BOGOTÁ.— A paz será o eixo do
segundo mandato do presidente colombiano Juan Manuel
Santos, que iniciou em 7 de agosto com o compromisso
de perseverar na consecução desse objetivo
fundamental para o desenvolvimento do país, a partir
de continuar os diálogos de paz com as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo
(FARC-EP) em Havana, Cuba , e abrir a mesa de
negociações com o Exército de Libertação Nacional
(ELN).
Paz foi a palavra mais repetida por
Santos no discurso inaugural de sua segunda
presidência (2014-2018), o que ratifica que além das
promessas da campanha eleitoral passada está
decidido a entregar um país livre do conflito que
durante meio século tem dessangrado a Colômbia.
Para o presidente, a paz é a peça
número um para os próximos quatro anos: começar a
construção dum novo país, equidade e educação, meta
que em sua opinião deve conseguir-se numa década,
nomeadamente em 2025.
"A paz é um eixo programático
inquestionável", disse o analista político Fernando
Giraldo, da Universidade Javeriana de Bogotá, quem
considera que no discurso de posse do presidente,
embora fosse previsível o ênfase na paz, o assunto
não ficará como simples declaração.
Segundo Giraldo, o processo de paz
que Santos iniciou durante seu primeiro mandato com
as FAR-EP está "num caminho de não retorno", apesar
das dificuldades que todos os dias surgem.
"Vou empregar todas minhas energias
para cumprir com esse mandato de paz", manifestou o
chefe de Estado durante a posse presidencial, com a
certeza de que não há outra opção.
Giraldo também lembrou que Santos
necessita que o Congresso, que foi instalado em 20
de julho passado, legisle para o pós-conflito, isto
é, que aprove as leis necessárias para a aplicação
dos eventuais acordos com a guerrilha, pois uma
oposição tão forte como a que fazem o ex-presidente
e agora senador Álvaro Uribe podem enredar as coisas.
Do início das negociações, as
delegações do governo da Colômbia e as FAR-EP têm
avançado em três acordos parciais em matéria de
desenvolvimento agrário integral, participação
política e o problema das drogas ilegais. Atualmente
debatem sobre o tema das vítimas do conflito armado,
o quarto dos seis pontos estabelecidos na agenda.
O presidente também falou sobre
equidade social e uma educação de qualidade até
2025, numa espécie de circulo virtuoso onde cada um
destes objetivos é indispensável para a consecução
dos outros.
"Não se trata dum discurso senão de
algo especifico", opinou Giraldo ao lembrar que essa
promessa começou a tomar forma com a apresentação do
orçamento para o ano próximo, onde os recursos
destinados à educação superam por primeira vez os
que serão investidos para a defesa e a segurança. (Redação
do Granma Internacional)