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I N T E R N A C I O N A I S

Havana, 13 de Fevereiro, de 2014

Escândalo de banqueiros foragidos: Ileana Ros com a mão na massa

Jean-Guy Allard

O senador Robert Menéndez, membro do círculo mafioso cubano-americano no Congresso dos EUA, deixa de estar sozinho no escândalo dos irmãos Isaías, os banqueiros equatorianos foragidos, que ele ajudou a prosperar. A representante por Miami, Ileana Ros-Lehtinen, também meteu a mão na massa, aceitando o dinheiro destes multimilionários delinqüentes, aos quais também ajudou a assentar-se em sua nova pátria.

A congressista, politiqueira furibunda que não perde uma oportunidade para atacar Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e qualquer país progressista da América Latina, acaba de ser denunciada — com provas — pelo jornal web The Daily Beast, que revela que mandou cartas a várias agências federais a favor dos irmãos foragidos e vários membros de suas famílias, para que obtivessem a residência nos EUA.

O problema é que Ileana Ros-Lehtinen recebeu — entre outras coisas — dos irmãos caloteiros pelo menos US$23 mil para seu “fundo de campanha”. Não se sabe por agora se esta doação de dinheiro roubado por parte dos multimilionários equatorianos foi acompanhada de outras bondades.

No Equador, William e Roberto Isaías foram condenados in absentia por roubo de fundos, há mais de uma década. Estiveram lutando para evitar a extradição e fixar sua residência nos Estados Unidos.

Os Isaías tiveram outro aliado cubano-americano nessa busca: o presidente do Comitê das Relações Exteriores do Senado, Robert Menéndez, que fez ligações telefônicas e escreveu cartas apoiando seu pedido de residência, lembra o The Daily Beast.

DOIS EMINENTES PARCEIROS DA MÁFIA CUBANO-AMERICANA

Menéndez e Ros-Lehtinen são identificados com a máfia cubano-americana de Miami. No Congresso, Ros-Lehtinen, que há alguns anos confessava à televisão britânica que estava a favor do assassinato do líder cubano Fidel Castro, não perde a chance de criticar o governo do presidente Rafael Correa e está ligada a golpistas equatorianos.

No mês passado, a NBC News informou que o FBI estava investigando Menéndez sobre possíveis delitos de corrupção relacionados com suas intervenções em nome dos irmãos delinquentes.

O fundo de campanha de Menéndez também foi generosamente engraxado por estes amigos equatorianos.

OS ISAÍAS MORAM EM CORAL GABLES, O DISTRITO DE ROS-LEHTINEN

Os Isaías doaram ao menos US$23,700 a Ros-Lehtinen, nos ciclos eleitorais de 2010, 2012 e 2014, de acordo com os registros federais de contribuição de campanha. Os irmãos Isaías moram em Coral Gables, precisamente no distrito de Ros-Lehtinen.

Em março de 2011, Ros-Lehtinen enviou uma carta ao então secretário de Estado Adjunto para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, a favor dos irmãos Isaías, pois estes dizem que “acreditam que estão sendo perseguidos politicamente e economicamente pelo governo do Equador”.

Para se defender, a congressista afirmou ao The Daily Beast que sua intervenção em benefício dos banqueiros era simplesmente um serviço de rotina de seu escritório, a favor de residentes do distrito.

“A família Isaías contatou meu escritório e, como é habitual, transmitiu-nos sua preocupação para com as agências federais. Nós nos encarregamos de centenas de casos similares e somos, provavelmente, um dos escritórios do Congresso que mais trabalha para resolver casos de interesse para nossa comunidade”, disse numa linguagem característica do mundo político dos EUA.

Ros-Lehtinen também disse ao The Daily Beast que, contrário a seu colega Menéndez, não pensa que ela se encontre sob investigação do FBI em relação com o caso Isaías. O FBI se negou a comentar.

Os Isaías são buscados no Equador desde o colapso de seu banco Filobanco, que faliu em 1998. Segundo a justiça equatoriana, os irmãos escaparam com mais de $100 milhões de fundos do banco.

