O mundo
pronuncia-se hoje sobre o bloqueio

NAÇÕES
UNIDAS.— A voz do mundo será escutada novamente
hoje, 28 de outubro, quando se efetue a vigésima
terceira votação na Assembleia Geral das Nações
Unidas de um projeto sobre a necessidade de levantar
o bloqueio norte-americano contra Cuba.
Sob o
título “Necessidade de pôr fim ao bloqueio
econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos
da América contra Cuba”, o texto será submetido à
consideração de mais de 190 estados representados no
organismo internacional.
Ninguém
duvida da uma nova derrota de Washington, pelo qual
as expectativas se reduzem ao resultado definitivo
do sufrágio.
A recusa do
bloqueio estadunidense contra Cuba gera hoje na ONU
um consenso inusual entre países do Sul e do Norte,
unidos na demanda de pôr fim ao castigo unilateral
imposto há mais de meio século.
Merece
destaque o acompanhamento de quase o mundo todo a
esta causa. Inclusive a União Europeia, grande
aliada dos Estados Unidos noutros temas, aceita que
o bloqueio não tem razão alguma de ser, advertiu em
declarações à Prensa Latina o embaixador equatoriano
na ONU, Xavier Lasso.
Desde 1992
a Assembleia acolhe anualmente um projeto de
resolução que demanda o fim do cerco econômico,
comercial e financeiro vigente por mais de meio
século, iniciativa sempre respaldada de forma
categórica pela comunidade internacional.
Na votação
do ano 2013, 188 dos 193 membros da ONU pediram o
cessar do castigo, que costuma receber
qualificativos de genocida, criminal, injusto,
imoral e herança da Guerra Fria.
Somente os
Estados Unidos e Israel votaram contra a iniciativa,
enquanto se abstiveram Micronésia, Palau e as Ilhas
Marshall.
A
superpotência com direito de veto no Conselho de
Segurança voltará ao incômodo papel de nação
questionada por seus atos, uma muito rara situação
para a Casa Branca, apesar do seu amplo recorde de
decisões à margem da comunidade internacional.