Chanceler francês rejeita multa dos
EUA contra BNP Paribas
O
ministro francês de Assuntos Exteriores, Laurent
Fabius, qualificou de injusta, unilateral e
irracional a multa de US$10bilhoes que os EUA
pretendem aplicar contra o banco BNP Paribas.
Os
EUA ameaçam banco francês com multimilionária multa
por violar suas sanções ilegais financeiras contra
Cuba, Irã e Sudão.
Washington ameaçou de sancionar o primeiro grupo
bancário galo com essa exorbitante soma, por suposta
violação do bloqueio imposto contra vários países,
entre eles Cuba, Sudão e o Irã.
O
montante evocado pelas autoridades norte-americanas
não é razoável e significa um problema muito grave,
disse Fabius à cadeia France 2.
Acrescentou que essa multa poderia ter efeito
devastador para a economia francesa, se o montante
assinalado se confirmar.
“Este é um exemplo de uma decisão injusta e
unilateral”, disse o chanceler e lembrou que
Washington enviaria um sinal errado impondo uma
sanção tão forte à entidade financeira em momentos
em que os Estados Unidos e a União Européia analisam
um futuro acordo comercial transatlântico.
Perguntado sobre se o governo francês defenderá os
interesses do BNP Paribas ante as autoridades
norte-americanas, o chefe da diplomacia respondeu
que com certeza.
Ministros, ex-funcionários e analistas expressaram
seu repúdio pela sanção de Washington contra o banco
francês.
“Os
Estados Unidos não podem atuar de forma unilateral.
Não podem tratar seus aliados dessa forma e
subordiná-los a seus interesses geo-estratégicos”,
declarou o ministro Jean-Maríe Le Guen, responsável
pelas relações do governo com o Parlamento.
Entretanto, o ministro do Comércio Exterior Pierre
Lellouche, considerou particularmente chocante a
sanção contra BNP Paribas e chamou o governo a
reagir.
Ao
tentar impor suas leis extraterritoriais às
sociedades estrangeiras, os EUA socavam o direito
internacional, denunciou Lellouche.
Esta
também é a opinião do jornalista e professor
universitário Salim Lamrani.
Segundo as normas vigentes, a legislação
estadunidense não deve aplicar-se na França, como a
Alemanha não se utiliza na Inglaterra. O que deve
prevalecer é a lei nacional, declarou à agência
Prensa Latina o doutor em Estudos Ibéricos e
Latino-Americanos da Universidade París Soborna (PL)