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Maio Teatral em Cuba
UMA
boa notícia para os fãs do teatro. “A próxima
temporada de teatro latino-americano e caribenho
Maio Teatral, será realizada de 16 a 25 de maio”,
informou Vivian Martínez Tabares, à frente da
Direção de Teatro e curadora principal da temporada,
que divulgou os detalhes do evento a teatrólogos,
jornalistas e espectadores fiéis desta arte.
Um
breve percurso pelo cartaz artístico do encontro
deixou claro o interesse temático e conceptual da
próxima edição: “um cruzamento cultural, geográfico
e de linguagens em reconhecimento ao espaço de
diálogo e síntese das diversas artes que é o palco”.
Assim vê isto Martínez Tabares nos espetáculos
procedentes do México, Brasil, Bolívia, Equador,
República Dominicana e Cuba. Segundo anunciou,
alguns deles poderão ser apreciados em Cienfuegos,
Santa Clara, Camagüey e Santiago de Cuba.
A
Bolívia chega com dois grupos: Kiknteatr e Teatro
dos Andes. Do primeiro se lembra a seu diretor,
Diego Aramburo quando participou, em 2009; e o
segundo visitou Maio Teatral em 2002, com dois
espetáculos dirigidos por seu fundador César Brie,
que esteve à frente do grupo na época.
Duas
versões shakespeareanas nos aproximam de ambos os
grupos. Romeu e Julieta de Aramburo, com atuação e
direção de Diego, é “uma reflexão sobre temas
arquetípicos de Shakespeare, mas pensados nas
diversas ‘realidades bolivianas’.
Do
Brasil chegam Boa Companhia e Teatro da Margem. Boa
Companhia propõe dois espetáculos: Primus, baseado
no conto “Comunicado a uma academia”, de Franz
Kafka; e Cartas do Paraíso, na qual de imagens
simbólicas se recria uma das buscas mais ancestrais
do homem, a do paraíso.
Fundado em 2007, por Narciso Telles, Teatro da
Margem se apropria da dramaturgia e da literatura
latino-americana em espanhol: Potestade, do
psicanalista, ator e diretor argentino Eduardo
Pavlovsky, muito conhecido em Cuba; e Memorial de
Silêncios e Margaridas, construído a partir de
textos do escritor uruguaio Eduardo Galeano e de
testemunhos de vítimas da ditadura militar
brasileira.
Retorna à Ilha, para regozijo de público e fãs, o
grupo Malayerba, do Equador, liderados pelo ator,
diretor e dramaturgo Arístides Vargas e pela atriz e
mestra Charo Francés. Desta vez, o dueto encenará
Instrucciones para abrazar el aire (Instruções para
abraçar o ar), uma das mais recentes criações de
Vargas. A obra parte dum fato real contado aos
atores há mais de três décadas: o desaparecimento de
Clara Anahí Mariani, da casa de seus pais, em La
Plata.
O
grupo mexicano Teatro de Certos Habitantes visita a
Casa pela primeira vez. Fundado em 1997 e
reconhecido no âmbito internacional por suas
montagens Becket ou a honra de Deus, entre outros
espetáculos, chega com El automóvil gris (O carro
cinzento), dirigido por Claudio Valdés Kuri. A peça
joga com o filme do cinema mudo mexicano do mesmo
título, realizado em 1919.
Martínez Tabares anunciou, também, a realização de
duas oficinas de criação. O silêncio da atriz-ator,
estará a cargo de Charo Francés e é dirigido a
atores profissionais; e A dramaturgia contra o
Teatro e vice-versa, por Gabriel Calderón, diretor
do grupo uruguaio Complot, convoca a dramaturgos,
diretores, atores profissionais e estudantes de
nível superior.
Cuba
estará representada com obras dos grupos Estúdio
Teatral de Santa Clara, Teatro El Público, Teatro de
la Luna e Teatro de las Estaciones.
Com
esta primeira badalada a Casa avisa: procurem
cadeiras, está a ponto de se apagar a luz. (Excertos
extraídos da Ventana de Casa das Américas)
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