Greve de pilotos
franceses sem
solução à vista
Paris,
24 setembro (Prensa Latina).— A greve de pilotos da
companhia aérea francesa Air France entra hoje em
sua décima jornada consecutiva, e já é, por sua
duração, a mais prolongada na história dessa
companhia há 16 anos.
Nesta
quarta-feira, o secretário de Estado para o
Transporte, Alain Vidalies, anunciou a suspensão
total do programa para ampliar na Europa os vôos da
filial de baixo custo denominada Transavia, que é
uma das reivindicações dos trabalhadores.
"O projeto Transavia Europa não foi suspenso por
três meses, foi retirado", afirmou o servidor
público.
No entanto, pouco depois, a direção da empresa
desmentiu esta informação e reiterou que o plano só
foi adiado até dezembro, enquanto continuam as
negociações com os sindicatos, o que colocou o
conflito de novo em um beco sem saída.
Por outra parte, ainda continua sem se resolver a
principal demanda dos pilotos, que exigem um
contrato com iguais condições salariais e
trabalhistas nos aviões com mais de 100 passageiros,
independentemente de se tratar de um percurso normal
ou de baixo custo.
Até agora nos vôos de Transavia se utilizam
tripulações reduzidas, o que aumenta as
responsabilidades a bordo, e os salários estão
abaixo dos que são normalmente pagos na firma.
Ontem, o Sindicato Nacional de Pilotos de Linha
(SNPL), principal organização sindical do setor,
anunciou sua disposição de estender a paralisação
até 30 de setembro.
Devido ao forte acatamento da greve, hoje está
prevista a suspensão em média de 54% dos voos da Air
France em todo o país, uma situação parecida à dos
últimos dias.
Em duas oportunidades, o premiê Manuel Valls chamou
a suspender a greve e pediu aos pilotos a volta
imediata ao trabalho, no entanto seu pedido não teve
nenhum efeito.
De acordo com os diretores da companhia aérea, até o
momento as perdas pelo protesto somam ao redor de
200 milhões de euros e um prolongamento do conflito
colocaria em risco a obtenção de lucros este ano,
como já ocorreu em 2013.
A Air France é uma empresa mista com participação de
15,7% de capital Estatal. (Extraído da Prensa
Latina)