|
De Margarita a San Juan,
a Caribbean Series
Oscar Sánchez Serra
MÉXICO, o país de maior destaque no futebol da bacia
do Caribe, se tem convertido, agora, no país que
dita as regras no beisebol dessa região. Venceu em
três dos últimos torneios da zona, incluindo o
torneio da Caribbean Series, que concluiu
recentemente na Ilha Margarita, Nueva Esparta, o
único estado insular da República Bolivariana da
Venezuela.
Os mexicanos foram representados pelo campeão da
Liga do Pacífico dessa nação, o time Naranjeros de
Hermosillo, que sucede no reinado outro time
mexicano, o Yaquis de Obregón, campeão da Caribbean
Series de 2013 e na de 2011.
O desempenho do time Naranjeros de Hermosillo
colocou o México no terceiro lugar histórico das
Caribbeans Series, com oito coroas, com o qual
aparece agora com o mesmo número de vitórias de
times de Cuba e da Venezuela, que também foram
campeões desses certames em oito ocasiões. Os
Naranjeros não conseguiam a vitória desde 1976,
quando se converteram no primeiro time do beisebol
mexicano a obter o primeiro lugar e a coroa na lide
caribenha de campeões deste esporte.
Na final, Naranjeros venceu o time porto-riquenho
Indios de Mayagüez, que segundo a opinião de muitos,
nós incluídos, fez muito mais do que seu conjunto de
jogadores prometia. Contudo, apesar de ter um
desempenho espetacular, Porto Rico não conseguiu
saciar a sede do triunfo na Caribbean Series, pois
não obtém o primeiro lugar desde há 14 anos.
Duas grandes decepções teve a Caribbean Series: a
saída inesperada da seleção local, Navegantes del
Magallanes, que foi derrotada duas vezes a fio pelos
porto-riquenhos, e a pobre atuação do time que
representava Cuba: o Villa Clara, atual titular da
Ilha maior das Antilhas.
Era quase um fato aceito ver os venezuelanos na
disputa do título; não obstante, sua ofensiva
fraquejou nos momentos mais importantes do jogo e
ante os porto-riquenhos e quando tentaram diminuir a
vantagem, os arremessadores contrários lhes
impediram marcar pontos. Muitos opinaram que, já
classificados, os venezuelanos não deram importância
ao jogo final, justamente ante os Indios de
Mayagüez, pois ainda que vencessem ou fossem
derrotados, deviam manter o primeiro lugar dentre os
quatro classificados para a final.
Inclusive, até se chegou a comentar que isso lhes
dava a possibilidade de escolher seu próximo
contrário: neste caso Porto Rico ou Cuba. Caso
perderem deviam enfrentar Porto Rico e caso
vencerem, deviam jogar com Cuba. Determinaram
enfrentar Porto Rico pensando que era a melhor
escolha, mas afinal os porto-riquenhos acabaram se
convertendo em seus vitimários.
Creio que o time Magallanes fez o correto, tentou
não cansar os jogadores de primeira linha em um jogo
que não tinha nenhum valor, para guardar tudo para o
outro encontro, que era decisivo para passar à
final, embora tivesse que enfrentar duas vezes o
mesmo time. A tática saiu mal, sim, mas era o mais
lógico, independentemente de qual time seria mais
fácil de vencer.
Do time cubano Villa Clara é preciso dizer que a
torcida esperava mais, em meio da expectativa que
gerou o retorno de um time cubano a estes
campeonatos, depois de 54 anos de ausência. Isso
pode ter provocado certa pressão nos jogadores, mas
nem tanto porque foi o time que mais pontos permitiu
aos contrários; foi o time que mais erros cometeu no
campo, com uma média de 959, um indicador quase raro
e praticamente inexistente neste nível do beisebol,
onde os erros se pagam caro, pois o contrário
aproveita qualquer fraqueza.
Segundo nossa opinião, o time careceu de uma
estratégia elaborada previamente ao torneio, talvez
por desconhecimento e por falta de informação, bem
como um critério não certeiro de seleção. É
impossível chegar a uma competição deste tipo com um
quadro de jogadores no qual vários deles jogam nas
mesmas bases. No beisebol moderno, com a
versatilidade que é exigida aos jogadores do quadro,
foi um esbanjamento, que bem podia ter sido usado
para levar mais arremessadores, um ponto fraco, em
nível nacional e internacional, do beisebol cubano.
E o time da República Dominicana, com o aval de ser
a nação com maior número de títulos ganhos na
Caribbean Series, e com um time de luxo, com
jogadores de experiência nas Major Leagues e outros
com muitas perspectivas de tê-las, não conseguiu
vencer o México na semifinal e não chegou à final,
o qual teria conseguido na passada edição, na cidade
mexicana de Mexicalí. Sua principal deficiência: não
marcar pontos no momento chave, algo que sobrou ao
México.
San Juan de Puerto Rico, espera a 57ª edição da
Caribbean Series, em fevereiro de 2015, com um novo
formato estreado na Ilha Margarita, que deixou atrás
o sistema de todos contra todos ou round robin, para
adotar o espetáculo das semifinais cruzadas. Com
mais um ano de experiência, Cuba deve crescer em
qualidade, com a expectativa de ter um melhor
beisebol.
|
OFENSIVA DOS TIMES NA
CARIBBEAN SERIES - ILHA MARGARITA-2014 |
|
Equipes |
VB |
C |
H |
2B |
3B |
Hr |
CI |
SLG |
SO |
BB |
AVE |
|
México |
200 |
34 |
57 |
8 |
2 |
7 |
33 |
450 |
38 |
20 |
285 |
|
Dominicana |
170 |
25 |
41 |
7 |
0 |
5 |
23 |
371 |
25 |
20 |
241 |
|
Cuba |
132 |
13 |
31 |
7 |
1 |
2 |
11 |
348 |
17 |
8 |
235 |
|
Venezuela |
156 |
20 |
36 |
3 |
0 |
3 |
17 |
308 |
27 |
14 |
231 |
|
Porto Rico |
186 |
19 |
36 |
10 |
0 |
3 |
18 |
296 |
35 |
15 |
194 |
|
DESEMPENHO DOS ARREMESSADORES
NA CARIBBEAN SERIES MARGARITA-2014 |
|
Equipes |
EL |
C |
CL |
H |
Hr |
WHIP |
SO |
BB |
PCL |
|
Venezuela |
44 |
16 |
14 |
32 |
1 |
1.09 |
32 |
16 |
2.86 |
|
Porto Rico |
53 |
25 |
20 |
50 |
7 |
1.34 |
27 |
21 |
3.40 |
|
México |
53 |
23 |
22 |
44 |
5 |
1.02 |
29 |
10 |
3.74 |
|
Dominicana |
44 |
20 |
19 |
34 |
3 |
1.05 |
29 |
12 |
3.89 |
|
Cuba |
34 |
27 |
25 |
41 |
4 |
1.74 |
25 |
18 |
6.62 |
|