4ª World
Series de Boxe
Domadores
respondem com suas luvas
Yoe
Tejeda
COMO era
esperado, o time dos Domadores de Cuba venceu sem
dificuldades os Knockouts dos Estados Unidos, no
primeiro enfrentamento, nas quartas-de-final, com
uma vitória ampla, por 5-0, que começou a
materializar-se, inclusive, antes do início dos
combates no ringue, pois o reforço portorriquenho,
Jantony Ortiz, ultrapassou o peso correspondente e
assim propiciou a vitória, sem combater, de Gerardo
Cervantes.
Bem perto do
ringue, que teve como sede a Cidade Esportiva, de
Havana, palco do enfrentamento entre boxeadores
estadunidenses e cubanos, estava o doutor em
Ciências da Cultura Física e o Esporte e
especialista em boxe, Luis Michel Alvarez Berta, o
qual oferece suas opiniões sobre o acontecido neste
enfrentamento.
"O time está
num bom momento. Para que não seja o campeão da
World Series têm que ocorrer acontecimentos
imprevistos, tais como péssimas decisões dos
árbitros, indisciplinas dalgumas das figuras
principais ou outro elemento fora do âmbito
esportivo, porque realmente não creio que haja outra
seleção capaz de vencer em seis combates a nossa".
No encontro
recente, o treinador cubano que trabalha com o time
dos Estados Unidos, Mariano Rodríguez, especulou que
poderia vencer em dois dos combates, aparentemente
pensando na inatividade de Emilio Correa (dois anos
fora das competições de elite) ou na juventude e nos
resultados modestos que mostram Cervantes ou Toirac,
neste evento. "Os Domadores foram os responsáveis
por responder com as luvas e não permitiram que seus
contrários levassem nem um triunfo".
A seguir, as
análises de Alvarez Berta sobre cada combate:
Nos 60 quilos:
Embora nenhum dos quatro combates fosse renhido ou
pelo menos que pudesse acalentar algum esperança de
vitória por parte dos visitantes, a que melhor
impressão deixou foi a do venezuelano Luis Alarcón
contra o campeão mundial Lázaro Alvarez. Nos últimos
combates, Lázaro esteve muito melhor quanto à
ofensiva, com golpes mais efetivos, mantendo sua
acostumada capacidade defensiva e de movimentos
rápidos.
69 quilos: Foi
ganha sem problemas por Roniel Iglesias perante
Gabriel Mestre (outro da Venezuela), campeão
pan-americano no Chile, no ano passado e vencedor do
cubano Arisnoidis Despaigne nesse torneio. Embora,
mais tarde, Mestre perdesse para o mesmo Despaigne,
num torneio em Kazaquistão. Roniel vê-se com muita
confiança e com grande motivação. Perante um
contrário dessa qualidade não teve inconveniente em
vencer nos dois primeiros assaltos. Apesar de não
ter força nos punhos, é canhoto e maneja muito bem
os socos de esquerda ao fígado e isso foi o que
aconteceu no terceiro assalto, quando venceu por
nocaute.
81 quilos:
Emilio Correa desenvolveu-se bem contra o brasileiro
Michel Borges, mas mostrou cansaço a partir de
metade do terceiro assalto. É a primeira vez que faz
um combate de cinco assaltos, de três minutos cada,
pois esteve dois anos sem boxear de forma oficial.
No quinto assalto, deu um extra e venceu sem
problemas. Embora mostra-se uma boa forma física,
ainda continua batendo com a luva aberta, os golpes
não são sólidos e carece de pensamento tático.
Apesar disso, é uma boa alternativa, que vem
reforçar, ainda mais, esta divisão.
Mais de 91
quilos: Yoandi Toirac impôs sua maior mobilidade e
fez um excelente trabalho com a mão mais adiantada.
Venceu os três primeiros assaltos e a partir do
quarto assalto, o sueco Mohamed Sallah — sem
aspirações de triunfo e com poucas possibilidades
técnicas — evitou o combate e inclusive, numa
ocasião, até se virou de costas e acabou o assalto
por puro compromisso.
A segunda etapa
deste enfrentamento das quartas-de-final tem sido
marcada para o sábado 12 de abril, quando os
Domadores viajem até a cidade de Salem, no estado
norte-americano de Massachussets, para completar sua
vitória sobre os Knockouts e assim avançar para a
semifinal, onde devem enfrentar o time da Rússia.
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