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A festa volta à América Latina
Lorena Sánchez García
PASSADOS 28 anos, a Copa Mundial de Futebol volta à
América Latina e desta vez, no ano 2014, entra pela
porta grande, pois terá lugar no Brasil, berço do
futebol, contando ainda com a maior presença de
países da região: Brasil, Argentina, Uruguai,
Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Honduras e o
México.
Esta singularidade, unida ao mito de que nunca uma
seleção da Europa foi campeã na América, converte
esta Copa Mundial numa verdadeira chance para os
países deste lado do Oceano Atlântico.
E tendo como pano de fundo o cenário pitoresco em
que decorrerá, quando saia rolando a bola pela
primeira vez, em 12 de junho, a batalha pelo título
terá seus favoritos. Espanha, como campeã a ser
derrotada; Alemanha, com o meio campo mais talentoso
que se recorde; O Brasil, procurando sua sexta coroa
no lar; Argentina, com uma formação dianteira de
luxo; Uruguai, que sonha em repetir sua façanha do
Maracanaço; e a Itália, Inglaterra e a França, que
como campeãs do antigamente e potências de sempre
serão acompanhadas por milhares de fãs.
Eles todos, afinal, acumulam fartas razões para
serem candidatos, embora nessa mesma linha poderiam
estar outras seleções que, ainda que tenham ou não
estrelas na lista de jogadores, aspiram com menor
força.
Portugal, sem mais, com a única presença de
Cristiano Ronaldo — se finalmente é determinada sua
inclusão na seleção lusa — cumpre esses requisitos,
tal como uma eterna candidata como a Holanda, com
Arjen Robben, Wesley Snaijder e Robin Van Persie,
enquanto os Diabos Vermelhos da Bélgica, apesar de
terem estado 12 anos afastados da elite
futebolística mundial, pretendem desta vez serem a
surpresa, com uma nova geração, onde abundam
excelentes jogadores, como o explosivo médio do
Chelsea, Éden Hazard, e o solvente guarda-redes do
Atlético de Madri, Thibaut Courtois na liderança.
Não existem dúvidas de que o Brasil fará parar o
mundo, pois é plenamente o evento futebolístico mais
esperado pelos torcedores, apesar das lacunas que se
têm apresentado no plano organizativo. Às portas do
jogo de inauguração, diretivos da FIFA manifestaram
sua preocupação pelo andamento dos trabalhos em três
dos doze estádios que servirão de sede para o
Mundial.
Os estádios de cidades como Natal, Porto Alegre e
São Paulo ainda não foram devidamente testados para
garantir seu correto funcionamento durante o
torneio. Mais, a esses se acrescentam outros
problemas, nos últimos meses, se levarmos em conta
que a Federação dos Atletas do Brasil apresentou um
pedido para mudar os horários dos jogos programados
a partir das 13 horas (no horário local) arguindo o
impacto negativo que poderia ter nos jogadores o
calor e a umidade de algumas das sedes,
especialmente nas zonas norte e nordeste do país
sul-americano. Caso não serem implementadas as
mudanças, os diretivos sugerem um recesso de ao
menos dois minutos em cada tempo, para que os
esportistas se hidratem.
Tudo isso sem atender aos protestos civis pelo
custo econômico elevado que teve a organização do
evento. A esse respeito, o ex-craque Ronaldo Luis
Naázio de Lima, membro do Comitê Organizador,
expressou durante uma entrevista, publicada pelo
jornal A Folha de São Paulo, que a Copa do
Mundo será um evento “brilhante”, embora o Brasil
não terá “todo o legado” que se esperava, enquanto
que a FIFA não deseja promover mais um Mundial nesse
país.
O evento — mais além dos desafios individuais, da
preferência ou não de um time no particular — também
será a festa dos recordes, elemento agregado que
torna o futebol um espetáculo. Este é o Mundial onde
a marca histórica do próprio Ronaldo, máximo
anotador dos mundiais (com 15 gols) correrá o perigo
de ser superada pelo alemão Miroslav Klose; a Itália
poderia igualar o Brasil, caso vencer pela quinta
ocasião; e a Alemanha entrará na história como a
primeira seleção a chegar a 100 jogos disputados em
Copas mundiais — o Brasil tem 97 encontros — quando
faça sua estreia, frente a Portugal, na abertura do
grupo C.
Cuba, apesar de não ter seu time classificado para
o Mundial Brasil 2014, também acompanha a magia do
Mundial. Os cubanos adotaram como favoritas várias
das seleções participantes; e dessa maneira, na Ilha
podem ser achados fãs do Brasil, Argentina, Espanha,
Alemanha ou Inglaterra, entre outros. Sempre com a
possibilidade de desfrutar ao máximo o encontro,
pois todos os jogos serão transmitidos ao vivo.
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