A gravidade da situação é
demonstrada agora com o caso da Argentina, que
deposita seu dinheiro em bancos de Nova York e agora,
em seu litígio com os fundos abutres, seu uso foi
bloqueado por um juiz estadunidense, que responde
aos grandes capitais imperialistas.
A ata constituinte da nova entidade
que serviria aos interesses econômicos das nações
membros da Unasul — força pujante impulsionada por
Chávez — foi assinada na Casa Rosada da Argentina,
em dezembro de 2007, um dia antes de a presidenta
Cristina Fernández de Kirchner assumir seu primeiro
mandato.
O documento foi assinado pelos
presidentes do Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia,
Uruguai, Equador e Paraguai, mas os avanços foram
pobres desde esse então, devido a diferentes fatos
acontecidos na região. Acontece que para que a nova
entidade se materializar, também é necessário o aval
do Congresso Nacional de cada país.
O Brasil jamais ratificou a Ata e no
Paraguai resta a aprovação parlamentar.
Contudo, os membros da Unasul
consideram que depois da celebração da reunião dos
Brics no Brasil e da visita à América Latina dos
presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China,
Xi Jiping, a América do Sul deve ter uma contraparte
bancária, ainda mais, caso se concretizarem os
projetos entre o novo Banco do Brics (com um fundo
de US$100 bilhões de início) e as nações sul-americanas.

Quando se pensou na criação do Banco
do Sul, a ideia inicial era ter um ente regional
responsável pela proteção e fomento das economias
nacionais, para resguardá-las dos ditames de
entidades financeiras que respondem às nações
hegemônicas, como os Estados Unidos e outras
integrantes da União Europeia, que dominam o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial
(BM).
Ambas as entidades são instrumentos
que têm demonstrado sua ineficiência no
desenvolvimento das nações subdesenvolvidas. O FMI
é, e tem sido verificado pelas realidades
históricas, um instrumento da política exterior dos
EUA, que intervém de maneira direita na política de
seus devedores.
Este fundo dirige as políticas
neoliberais que depois de pôr em crise as economias
nacionais, obrigam os governos a tomar medidas de
ajuste contra suas populações, que sofrem a cobiça
do imperialismo estadunidense e dos grandes capitais
mundiais.
Na mesma medida, o BM intervém nas
decisões ordinárias dos governos dos países
endividados. Uma de suas políticas consiste em
obrigar esses Estados a privatizar suas grandes
empresas para que sejam compradas pelas
multinacionais europeias e norte-americanas.
Os objetivos principais do Banco do
Sul são a redução da pobreza, em uma região onde
sobrevivem 60 milhões de latino-americanos, a
promoção da equidade social e a obtenção do
crescimento econômico dos países da região. Ainda,
em sua qualidade de agente impulsionador do
desenvolvimento econômico e social, agiria como
entidade de financiamento, capacitação e assistência
técnica.
Para contribuir com capital e
receber ajuda é preciso levar em conta as
características individuais dos países membros, por
exemplo: suas reservas internacionais, a balança de
pagamentos, a participação no comércio
internacional, o PIB, etc.
Agora, na dinâmica das novas
relações estabelecidas por boa parte das nações
latino-americanas com a Rússia e a China, o Banco do
Sul renovou suas energias levando em conta, também,
a opinião dos novos líderes da esquerda ou
progressistas latino-americanos, que têm melhoras
nacionais substanciais em suas economias, como a
Bolívia e o Equador, sempre com um caráter social
inclusivo.
Desde 2 de julho passado tiveram
lugar três reuniões — uma de alto nível — para
promover o andamento do Banco do Sul, no segundo
semestre deste ano.
Quando terminou o encontro em
Caracas dos presidentes do Mercado Comum do Sul
(Mercosul), o presidente venezuelano Nicolás Maduro
anunciou a aprovação de documentos que "acelerarão
os passos" da nova entidade bancária.
O presidente falou acerca do acordo
adotado de que a entidade "se aproxime do processo
de criação do banco dos Brics, para construir
relações de trabalho".
A 2ª reunião ordinária do Conselho
de Ministros do Banco do Sul iniciou o processo de
nomeação dos diretores do organismo e dos membros do
comitê ad-hoc, que vai pôr em operações o Banco.
O objetivo priorizado é elaborar os
regulamentos e procedimentos, nos próximos três
meses. Alem do mais, foi elaborado o cronograma de
contribuições dos países membros. Em primeira
instância, a Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador
e Bolívia vão pôr até US$170 milhões em conjunto. O
Paraguai e Brasil ainda estão pendentes da
ratificação do convênio constitutivo da entidade por
parte dos seus respectivos Congressos.
O governo do presidente equatoriano
Rafael Correa foi o primeiro em abrir uma conta em
seu Banco Central para depositar US$8 milhões, sendo
este seu capital inicial para o Banco do Sul.
No canal público Equador TV, o
chanceler dessa nação, Ricardo Patiño, advertiu que
o Banco do Sul "tem demorado muito em abrir suas
portas, apesar de que a decisão foi tomada há sete
anos", mas com cinco países já pode começar suas
operações.
Patiño confirmou que "os maiores
países vão depositar US$2 bilhões para que se faça
uma conta de capital de US$ 7 bilhões, até chegar a
US$ 20 bilhões, que é o capital autorizado do Banco
do Sul".
Embora essa quantia se fosse
conformando, "pensamos que o Banco já pode abrir
suas portas, que pode dispor de recursos e que pode
começar a operar efetivamente", cuja sede principal,
especificou, estará em Caracas, e terá uma sede
alterna na Bolívia e outra na Argentina.
Em 26 de janeiro de 2008, os países
membros da Alternativa Bolivariana para as Américas
(ALBA) assinaram a Ata de Fundação do Banco da ALBA,
dias depois da criação do Banco do Sul, em Buenos
Aires, Argentina.
Tanto o Banco do Sul como o Banco da
ALBA constituem estímulos importantes para o
desenvolvimento econômico e social dos países da
Nossa América, em prol da eliminação das históricas
dependências geradas pela dívida externa e das
condições impostas pelo grande capital. (Fragmentos
extraídos de Cubahora)