Veracruz
torna-se a capital
centro-caribenha
• Sede dos 22os
Jogos Centro-Americanos e do Caribe
• Pela quarta ocasião o México será o anfitrião
destas lides
Oscar Sánchez Serra
A América Central e o Caribe estão
de festa a partir da cidade mexicana de Veracruz.
Com a cerimônia de acender o fogo da vigésima
segunda edição dos jogos esportivos, os mais antigos
de caráter regional na era moderna, no passado dia
14 de novembro, começou a luta fraternal por ser o
mais rápido, o mais forte e o mais alto em mais de
40 disciplinas esportivas.
O México acolhe esta reunião
multiesportiva pela quarta ocasião, pois ali teve
lugar a fundação dos jogos, em 1926, e também foi
sede dos jogos de 1954 e 1990. Para a ocasião, o
país anfitrião será defendido por 752 atletas,
incutidos da potencialidade que dá ser a sede e o
desenvolvimento atingido dos últimos anos, com o
qual pretendem registrar um desempenho histórico,
pois tentarão subir ao topo do quadro de medalhas,
quando no dia 30 o fogo seja apagado.
Mas, para isso, México deverá vencer
a maior potência esportiva da área: Cuba, que com
543 esportistas tem o compromisso de manter o lugar
de honra, que não perdeu desde os jogos realizados
na Cidade do Panamá, em 1970.
Essa rivalidade marcará o
desenvolvimento de cada dia do calendário de
competições. O país mexicano obteve o maior número
de medalhas de ouro nas edições que tiveram lugar em
San Salvador-2002 e Mayaguez-2010, ambas sem a
presença de Cuba, pois não lhe ofereceram as mais
mínimas condições, como estipulam os regulamentos do
movimento olímpico internacional.
Não serão descartáveis e, ainda,
deverão ser levadas em conta as representações da
Venezuela e a Colômbia, duas das principais
animadoras da luta pelo lugar de honra. Venezuela
apresenta 546 aspirantes aos títulos e a Colômbia
416; nestes últimos destacam sete atletas que
obtiveram medalhas olímpicas em Londres-2012.
Em Mayaguez, a Venezuela fez tenaz
resistência na luta pelo topo do quadro de medalhas.
Há quatro anos ficou segunda e conseguiu 116
medalhas de ouro, somente 11 menos que a delegação
mexicana. Nessa ocasião, a Colômbia também
ultrapassou a centena de medalhas, com 104.
Ainda que os jogos Centro-Americanos
e do Caribe não tenham o antepassado competitivo de
uns Jogos Pan-Americanos e ainda menos de uns
Olímpicos, o desafio será maiúsculo para a delegação
cubana. Seria preciso começar dizendo que Cuba
reaparece nesta cidade depois de oito anos afastada
do ambiente atlético centro-caribenho e além desse
fator contrário tem pela frente outro ainda maior.
Acontece que em Veracruz, dos 543
atletas cubanos, 467 o fazem por primeira vez neste
tipo de competição, com a responsabilidade de manter
a glória com a qual grandes figuras têm entrado na
história do esporte cubano, na sua passagem pelos
Jogos Centro-Americanos e do Caribe. Se a isso
acrescentamos que a delegação tem a desvantagem de
não participar em 108 disputas de medalhas —
praticamente 25% dos eventos de competição — se pode
apreciar a magnitude da façanha que deverão escrever
os jovens esportistas.
Atletismo, boxe, judô, taekwondo,
caratê, tiro, canoagem, remo e levantamento de
pesos, são alguns dos esportes de melhores
possibilidades, embora as equipes de basquete —
sobretudo feminino — vôlei — neste caso os homens —
o beisebol, os dois times de handebol e de hóquei
sobre relva, têm a mesma pretensão de medalhas. O
mesmo acontece com algumas individualidades da
esgrima, o ciclismo e a vela.
De qualquer forma, Cuba tornou
público que o objetivo na ordem esportiva é
continuar prestigiando o principal palco esportivo
da região e para esse empenho, não abriu mão da
pretensão de participar com suas melhores figuras,
dando prioridade a estes jogos, acima de outros
compromissos de maior categoria.
Ainda, Cuba também expressou que
suas aspirações, não outras, são as de se tornar
novamente a rainha do mundo atlético da região
centro-americana.