após
uma semana sem aulas, os estudantes tomaram a
universidade em protesto contra as reformas
acadêmicas aprovadas pelas autoridades superiores da
Unah-vs. Entre as reformas, está incluso a elevação
para 70% do índice de freqüência nas aulas para que
se obtenha aprovação, a cobranças de serviços
acadêmicos. O movimento também protesta contra o que
seriam deploráveis condições nas estruturas físicas
e de pedagogia, e contra a exclusão dos alunos das
decisões acadêmicas.
Com o protesto, os estudantes
visam a chegar a um diálogo com as autoridades da
instituição e exigir que o MP não considere as
denúncias contra os lideres da tomada do prédio
universitário. Informam ainda que a mobilização
demanda que as regras da nova reforma acadêmica não
sejam impostas antes de um dialogo com os
representantes dos alunos.
Os estudantes reiteram ademais
que, antes de exigirem os termos da reforma, as
autoridades acadêmicas devem melhorar as instalações
e a qualidade da Universidade. Mercy Ayala,
presidente da Associação dos Estudantes de
Sociologia, diz que não adianta impor aos alunos uma
nova reforma acadêmica se não permitir que eles/as
possam participar efetivamente das decisões da
Universidade. A estudante denuncia que os reitores
excluem a participação dos alunos e querem
crimininalizar a luta estudantil.
Segundo o movimento estudantil,
os reitores não estão abertos ao diálogo e o
Ministério Público de Honduras também insistie em
criminalizar os envolvidos nas manifestações.
O MP afirma que os prédios
universitários são públicos e que os estudantes
devem responder legalmente pela tomada da
Universidade, inclusive podendo sofrer sanções
econômicas. A reitora Julieta Castellanos afirma que
se os estudantes não deixarem às instalações da
Universidade o período acadêmico se estenderá.
Os líderes dos protestos, que
ocupam as instalações da Unah-vs, informam que as
aulas continuarão suspensas e que estão abertos ao
diálogo com as autoridades universitárias. Até
agora, não houve acordo entre a reitoria e os
estudantes. Estes afirmam que continuarão os
protestos e que ocuparão os prédios da universidade
até que haja um diálogo favorável em torno de suas
reivindicações.
(Extraído do portal Adital)
|