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Havana. 9 Outubro, de 2014

O bloqueio não tem razão de ser

Diplomatas, especialistas e dirigentes participaram da videoconferência Havana-Washington para abordar as afetações do bloqueio estadunidense à economia nacional

Claudia Fonseca Sosa

 OS Estados Unidos mantêm vigentes a filosofia de castigo, de não perdoar Cuba por ter tomado as rédeas de seu destino há mais de 50 anos, assegurou na quarta-feira, 8 de outubro, em Havana a diretora-geral para os Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores, Josefina Vidal.

 Em breves palavras com a imprensa, depois de assistir a uma videoconferência com Washington, na qual se abordaram as afetações do bloqueio estadunidense à economia cubana, Vidal argumentou que a Casa Branca teima nessa filosofia, pois Cuba resolveu soberanamente fazer o que considerou de interesse para seu povo sem nenhum tipo de ingerência nem de domínio estrangeiro.

 A diplomata acrescentou, não obstante, que há um reconhecimento sobre o inservível dessa filosofia para os interesses dos Estados Unidos e comentou que são inúmeros os centros acadêmicos, instituições, personalidades políticas, religiosos e homens de negócios que transmitem ao governo a ideia de que a atual política é obsoleta e tem que mudar.

 Acerca do futuro das relações com os Estados Unidos, a diretiva afirmou que o bloqueio econômico, comercial e financeiro é tema de máxima prioridade na política nacional. Ambos os países podem conversar e se os dois governos, de maneira racional e civilizada, se propõem sair deste desencontro mantido de cinco décadas, é possível fazê-lo, assinalou. 

 Durante a videoconferência transmitida ao vivo por Cubavisión Internacional, Andrés Zaldívar Diéguez, titular do Centro de Investigações Históricas da Segurança do Estado, lembrou a gênese da perseguição financeira à que se viu submetido o país desde a instauração do bloqueio, em 1962. 

 Manifestou que em virtude da medida extraterritorial, Cuba continua sem poder exportar e importar livremente produtos e serviços para ou desde os Estados Unidos, não pode utilizar o dólar norte-americano em suas transações financeiras internacionais ou ter contas nessa moeda em bancos de terceiros países.

 Tampouco lhe permitem ter acesso a créditos de bancos nos Estados Unidos, de suas filiais em terceiros países e das instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

 De sua parte, o investigador do Departamento do Comércio e Integração do Centro de Estudos da Economia Mundial, Jonathan Quirós Santos, assinalou que o bloqueio provocou danos econômicos superiores a US$ 1 trihão e que as multas ao banco francês BNP Paribas mostram que nos últimos anos as sanções se acirraram.  

 De Washington, o destacado acadêmico Phil Peter e o advogado Robert Muse abordaram os efeitos negativos do bloqueio para empresas norte-americanas, a perda de oportunidades de negócios e comércio.

 Peter, presidente do Cuban Research Group, esclareceu que caso produzir-se um levantamento desta política, as oportunidades de intercâmbio se multiplicariam em âmbitos como os investimentos, o turismo e o comércio.

 Destacou também que se se pusesse fim ao bloqueio, as companhias estadunidenses e de outras partes do mundo interessadas em investir no setor energético cubano poderiam participar na exploração em águas profundas do Golfo do México.

 Muse, por seu lado, referiu-se à margem de manobras que tem a administração de Barack Obama para levantar o bloqueio e normalizar as relações bilaterais.

 “Se o presidente Obama tivesse decisão política poderia eliminar as sanções econômicas e também tirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo”, assegurou.

 No próximo 28 de outubro terá lugar o debate na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas sobre o tema do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.
 

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