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Esquerda espanhola apresentou caso de ZunZuneo na
União Europeia
MADRI.— A Esquerda Unida pediu à União Européia (UE)
condenar o programa dos EUA denominado ZunZuneo com
objetivos desestabilizadores para Cuba, informou
terça-feira (22) o deputado europeu dessa agrupação
política espanhola, Willy Meyer.
Meyer precisou que como parte da posição da Esquerda
Unida de pedir responsabilidades políticas às
autoridades norte-americanas por suas ações ilegais,
formulou-se uma pergunta sobre o projeto anticubano.
A nota, dirigida à Alta Representante da UE para
política exterior, Catherine Ashton, alude à criação
de uma rede social que ilegalmente utilizou
plataformas de serviços locais.
Meyer precisou que a pergunta feita a Ashton
refere-se à informação divulgada pela agência de
noticias estadunidenses AP, que ratificou as
denuncias feitas pelas autoridades cubanas durante
vários anos.
Está em evidência, diz a nota, como a Agência
Estadunidense para a Cooperação e o Desenvolvimento
(Usaid) continua sendo um instrumento para a defesa
dos interesses norte-americanos e para levar a cabo
atividades de influência política e intervenção
ideológica.
Ashton foi perguntada sobre se pensa declarar-se
publicamente contrária a este tipo de práticas
intervencionistas e denunciar que violam o direito
internacional e a Carta das Nações Unidas.
Também se solicita sua opinião sobre a notícia de
utilização ideológica e intervencionista da suposta
agência de cooperação Usaid, e se dado os casos de
espionagem ilegal também registrados na Europa,
pensa exigir aos EUA julgar os autores e garantir o
cumprimento das regulamentações da União
Internacional das Telecomunicações.
Meyer salientou que é necessário que a administração
européia, na figura mais relevante de sua política
exterior, a senhora Ashton, responda sobre este
ataque dois EUA.
Perguntado sobre o procedimento, Meyer precisou que
Ashton deve responder por escrito, embora
considerasse que não tem muita esperança sobre o
alcance da resposta, devido à sujeição absoluta da
política exterior européia à norte-americana.
Lembrou que quando se soube do ataque direto
sistemático de espionagem, revelado pelo ex-analista
da CIA, Edward Snowden, o lógico tivesse sido
suspender as negociações em curso para o Tratado
Trasatlântico de Livre Comércio da UE e os Estados
Unidos.
Tivesse sido lógica uma posição de soberania
européia ante esta interferência, mas a resposta que
nos deram foi que as conversações continuariam,
sublinhou.
Também se deixou de lado a necessidade de exigir
julgar os autores, isto é, os funcionários
norte-americanos responsáveis por este delito.
USAID, A MÃE DOS PINTAINHOS
Desde sua criação, a Usaid tem demonstrado que, mais
que uma agência para o desenvolvimento, sua
verdadeira função é ferramenta da política
intervencionista dos EUA e suas agências de
inteligência.
Na América Latina os exemplos abundam. Além de Cuba
estão as ações desestabilizadoras contra a Bolívia,
Equador, Venezuela e Argentina.
Em maio de 2013 o presidente do Estado Plurinacional
da Bolívia, Evo Morales, anunciou a decisão de
expulsar a Usaid de seu país. Morales afirmou: “Vai
embora a Usaid, que manipula e utiliza nossos irmãos
dirigentes, que utiliza alguns companheiros de base
com esmolas”, e encomendou o chanceler David
Choquehuanca comunicar à embaixada dos EUA “a
expulsão desse instrumento que ainda tem uma
mentalidade de dominação”.
No livro de Stella Calloni, Evo en la mira, a
jornalista argentina afirma que “na Bolívia se
conhece documentadamente que as exigências das
autonomias departamentais foram promovidas e
financiadas pela elite econômica de Santa Cruz,
Beni, Pando e Tarija, o setor eleito para os
financiamentos da norte-americana Fundação Nacional
para a Democracia (em inglês: National Endowment for
democracy, NED) e pela Usaid”.
No caso do Equador, o presidente Rafael Correa
decidiu suspender vários projetos que a Usaid tinha
em território equatoriano e ameaçou de expulsá-la
por interferir na política interna de seu país e por
apoiar grupos opositores e ONGs que atacam o
governo.
Em declarações a Revista2016, a doutora em
filosofia, docente e pesquisadora especialista em
política exterior, Adriana Rossi, explicou que “uma
da formas em que trabalha a Usaid é financiando
projetos de desenvolvimento em algumas comunidades”.
Mas para que esses projetos sejam aprovados primeiro
há que apresentar um diagnóstico das comunidades.
Mediante esse diagnóstico ou relatório, reúnem dados
sobre essas comunidades.
Isso o utilizam depois para tomar decisões sobre
possíveis cenários de conflitos, estabelecer-se e
poder atuar sobre essas comunidades.
“Através destes projetos a Usaid faz o trabalho de
inteligência para o Departamento de Estado”.
Entretanto, na Argentina, fundações e organizações
não-governamentais (ONGs), como o centro para a
Abertura e o Desenvolvimento da América Latina
(Cadal), a fundação Nova Geração, Crescer e Crescer,
a fundação Liberdade e Centro de Implementação de
Políticas Públicas para a Equidade e o Crescimento
(Cippec), vinculadas à Usaid, fustigam o governo
nacional com ataques constantes através da mídia
afim a eles.
Aqueles que se negam a ver que, ao sul do Rio Bravo,
as primaveras as fazem os povos que florescem junto
aos processos populares que os governam e
representam, deverão aprender que nenhuma ave de
rapina, condor ou águia, poderá impor novamente suas
garras na região. (PL)
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