"ARTE em La Rampa", significa mais
que o nome concebido para uma Feira cultural e
comercial, que há mais de quinze verões têm lugar no
Pavilhão Cuba, em Havana.
A La Rampa é uma zona muito atraente
do bairro Vedado, que se estende desde a rua L — que
em três de suas esquinas tem o hotel Habana Libre, a
sorvetaria Coppelia e o cinema Yara — até a beira-mar
havanesa.
Outra de suas atrações são seus
amplos passeios da rua, enfeitados com mosaicos
artísticos de granito, concebidos por alguns dos
mais ilustres pintores da Ilha, entre eles, Cundo
Bermudez, Amelia Peláez, René Portocarrero, Wifredo
Lam, Luis Martínez Pedro, Salvador Corratge, Raúl
Martínez, Antonio Vidal, Mariano Rodriguez e Sandu
Darié.
Alguns dos espaços que tornam
especial La Rampa são o Pavilhão Cuba. Precisamente,
em 1967, aí teve lugar o famoso Salão de Maio de
Paris, por primeira vez fora das fronteiras que o
gestaram.
Este salão em Havana foi um dos
maiores acontecimentos culturais na história das
artes plásticas na América Latina.
É possível conhecer mais sobre
aquela sui generis exposição coletiva de artistas,
representantes da vanguarda européia, graças a um
livro da pesquisadora e crítica cubana Llilian
Llanes, Salón de Mayo. De Paris en La Habana,
julio de 1967 (editora Artecubano).
Llanes faz uma análise sobre esse
acontecimento cultural, que completou com
fotografias das obras e a identificação da maioria
de seus autores, aos que acrescenta comentários da
imprensa nacional e estrangeira da época.
À frente da Primeira Bienal de
Havana e por várias das sucessivas edições, Llanes
lembra que o mural Cuba coletiva, obra assinada por
mais de cem pintores, é a peça mais conhecida que
legou do Salão de Maio e da qual se fez uma cópia,
durante uma das primeiras edições da Bienal.
Como Arte em La Rampa, foi
perfeitamente batizada esta Feira estival anual que
agora completa 15 anos e que tem lugar de 27 de
junho a 31 de agosto, em sua sede tradicional, o
Pavilhão Cuba.
O diretor do Fundo Cubano de Bens
Culturais e presidente do comitê organizador, Jorge
Alfonso, considerou relevante o fato de "que se
possa ter mantido, e em especial elevado sua
qualidade".
Neste ano, a Feira Arte em La Rampa
começou sendo fiel aos seus objetivos: o artista
Alfredo Sosabravo apresentou uma pasta de
reproduções de suas obras.
Em julho, haverá uma jornada
dedicada ao maestro Juan Formell (falecido) e sua
orquestra Los Van Van , que se inicia com a
inauguração da exposição Formell Manía,
integrada por 25 gigantografias, realizadas a partir
de fotografias de Iván Soca sobre diferentes
momentos da vida e carreira do popular músico e sua
agrupação.
Outra importante exposição será
inaugurada, em agosto, intitulada Epopeya, e
será
integrada por fotografias de Alberto Korda, Liborio
Noval, Osvaldo Salas, Perfecto Romero, Enrique
Meneses, e outros, com a curadoria da artista Lesbia
Vem Dumois, presidenta da Associação das Artes
Plásticas da União de Escritores e Artistas de Cuba
(Uneac).
No espaço
nomeado Salão de Maio, do próprio Pavilhão, será
apresentada uma pasta com as produções dessas
fotografias.
Durante estes
três meses foram organizados concertos de populares
artistas de vários gêneros musicais, entre eles,
David Alvarez e Juego de Manos, Raúl Paz, Telmary,
Ivette Cepeda, Polito Ibañez, Tony Avila, Luna
Manzanares, David Blanco e o grupo Qva Libre.
A Feira também
tem seu aspecto comercial. Nesta ocasião, com mais
de cem estandes e em todos eles se podem comprar
sapatos, têxteis, moveis, cerâmica, ourivesaria,
trabalhos feitos em madeira e em mármore, bem como
produtos artesanais, livros e discos.
Com certeza,
este verão também traz muita arte em La Rampa.