O The Daily Beast também revela que em março de 2012, a congressista escreveu à secretária de Estado, Hillary Clinton, em nome de María Estefanía Isaías Plaza, que lhe tinham negado um visto de trabalho não residente H1B. O empresário Alfredo Balsera, que ia contratar Isaías Plaza, contribuiu pelo menos com US$1,000 à campanha de Ros-Lehtinen.

Em agosto de 2013, Ros-Lehtinen escreveu a Linda Swacina, vice-diretora do Serviço ao Cidadão de Imigração dos EUA em Miami, pedindo-lhe que se pronunciasse sobre o pedido de residência permanente de Estéfano Isaías. Em dezembro de 2013, escreveu à diretora de USCIS em Washington, Lori Scialabba, pedindo-lhe para reconsiderar o caso de Roberto Antonio Isaías Plaza, ao qual tinham negado um pedido de imigrante.

Os generosos membros da família Isaías também contribuíram com os fundos de campanha do senador Bill Nelson, da Flórida, da congressista e também presidenta do Comitê Nacional Democrata, Debbie Wasserman-Schultz, e do representante Joe García.

Estes três “democratas” são amigos próximos da Ros-Lehtinen e compartilham suas ideias ultradireitistas e seu ódio à emancipação da América Latina.

PRESIDE O FUNDO DE DEFESA DE POSADA CARRILES

Ros-Lehtinen, que deve sua primeira eleição ao Congresso a uma campanha de apoio ao defunto terrorista Orlando Bosch, que realizou com Otto Reich e Jeb Bush, agora preside o Fundo de Defesa do terrorista Luis Posada Carriles. Deve sua reeleição à máfia cubano-americana de Miami, herdeira da ditadura cubana de Fulgencio Batista.

A mulher de 60 anos que viajou a Honduras para apoiar publicamente o ditador Roberto Micheletti, enquanto a polícia matava manifestantes nas ruas de Tegucigalpa, é uma fervente predicadora de sua forma de democracia, a qual inclui golpes de Estado e assassinatos.

Segundo o Center for Responsive Politics, organismo independente que fiscaliza as doações a políticos, Ros-Lehtinen e vários políticos da Flórida, no fim da última década, aceitaram o dinheiro do banqueiro caloteiro Robert Allen Stanford, assim como políticos envolvidos em escândalos de corrupção, tais como Bob Ney, Jack Abramoff e Tom DeLay.

Ros-Lehtinen e seus amigos se sentiram aliviados, em fevereiro de 2010, quando se soube que o chefe de segurança de Stanford se encarregou de destruir milhares de documentos do banqueiro, quando foi descoberto o gigantesco calote.

Standord era acusado de calotear nada menos que US$7 bilhões a investidores. Em seu afã de comprar-se a complacência de políticos, uma prática característica da democracia norte-americana, Stanford contribuiu também a engrossar o fundo de campanha de Barack Obama com US$31,750.

ATÉ DESCOBRIU URÂNIO NO EQUADOR

Tão fanática é a congressista que em 2012, quando era presidenta do Comitê das Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, expressou seu temor que “o Irã obtenha acesso às reservas de urânio do Equador, para nutrir seu programa nuclear”.

O presidente do Equador, foi o primeiro surpreso pela denúncia: “Primeira vez em minha vida que tomo conhecimento de que o Equador tem urânio”, ironizou.

Em 2010, Ros-Lehtinen convocou, promoveu e presidiu uma Cúpula latino-americana fascista, em pleno Capitólio de Washington. “Agora mais do que nunca é o momento que os Estados Unidos apoiem seus amigos”, proclamou a legisladora republicana perante uma sala cheia de golpistas, terroristas e conspiradores de toda a classe.

O chamamento a apoiar os “amigos” cuja identidade não precisou, provocou expressões de satisfação no rosto de muitos dos participantes, entre os quais figurava o golpista equatoriano Lucio Gutiérrez, associado à tentativa de golpe e de magnicídio em Quito, ocorrida três meses antes.

 

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