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Esperança a caminho do Mundial
Marlon
Vega González
A esperança que
hoje manifestam os torcedores cubanos de que suas
seleções nacionais de vôlei, nos dois sexos,
obtenham a classificação para o Mundial de Vôlei é
imensa e objetiva. O Torneio da América do Norte,
Central e do Caribe (Norceca), terá como sede,
novamente, a Cidade Esportiva de Havana. Para o sexo
feminino, a competição começa em 14 de maio e se
estende até o dia 17.
Para os cubanos
se torna gratificante ter, mais uma vez, a chance de
ver jogar estes voleibolistas. A nova geração
feminina da Ilha maior das Antilhas, com uma média
de idade de 18 anos, é uma das mais jovens em nível
mundial, liderada pela atacadora central e capitã do
time, Rossana Giel, e a atacadora oposta e ainda
adolescente, com 14 anos, Melisa Vargas, que
demonstrou notáveis progressos técnicos e
capacidades físicas, depois de sua estreia na
seleção nacional de seniores, no ano passado. Nelas
deve se concentrar o maior peso ofensivo do time.
Apesar de que
esta seleção ainda carece de uma líder inspiradora,
espírito coletivo superior e da experiência que
ajuda a comportar-se na competição, em boa medida
pela sua juventude e pelo pouco tempo que levam
jogando na categoria de seniores, algo que as obriga
a crescer e procurar superação constante, bem que
poderiam dar um bom espetáculo.
Numa conversa
com o Granma Internacional, o diretor técnico das
jogadoras cubanas, Juan Carlos Gala, disse que suas
garotas jogarão sob o sistema 5-1 (cinco atacadoras
e uma para o serviço) e que os times que devem
enfrentar são: Curaçau, Haiti e Trinidad e Tobago,
nessa ordem. Segundo nossa opinião, o último time
deve ser o mais complexo, pois segundo dados da
competição, suas jogadoras têm uma estatura média de
1,84 metro, e algumas delas jogam em ligas europeias,
embora ache que não tenham o poder suficiente como
para fazer explodir o time cubano.
Na sua
preparação, nossas garotas efetuaram jogos amistosos
com o time masculino, da categoria de cadetes.
Durante a redação deste artigo, pudemos acompanhar
alguns desses jogos, que evidenciavam o
desenvolvimento de algumas dessas jogadoras, no
último ano. A maioria possui um bom ataque e
serviço, algo que caracteriza a Escola Cubana de
Vôlei, nem tanto assim na recepção e na passagem.
Essa é uma preocupação, sobretudo porque nossas
jogadoras especialistas no serviço, ainda em plena
formação, não possuem uma ampla variedade de
jogadas, numa posição onde não só se requer do
domínio técnico da bola, mas também possuir um
pensamento tático desenvolvido, para colocar a bola
às atacadoras no momento e na forma adequadas.
Sabemos que o
time tem que corrigir erros, fazer maior número de
combinações e aumentar o espírito de luta,
procurando conseguir o objetivo principal desta
competição: conseguir a almejada vaga para poder
participar do Campeonato Mundial da disciplina, que
terá lugar em setembro próximo na Itália e com isso
manter a presença consecutiva de Cuba nestas lides,
que começou em 1970. Esta poderia ser a ocasião
idônea para apagar a péssima imagem do Mundial
sub-23, efetuado no México.
TIME MASCULINO
QUER OBTER CLASSIFICAÇÃO
A seleção
masculina cubana acaba de retornar do México, onde
teve três encontros amistosos e treinos com o time
mexicano, durante aproximadamente uma semana.
Precisamente, esse time será um dos nossos
contrários, no Grupo F da Liga Mundial deste ano.
Os jogadores
cubanos, que ficaram durante mais de seis meses sob
as decisões do diretor técnico e ex-atleta de grande
qualidade Rodolfo Sánchez, são favoritos para obter
o único posto de classificação que outorga este
torneio Norceca, com direito a participar do Mundial
de Vôlei masculino, neste ano, na Polônia.
Se bem o vôlei
cubano não está num bom momento, uma olhada ao
desempenho deste time, durante o último torneio
Norceca, efetuado em Canadá, deixa bem claro que o
time nacional tão só perdeu para seleções de alto
nível, como a dos Estados Unidos e o Canadá, duas
finalistas da última Liga Mundial, que não estarão
presentes neste torneio de classificação, pois já
têm garantida sua participação no Campeonato do
Mundo.
Nesta ocasião,
a seleção cubana deve enfrentar os times de
Suriname, Bahamas e da República Dominicana. O
começo da competição masculina se prevê de 15 a 25
do mês de maio.
A equipe
antilhana apresenta um grupo de jogadores bem jovem,
semelhante à seleção feminina. Nela só o líbero
Keibel Gutuiérrez, o atacador auxiliar e oposto
Rolando Cepeda e o central Isbel Mesa participaram
do mundial anterior celebrado na Itália, onde
obtiveram a segunda colocação.
Precisamente
Cepeda, por ser um bom exemplo de jogador, graças ao
seu rendimento, responsabilidade e comportamento na
competição, é o homem chamado a dirigir a ofensiva
de um time que, sem possuir muitos jogadores
excepcionais, em boa medida por sua já referida
juventude, é digno de apreciar sua constante
combatividade e desejos de jogar, algo fundamental
nesta seleção que no próximo mês deve concorrer na
Liga Mundial, um torneio que resulta muito mais
exigente.
Segundo já foi
anunciado, em ambos os sexos será aplicado o sistema
de todos contra todos, para posteriormente, lidarem
o ocupante da primeira colocação com o da quarta, e
o da segunda com a da terceira. Os vencedores
discutirão o ouro e os perdedores o bronze.
Dessa forma, as
seleções nacionais de Cuba concorrerão no seu
próprio país e a torcida cubana, exigente mas fiel e
cheia de esperanças, poderá valorizar com seus
próprios olhos como se encontram seus times. Os
treinadores de ambas as equipes, bem como os
assistentes, são cientes do desafio que terão seus
alunos neste torneio pré-mundial. Sabemos que nós
temos jogadores e pessoal técnico qualificado, para
chegar novamente ao que aspiramos: estar entre os
melhores do mundo, sempre e quando sejamos capazes
de cuidar bem dessa "flor" que é nosso voleibol.
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