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Silvio Rodríguez recebe prêmio
Barnasants 2014
Ladyrene Pérez e Mónica Rivero
SILVIO Rodríguez foi homenageado com o premio
Barnasants 2014, entregue nos Estúdios Ojalá por
Pere Camps, criador deste Festival de canção de
autor (dos mais importantes da Europa) em 1996 e seu
diretor desde essa época.
Camps declarou que o reconhecimento obedece ao fato
de que Silvio é “alguém que toma as palavras, as
trabalha como se fossem argamassa e as devolve em
canções, que falam sobre nossos “amores, desamores,
esperanças, liberdades, igualdades e contradições,
sem as quais o mundo não avançaria. Por isto e por
muito mais”.
Também entregou-lhe uma serigrafia com o lema
Barnasants em catalã, cuja tradução significa: A
pátria é do povo.
“O
lema é maravilhoso”, comentou Silvio, que também se
referiu ao Festival Barnasants como “um dos poucos
festivais que há no mundo, que se dedica a manter
vivente a canção de autor, do ponto de vista
cultural e do compromisso”.
Afirmou receber o prêmio “com o mesmo sentimento de
honra” com que uma vez recebeu, em 1985, “um pequeno
violão que me deram no Festival Tenco (de San Remo).
Creio que são festivais muito irmanados porque os
dois são pobres, de pessoas honestas que amam a
cultura e as pessoas. Aquele que pedir mais, como
dizia um amigo meu, é um guloso”.
Em
breve intercâmbio com a imprensa, as duas figuras se
referiram à recente divulgação do vídeo Ojos
color sol, tema musical de Calle 13 e Silvio
Rodríguez.
O
trovador cubano considera que o grupo porto-riquenho
é “uma vanguarda juvenil na canção. É um privilegio
que jovens tão prestigiosos chamem um velhinho como
eu para gravar”, disse à maneira de gracejo, antes
de concluir: “Estou muito grato”.
Os
artistas foram perguntados acerca da recente carta
aberta de personalidades estadunidenses, enviada ao
presidente Barack Obama, pedindo examinar as
relações com Cuba. Silvio confessou que não tem
“nenhuma fé em que Obama mude nada. Gostaria que o
fizesse, mas não tenho fé”.
Quanto à possibilidade de aumentar o alcance de
Barnasants, em nível internacional, Camps explicou
que o festival enfrenta uma situação difícil, em
termos de meios e recursos. “Barnasants tem
resistido porque sempre funcionou como guerrilha
cultural (...) trabalhando em rede. Se aplicássemos
um critério comercial isso não seria possível”.
“Neste momento, as verbas que recebe o festival por
parte da Espanha são 60% das que recebia três anos
antes, e da Catalunha 30%”, afirmou Camps, que
também agradeceu a colaboração de muitos artistas
para continuar levando adiante este projeto
cultural.
O
Festival Barnasants nasceu no bairro de Sants,
Catalunha, e foi concebido como um ciclo de
resistência da canção de autor. A relação com Cuba
tem uma trajetória notável.
Sua
edição de 2008 foi encerrada em Havana. Em 2012
celebrou-se nesta capital um concerto especial de
Maria del Mar Bonet; e em 2014 editou o disco
“Vicente Feliú al Barnasants”, primeiro fonograma
que realizam com um artista que não pertence ao
âmbito dos países catalães. Além do mais, Pere Camps
informou que a edição do festival correspondente a
2015 se celebrará em Cuba.
Recentemente, Barnasants foi honrado com o Prêmio
Nacional da Cultura da Catalunha 2013 e com a
Medalha de Honra da cidade de Barcelona 2013. (Extraído
do Cubadebate).
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