CHEGOU Circuba 2014 e o teatro Karl
Marx e a tenda de circo Trompoloco povoaram-se de
milhares de espectadores. A expectativa e surpresa
em cada giro dos artistas esteve presente nesta 13ª
edição do Festival Internacional de Verão, que entre
31 de julho e 5 de agosto atraiu a atenção do
público havanês.
Elegância nos movimentos, seguridade
em cada pulo e ligeireza nos exercícios demonstraram
em suas apresentações os artistas do Canadá,
Venezuela, Rússia, México, Argentina, Ucrânia,
Espanha, Alemanha e Cuba, que competiram pelos
prêmios dum encontro que, aos poucos, vai crescendo
no horizonte latino-americano da arte circense.
Depois de seis longas jornadas de
competições, os jovens da dupla Spirin, de
Rosgoscirk (Rússia) foram os ganhadores do Grand
Prix Circuba 2014. Os artistas desataram as emoções
com seu número de acrobacia de força, onde se
reuniram energia, elegância e destreza, combinando
um desenho perfeito que se correspondeu com o
exercício, incluído o vestuário. Além disso, um de
seus membros, Viacheslav Spirin, também ganhou a
Estrela de interpretação masculina, e uma menção do
júri da Crítica Antonieta César in memoriam.
Durante a cerimônia de encerramento,
efetuada na tenda de circo Trompoloco, de Miramar,
onde marcou presença o ministro da Cultura, Julián
González, o júri oficial presidido por Jorge Luis
Salomón (Cuba) e integrado por Vadim Chermenovich
(Rússia). Jaime Lizana (Chile), Laci Endresz (Reino
Unido), Pascal Jacob (França), Julio Rebolledo
(México), Ronald Wendorf (Alemanha), Armando Rangel
(México), Antonio Alvarez (Espanha) e os cubanos
Jorge Luis Santos e Roberto Suárez, entregou a
Estrela de Ouro a um grupo que desde sua primeira
apresentação no Karl Marx deixou clara sua valia,
pois estiveram perfeitos em seus exercícios: Báscula
acrobática, Companhia Havana, de Cuba. Nove jovens
intrépidos (duas mulheres e sete homens) executaram
com agilidade, convicção, paixão e segurança
extrema, um número ágil, de funcionais desenhos de
vestuário, fusionando também a técnica com a
alegria, o ritmo cubano e as emoções, para receber
as mais fortes ovações do encontro. Não por
casualidade o grupo também recebeu o prêmio da
popularidade, bem como a Estrela da Crítica
Antonieta César in memoriam, outorgado por um grupo
de especialistas espanhóis e cubanos, e o prêmio do
Festival de Albacete (Espanha), consistente em
apresentações nesse conhecido circuito circense no
ano 2015.
A Estrela de Prata correspondeu (ex
aequo) a Barra acrobática (Companhia Havana, de
Cuba), quatro jovens que desbordaram de entusiasmo e
excelência artística a pista multicor, e a Roda
alemã, um trabalho muito original e elegante que
apanhou todos como um poderoso ímã, executado por
Francis Perreault, do Canadá. Ele também obteve a
Estrela da Imagem, compartilhada com o russo Maxim
Helmut, que na corda aérea demonstrou muita
criatividade e talento, ao ponto que parecia um
Charlot nas alturas...Elemento que também lhe valeu
para ganhar a Estrela de Bronze deste Festival,
conjuntamente com o Trapézio volante da Companhia
Havana. Este último integrado por um quinteto ágil
que executou seu número com muita decisão, mestria e
elegante vestuário.
Nesta jornada de premiações a
Estrela Ato de Revelação foi ganha pela atrativa
dupla de adolescentes Sychev (Rússia).
Eles cativaram com sua pericia,
plasticidade e inocência; enquanto a Estrela
Interpretação feminina foi para a jovem Zaida Maité
Ramírez, integrante da dupla Cheny, jovens artistas
do Circo Nacional de Cuba, os quais misturaram força
e paixão, atingindo ela uma projeção cênica que lhe
valeu para ganhar este prêmio. A dupla também ganhou
o Prêmio da Universidade Meso-americana de Puebla
(México), compartilhado com o Mástil (Alemanha).
Houve outras menções e galardoes de
instituições internacionais. Entre elas, merecem
destaque as recebidas por uma artista que demonstrou
elevado profissionalismo e carisma, a bela Ilenay
Peña, contorcionista do Circo Nacional de Cuba.
No Festival participaram muitas
agrupações e artistas, evidenciando o
desenvolvimento desta antiga manifestação na Ilha,
pois, conjuntamente com o profissionalismo/virtuosismo
dos intérpretes cubanos, reconhecidos
internacionalmente no tempo, se acrescentam outras
intenções e realidades de novos conceitos, uma
estética mais acorde ao século em que vivemos —
embora aqui ainda hajam arestas que melhorar para
conseguir a perfeição — música vibrante com ritmos
cubanos e caribenhos, propostas originais... que o
levam rumo a caminhos mais atuais. Neste trabalho
sobressai a Companhia Havana, artífice de muitas
destas mudanças.
Contudo, o público cubano poderá
continuar "saboreando" as emoções, pois os ecos de
Circuba 2014 continuarão de viagem por diferentes
províncias do país até 7 de setembro. Acontece que
em Cuba o circo é sinônimo perfeito do período
estival, ou melhor, o protagonista do verão.