A entrada de El Salvador na
Petrocaribe, em 2 de junho passado, faz parte dos
compromissos do novo governo da Frente Farabundo
Martí para a Libertação Nacional (FMLN), no sentido
de estimular o desenvolvimento econômico do país.
Com este passo, o presidente, Salvador Sánchez Cerén
e o vice-presidente, Oscar Ortiz, põem em prática as
responsabilidades contraídas com o povo durante a
campanha eleitoral, para buscar vias possíveis para
desenvolver a economia nacional.
Dessa forma, erradicar a pobreza,
criar empregos, incrementar os serviços básicos como
a educação, a saúde, a alimentação, o acesso à
habitação, à água potável, e outros, são aspectos
que ainda são deficientes para a maioria dos
salvadorenhos.
Nesse contexto, El Salvador entrou
no grupo de nações que se beneficiam com este
mecanismo solidário, que oferece condições de
vantagem para a compra de combustíveis.
Uma das principais vantagens deste
acordo é que oferece facilidades de pagamento da
fatura petroleira, pois 50% se cancela no primeiro
ano que se realiza a importação, e o restante 50% em
25 anos, com uma taxa de juros de 2%.
Esta forma de retribuição ajuda a
reduzir a saída de dólares do país e ao mesmo tempo,
permite que esse dinheiro seja utilizado para
empreendimentos econômicos e sociais, segundo o
analista Cesar Villalona.
Ainda, uma parte da fatura
petroleira que se cancela nesse ano de importação,
pode ser paga com alimentos ou outros produtos, e
com serviços como de saúde ou educação.
Para Jose Luis Merino, um dos
líderes da FLMN, a entrada do país no acordo
energético tem muita importância, além do aspecto
estritamente econômico.
Salientou que a entrada de El
salvador na Petrocaribe tem muito valor neste
momento político em que a América Latina se prepara
para fortalecer e reconfirmar seu avanço por seu
próprio caminho.
"Um dos primeiros gestos do governo
de Sánchez Cerén foi a incorporação à Petrocaribe,
uma nova forma de fazer negócios, de cooperação e de
solidariedade", salientou.
"Neste cenário, onde predominam as
pressões dos grandes grupos financeiros do planeta
por deter o avanço das democracias e dos processos
libertadores dos povos da Nossa América, este gesto
é muito importante", expressou Merino. E acrescentou
que El Salvador adere e confirma sua união ao
destacamento de países do planeta mais energético e
mais vivo que nunca e onde os povos têm tomado em
suas mãos a construção de seu próprio destino.
"Este poderia ser um primeiro passo
para a incorporação de El Salvador à Aliança
Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA),
aspecto que será avaliado na medida em que nossas
condições econômicas o permitirem e na medida em que
sejamos capazes de construir na consciência dos
salvadorenhos que este é o caminho necessário",
destacou.
A Petrocaribe é uma iniciativa de
cooperação energética solidária, proposta pelo
governo do falecido presidente venezuelano Hugo
Chávez, no âmbito da ALBA, que foi criada em junho
de 2005.
O seu objetivo é resolver as
assimetrias no acesso aos recursos energéticos,
através dum novo esquema de intercâmbio favorável,
equitativo e justo entre os países da região
caribenha, a maioria deles consumidores de energia e
sem controle estatal do fornecimento dos recursos.
É um organismo multilateral que
garante a coordenação e articulação das políticas de
energia, incluindo o petróleo e seus derivados, gás,
eletricidade, uso eficiente da mesma, cooperação
tecnológica, capacitação, desenvolvimento de
infraestrutura energética, bem como o aproveitamento
das fontes alternas.
Integram a Petrocaribe, Antígua e
Barbuda, Bahamas, Belize, Cuba, Dominica, Granada,
Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica,
Nicarágua, República Dominicana, São Cristóvão e
Névis, São Vicente e as Granadinas, Santa Lúcia,
Suriname e a Venezuela, e agora El Salvador. (PL)