Países ferem
leis internacionais ao condenarem à morte pessoas
com incapacidade mental
Adital
A Anistia Internacional tem
documentado casos de execução de pessoas com
incapacidade mental e intelectual em todo mundo e
alerta que as condenações ferem as leis
internacionais. A organização de direitos humanos
reforça que a pena capital é injusta e incompatível
com os direitos fundamentais das pessoas.
A condenação à pena de morte é um
retrocesso e põe em cheque a desproporcionalidade de
punição aos culpados que pertencem aos grupos
vulneráveis, com capacidade mental comprometida,
declara a AI.
Para Audrey Gaughran, diretora de
Questões Internacionais da Anistia, "os padrões
internacionais de deficiências mentais e
intelectuais são proteções importantes para pessoas
vulneráveis. Eles não pretendem justificar crimes
hediondos – eles definem parâmetros para a natureza
da pena que pode ser determinada", defende.
Os Estados Unidos ainda é o único
país das Américas a levar a cabo essas execuções,
mesmo em casos em que se confirmam as incapacidades
mentais. Exemplo disso é o caso de Askari Abdullah
Muhammed, diagnosticado com esquizofrenia paranóica
e executado por um assassinato cometido dentro da
prisão, atestam a sentença inconstitucional.
"Os padrões internacionais requerem,
claramente, que aqueles que sofrem de deficiências
mentais ou intelectuais não sejam condenados à pena
de morte. Mas, em muitos casos, as deficiências não
são identificadas durante os processos criminais",
ressalta Audrey.
Em 2013, o número de execuções
registradas em todo mundo chegou a 778 ocorrências,
sem contar as milhares de execuções realizadas na
China, país onde a Anistia não pode publicar números
com credibilidade, pois a pena de morte é executada
em segredo de Estado.
Segundo a organização, ser contra a
pena de morte não é ser a favor de desculpar o
culpado, é entender que não há correlação entre a
pena de morte e a redução do índice de criminalidade.
A Anistia reforça ainda que o direito à vida está
acima de qualquer situação e defendê-la é elemento
primordial dos direitos humanos.
No ultimo dia 10 deste mês, Dia
Mundial contra a Pena de Morte, organizações
mundiais de direitos humanos com a AI, além da
Organização das Nações Unidas (ONU), reforçaram o
repudio contra as execuções judiciais e esperam que
os países reflitam sobre a prática e que possam
abolir esse sistema de julgamento e condenação que
executa centenas de pessoas em todo o mundo. Ban Ki-moon,
secretário geral da ONU, pediu aos líderes
internacionais de países que permitem a sentença de
morte que perdoem os/as sentenciados/as ou convertam
a medida. (Extraído do portal Adital)