Rússia e China intensificam
cooperação
• Dez acordos russo-chineses – este é
o balanço das negociações entre o presidente do
Conselho de Estado da China, Li Keqiang, e o premiê
russo, Dmitri Medvedev. Moscou e Pequim, realmente
otimistas, salientam que as relações entre os dois
países “entraram numa nova etapa importante”
A
Rússia e a China são parceiros estratégicos antigos.
Ultimamente, as relações bilaterais têm alcançado um
novo patamar muito mais elevado, ressaltou o chefe
do governo russo, Dmitri Medvedev, na abertura da
reunião russo-chinesa em Moscou.
“Temos
atingido um nível de relações muito elevado. Se
trata de uma parceria estratégica. A China é o nosso
primeiro parceiro econômico. Nos últimos seis anos,
o volume das trocas comerciais duplicou, tendo
aumentado de 40 para 90 bilhões de dólares. Todavia,
temos perseguido metas mais significativas”.
Um dos documentos assinados nos marcos deste
encontro é um acordo de colaboração na esfera de
fornecimento de gás pela rota oriental. É, de fato,
uma aprovação de um contrato de longo prazo,
celebrado em maio pelo Gazprom e a Corporação
Nacional de Petróleo da China (CNPC).
O “combustível azul” será transportado para a China
através do gasoduto Força da Sibéria, cuja
construção se iniciou em setembro. O volume anual de
fornecimentos programado constitui 38 bilhões de
metros cúbicos de gás no valor de 400 bilhões de
dólares. O acordo intergovernamental terá vigência
de 40 anos, podendo ser renovado depois de expirado
o prazo estabelecido. Está em vias de preparação
outro contrato pelo itinerário ocidental – o
gasoduto Altai, prevendo o fornecimento anual de 30
milhões de metros cúbicos.
Para a China, “a reunião de dois primeiros-ministros
deverá impulsionar a cooperação bilateral. Convém
dizer que as expectativas foram justificadas com
alguns convênio novos: as companhias Rosneft e CNPC
firmaram um acordo sobre a intensificação da
interação estratégica. A Roskosmos (agência
aeroespacial russa) chegou a acordar com a sua
congênere chinesa a cooperação na área de sistemas
de navegação global”.
Uma atenção especial foi dedicada à esfera
financeira. Moscou e Pequim chegaram a acordo sobre
a tributação dupla. Além disso, o Banco da Rússia e
o Banco Popular da China concluíram um acordo sobre
divisas, o que permitirá aumentar o peso de cálculos
em moedas nacionais – rublo e yuan.
Claro que as relações entre Moscou e Pequim não se
limitam ao domínio econômico. Ambos os países têm
constatado a identidade das posições na arena
internacional. De fato, a Rússia e a China se
transformam num contrapeso sério aos EUA e aos seus
satélites, realçou num encontro com o premiê chinês,
o presidente da Duma de Estado (parlamento), Serguei
Naryshkin.
“Uma estreita coordenação das posições da Rússia e
da China nos assuntos internacionais têm constituído
um fator de contenção da política de alguns países
do Ocidente e, antes de mais, dos EUA, cujo rumo
político em várias regiões do planeta tem vindo a
desestabilizar a situação, provocando descalabro e
caos e acarretando vítimas humanas”, disse.
Serguei Naryshkin expressou ainda agradecimento pela
compreensão da posição assumida pela Rússia na
solução da crise ucraniana e pelo fato de a direção
chinesa ter recusado a apoiar as sanções antirussas.
Li Keqiang, por seu turno, anunciou que os dois
países têm estruturado as suas relações de parceria
em pé de igualdade. “Pequim está disposta a elevar
as relações com Moscou a um nível mais alto”.
Em 14 de outubro, Dmitri Medvedev e Li Keqiang irão
participar dos trabalhos do 3º Fórum Internacional
“Inovações Descobertas” em que, neste ano, a China
irá atuar como um país parceiro. Para o mesmo dia,
está agendado um encontro do presidente do Conselho
de Estado da China com o presidente da Rússia,
Vladimir Putin.
Fonte: Voz
da Rússia