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I N T E R N A C I O N A I S |
Havana,
23 Setembro,
de 2014 |
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Indígenas do mundo reivindicam na ONU
seu direito a existir
Nações Unidas, 22 set (Prensa
Latina) Mais de mil delegados dos cinco continentes
participam a partir de hoje da primeira Conferência
Mundial sobre os Povos Indígenas, fórum das Nações
Unidas que permitirá aos originários reivindicar
reconhecimento e respeito a seus direitos.
A reunião de dois
dias consiste em uma plenária de alto nível da
Assembleia Geral da ONU, que contará com mesas
redondas para tratar as principais preocupações de
cerca de 370 milhões de pessoas, como o cumprimento
da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos
dos Povos Indígenas, de 2007.
O acesso à terra e os recursos naturais, a
participação na tomada de decisões e a necessidade
de espaços para as metas e aspirações das
comunidades originárias na agenda pós-2015 de
desenvolvimento sustentável, se destacam entre os
temas de debate nos grupos de trabalho.
A ONU admite que se alcançou pouco progresso na
materialização dos direitos dos indígenas, que
sofrem pobreza, fome, expulsões e repressão.
Segundo dados das Nações Unidas, existem no planeta
mais de cinco mil diferentes grupos originários,
distribuídos em 90 países, representando mais de 5%
da população mundial.
Apesar da Declaração aprovada pela Assembleia Geral
em 2007, a existência de mecanismos de atenção e o
lançamento de duas décadas a favor dos indígenas
(1994-2004 e 2004-2014), estes seguem discriminados,
expulsos de suas terras e vítimas de outras
injustiças.
Líderes indígenas de vários países têm expressado
neste ano suas expectativas pelo foro, o qual teve
que superar obstáculos relacionados com sua
realização e a confecção do esboço de documento
final.
Para a nicaraguense Mirna Cunningham, do grupo
étnico Miskito, a Conferência constitui uma
oportunidade de definir o futuro e um plano de ações
para garantir o respeito aos direitos das
comunidades ancestrais.
Por sua vez, Edward John, grande chefe da nação
Tl'azt'em, localizada na província canadense de
Columbia Britânica, qualificou de chave o evento
para levantar a voz de seres humanos submetidos a
séculos de discriminação e saques.
Precisamos destes espaços porque vivemos problemas
comuns, como os danos à natureza, o impacto do
desenvolvimento em nossas terras, a ausência de
reconhecimento e a marginalização na tomada de
decisões, declarou John à Prensa Latina em maio
passado, durante a XIII Sessão do Foro Permanente da
ONU para Assuntos Indígenas.
Espera-se que a reunião se conclua amanhã com a
aprovação de um documento que expresse o compromisso
dos governos com os direitos dos povos originários.
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