Executivo propõe
aposta forte na formação
Adelina Inácio
O director
nacional das Águas reuniu ontem com os directores
provinciais do sector para balancear os
investimentos feitos e perspectivar as acções do
novo financiamento.
Lucrécio Costa
garantiu que o país tem uma proposta clara das
necessidades futuras até ao ano 2020 em matéria de
recursos humanos e perfis de formação. Afirmou que o
próximo programa vai permitir a implementação de
acções de formação em conformidade com o Plano
Estratégico de Desenvolvimento dos Recursos Humanos
no sector das Águas.
O Executivo e a
União Europeia (UE) estão a negociar o programa de
cooperação com Angola ao abrigo do 11º FED (Fundo
Europeu de Desenvolvimento), que vai de 2014 até
2020. O financiamento disponibilizado pela União
Europeia a Angola ultrapassa os 200 milhões de
euros.
A água e o
saneamento são um dos sectores de intervenção
prioritários, juntamente com o desenvolvimento rural
e agricultura sustentável e formação profissional e
ensino superior.
Lucrécio Costa
disse que Angola tem muita boa expectativa em
relação à segunda fase do financiamento da União
Europeia, adiantando que o sector das Águas foi o
que mais se destacou em termos de implementação de
projectos com entidades externas, com destaque para
a União Europeia, Banco Africano de Desenvolvimento,
Banco Europeu de Investimento, Banco Mundial e o
PNUD.
O director
nacional das Águas afirmou que o sector está a
elaborar os documentos de base para a futura
regulamentação, para a qualidade de água para o
consumo humano. “Temos também a perspectiva de
continuarmos a ampliação da rede de laboratórios no
país. Nos próximos seis anos, o Executivo vai
construir, no mínimo, dois laboratórios por ano, nos
próximos seis anos”, disse o director.
Projectos até 2016
Lucrécio Costa anunciou que, no próximo ano, o
Executivo e a União Europeia vão discutir e aprovar
um projecto com implementação concreta em 2016. O
director da Energia e Águas na província de Malanje,
Jacinto Kacutu, defendeu a aposta do Executivo na
formação de quadros para o sector das águas.
“Malanje tem um
departamento de águas com uma secção de mobilização
social e de recursos humanos, mas falta capacidade
dos quadros locais”, admitiu Jacinto Kacutu, para
quem a formação dos quadros pertencente à área dos
recursos humanos seria uma mais-valia para os
responsáveis provinciais do sector.
Celestino João,
director da Energia e Águas no Moxico, lembrou que o
sector na província não tinha uma análise futurista.
Por isso, é de opinião que o enquadramento do
pessoal no sector das águas não pode ser feito de
forma aleatória. “O sector das Águas na província
tem falta de técnicos. Temos de realizar um concurso
(público) para o sector das águas”, sugeriu.
Baptista Dala, da
província da Lunda Norte, defendeu igualmente a
formação no sector das Águas. Entende que o
Ministério da Educação deve estar capacitado para
dar resposta aos problemas relacionados com a falta
de quadros. “Podemos ir às escolas e seleccionar o
pessoal com capacidade que o sector necessita”,
defendeu.
José Luís Amaro
Silva revelou que umas das prioridades da província
do Cuanza Sul, no sector das Águas, é a aposta nos
recursos humanos e a criação da empresa pública de
saneamento da província. A reunião teve como
objectivo balancear os últimos 50 meses do projecto
de Assistência Técnica co-financiado pela União
Europeia.
De acordo com o
relatório apresentado durante a reunião de ontem, a
execução global das actividades foi de 99 por cento
em todo território nacional e a execução global de
recursos humanos e financeiros foi de 98 por cento.
(Extraído do La Jornada)