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Cuba despede-se do treinador de vôlei feminino mais
premiado no século XX
EUGENIO George
Laffita, premiado diretor técnico que durante
décadas dirigiu as seleções femininas cubanas de
vôlei, vencedoras de três medalhas de ouro em Jogos
Olímpicos e campeonatos mundiais, faleceu na noite
do sábado 31 de maio, aos 81 anos, vítima de câncer.
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Fidel
Castro, líder histórico da Revolução
Cubana, soube reconhecer os grandes
sucessos do vôlei cubano. Na foto
aparece junto ao professor Eugenio
George. |
Mireya Luis,
capitã do famoso time cubano, que foi chamado de As
espetaculares morenas do Caribe, pronunciou as
derradeiras palavras de adeus, no túmulo familiar,
no cemitério Colombo, de Havana, onde foram
enterrados os restos mortais do premiado treinador.
Mireya, glória
do esporte cubano, destacou que "não despedimos
alguém que teve uma história comum, despedimos um
herói do esporte, alguém que quase até o último dia
de sua vida esteve na quadra entregando sabedoria,
experiência e calma, porque nem sempre no vôlei tudo
foi cor-de-rosa", afirmou.
"Ele teve a
inteligência para se recuperar depois de um revés.
Nosso agradecimento por ser tão humano, por deixar
tanto amor impregnado naqueles que hoje te
acompanhamos até aqui", expressou Mireya Luis.
Dentre as
oferendas florais enviadas à funerária onde foram
velados seus restos, esteve a do presidente do
Comitê Olímpico Cubano, José Ramón Fernandez.
Desde as
primeiras horas do domingo 1º de junho, ex–jogadoras
de várias gerações que fizeram parte do time
nacional, jovens da atual pré-seleção, treinadores
de diversas disciplinas, dirigentes do Instituto
Nacional dos Esportes, Educação Física e Recreação (Inder)
estiveram presentes para render-lhe homenagem. Foi
sepultado no cemitério Cristóvão Colombo, de Havana.
UMA VIDA
CONSAGRADA AO VÔLEI
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Em 9 de
janeiro de 2014, Eugenio George recebeu
a Ordem do Colar Dourado da Norceca,
distinção que recebeu durante uma
cerimônia efetuada na sede dessa
entidade. |
Considerado
principal artífice do vôlei cubano, George nasceu em
22 de fevereiro de 1935, na cidade de Baracoa, na
província de Guantánamo. Ainda muito jovem começou a
praticar voleibol. Nos fins da década de 1940, sua
família viajou a Havana, à procura de melhoras
econômicas, George começou o bacharelado e entrou
nas práticas do vôlei, junto do seu irmão Edgar,
tornando realidade seus sonhos de converter-se em
esportistas de primeiro nível.
Graças à sua
disposição foi escolhido para a seleção nacional,
como atacador auxiliar, participando dos Jogos
Pan-americanos do México, em 1955 e de Chicago, em
1959, nos Jogos Centro-americanos e do Caribe da
Jamaica, em 1962 e no Campeonato Mundial de Paris,
1956, entre outros certames. Nos fins dos anos 50
retirou-se do esporte ativo.
Foi um dos
iniciadores da projeção mundial da Escola Cubana de
Vôlei, em 1968, ao estudar as características do
vôlei cubano e exigir um treinamento igual ou
superior a uma competição. Deixou registrado o
método para o desenvolvimento da resistência e o
fortalecimento psicológico de suas discípulas. Nesse
mesmo ano assumiu a direção técnica do time feminino,
conhecido como As morenas do Caribe.
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George
junto das espetaculares Morenas do
Caribe. |
Reconhecido
pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) como
o melhor treinador de times femininos do século 20,
nos últimos aos, George foi também presidente da
Federação Cubana desse esporte e depois se manteve
como assessor dos times nacionais.
Por sua
reconhecida trajetória como técnico e professor de
várias gerações passou a fazer parte, desde o ano
2005, do Hall da Fama do Voleibol. Foi credor das
condecorações de Herói Nacional do Trabalho e a
Ordem do Colar Dourado, da Confederação da América
do Norte, Central e do Caribe de Vôlei (Norceca), da
qual era, até sua morte, presidente da comissão
técnica e de treinadores. (Redação do Granma
Internacional).
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