CÚPULA EXTRAORDINÁRIA DO G-77+CHINA
Raúl exortou a renovar o
compromisso comum para construir um mundo mais justo
SANTA CRUZ DE LA SIERRA, Bolívia — Com as palavras
pronunciadas em nome de Cuba por Ernesto Che Guevara
há 50 anos, durante a primeira Conferência das
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento,
realizada em Genebra, iniciou este domingo, 16 de
junho, a sessão plenária da Cúpula do Grupo dos 77 +
China, sendo um momento especial deste encontro.

Os mandatários do mundo todo, reunidos em Santa Cruz
de la Sierra, escutaram mais uma vez as avaliações
do Che naquele momento. Desse jeito, a Bolívia
oferecia as boas-vindas aos participantes do
encontro, o qual como expressou o presidente Evo
Morales Ayma, constitui uma opção única “para
compartilhar as experiências de gestão, para
compartilhar as políticas sociais que implementamos
em cada país” . E no pessoal, assinalou que, exercer
como presidente pró témpore do G-77 + China
representava para ele uma grande experiência. Este
evento será mais outra escola para aqueles que nos
temos formado nas lutas sindicais, nas lutas
comunais, disse.
Dentre os primeiros oradores da manhã esteve mais
uma vez, o presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros Raúl Castro Ruz, que exortou a “
aproveitar este 50º aniversário do Grupo dos 77
para renovar o nosso compromisso comum de combinar
esforços e fechar o cerco para construir um mundo
mais justo”.
O presidente de Cuba destacou que “agora se amplia
a brecha entre o norte e o sul, e uma profunda crise
econômica global, resultante do irreversível
fracasso do neoliberalismo imposto desde os
principais centros de poder,com um impacto
esmagador para os nossos países, se tem tornado na
mais longa e complexa das últimas oito décadas”.
A seguir, alertou sobre o fato de que após concluir
o ciclo previsto para os Objetivos de
Desenvolvimento acordados na Cúpula do Milênio em
2000, ainda 1,2 bilhões de pessoas no mundo vivem
na extrema pobreza; uma em cada oito sofre de
fome crônica; 45% das crianças mortas antes de
cumprirem os cinco anos morre por desnutrição; a
dívida externa registra níveis sem precedentes , e
se acrescenta a mudança climática, gerada pela
produção e o consumo irracionais.
O presidente cubano se referiu alias, à
transgressão da soberania dos Estados, à violação
dos princípios do Direito Internacional, bem como à
imposição de conceitos na tentativa de autenticar
a intervenção .
Do mesmo jeito, ratificou mais uma vez o apoio de
Cuba à Republica Bolivariana da Venezuela, contra a
qual utilizam os médios mais sofisticados de
subversão e desestabilização da denominada guerra
não convencional. Denunciou também o bloqueio
norte-americano ao nosso pais, além das ações
terroristas e da absurda inclusão de Cuba na lista
de Estados patrocinadores do terrorismo
internacional.
Também agradeceu em nome do povo cubano, a firme
solidariedade dos membros do G-77+ China durante
todos estes anos.
Quando concluiu o discurso de Raúl, Evo tomou a
palavra para enviar saudações ao “comandante
histórico Fidel, que deve estar acompanhando de
perto a Cúpula pelos meios de comunicação. Saudações
para o irmão Fidel, para mim continua a ser o
primeiro homem solidário do mundo”.
O presidente Evo lembrou a anedota do comandante
quando lhe disse que podiam serem operados da
vista, de graça ,100 mil latino-americanos, “para
mim era como se estivesse a falar de algo
impossível”. E afirmou que, apenas na Bolívia tem
sido operadas centenas de milhares de pessoas na
Missão Milagre. “Por isso Fidel, seu povo e seu
governo são os mais solidários do mundo. Para eles
nosso respeito e admiração”, concluiu.
Durante a sessão plenária várias delegações se
referiram à cooperação de Cuba com os países do
sul, notadamente, o desempenho da Ilha caribenha na
libertação de vários paises africanos e condenaram
o injusto bloqueio econômico imposto pelo governo
dos Estados Unidos.
Por outro lado, durante os dias da Cúpula,o
presidente cubano intercambiou experiências com
vários dos líderes que participaram do encontro.
Nomeadamente na jornada de domingo teve encontros
com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki
Moon; com o presidente do Sri Lanka Mahinda
Rajapaksa; e o vice-presidente do Ira, Eshagh
Jahangiri. Próximo do meio-dia se reuniu também com
a presidenta argentina Cristina Fernández e em horas
da tarde recebeu a visita do presidente venezuelano
Nicolás Maduro Moros. Todos estes encontros
estiveram marcados pela cordialidade que
caracterizou as diferentes atividades desta Cúpula
Extraordinária do G-77 +China.
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