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Cuba boa anfitriã do 24º Congresso Pan-Americano das
Ciências Veterinárias
Lívia Rodriguez Delis
APESAR de ser uma ilha bloqueada economicamente e de
sofrer limitações na aquisição de produtos para o
desenvolvimento da pecuária e o tratamento de
animais domésticos, Cuba mantém um status
zôo-sanitário favorável devido a seus sucessos e
resultados no campo das ciências veterinárias.
“Graças à experiência na área da investigação,
principalmente, na Ilha não existem doenças exóticas
que afetem o gado ou a agricultura cubana, ainda que
tenham existido tentativas de ocultar a estabilidade
do nosso país nas esferas da saúde humana e animal”,
explicou ao Granma Internacional a secretaria
executiva do Comitê Organizador do 24º Congresso
Pan-Americano das Ciências Veterinárias (Panvet
2014), Maria Gloria Vidal Rivalta, efetuado em
Havana de 6 a 9 de outubro, onde participaram
especialistas de quase todos os continentes.
A especialista do Grupo de Quarentena e Controlo do
Comércio Internacional, do Instituto de Medicina
Veterinária, manifestou que a reunião teve entre
seus objetivos promover o progresso da ciência e
prática veterinária no amplo espectro com que serve
à humanidade, rever os avanços e conhecimentos
recentes das ciências veterinárias e estimular a
investigação, o intercâmbio e a transferência
tecnológica nos países do continente americano.
Incluindo Cuba, participaram do Panvet 2014
delegados de mais de 22 países. “Houve
representantes do Uruguai, Chile, Panamá, Venezuela,
Equador, Estados Unidos, República Dominicana,
Espanha, França, Itália, Turquia, de nações
africanas e asiáticas, e as nações com maior
representação em trabalhos de investigação foram o
México, Brasil, Argentina e Colômbia”.
Em umas vinte sessões científicas, aproximadamente
200 especialistas cubanos compartilharam com mais de
350 colegas estrangeiros sobre bem-estar animal,
patologia clínica e cirurgia, zootecnia, genética e
nutrição animal, reprodução animal, inocuidade dos
alimentos, medicina naturalista e bioenergética,
parasitologia veterinária, animais da fauna
silvestre e zoológicos, ciência dos animais de
laboratório, educação veterinária e outras
temáticas.
“Foi um congresso muito complexo e amplo, mas a
Ilha, com os sucessos atingidos na organização dos
dois eventos anteriores, a 12ª edição em 1990 e
Panvet 18, no ano 2002, ganhou novamente a
oportunidade como membro dessa organização e de sua
junta diretiva, de reunir estes especialistas”.
“Além disso, a estabilidade política e social da
nação caribenha, em momentos em que o mundo
atravessa uma etapa complexa de crise em todos os
aspectos, fazem deste país um bom anfitrião para a
realização destes encontros, que neste ano foi
prestigiado com as conferências magistrais da dra
Sarah Khan, representante para as Américas da OIE, e
do dr. Tomás Gutiérrez, especialista em matérias de
mudança climática, que pormenorizou sobre a situação
climatológica em 2014 e as medidas de adaptação que
Cuba e o resto dos paises assumirão para reduzir os
efeitos negativos”.
Muito boa aceitação teve o painel Uma saúde,
integrado pelo presidente da Associação Mundial de
Veterinária, Faouzi Kechrid; o vice-presidente da
Associação Mundial de Veterinária, Johnson Chiang; a
vice-presidenta de Panvet, Maria Nelly Cajiao
Pachón; o presidente da Sociedade Brasileira de
Medicina Veterinária, Josélio Andrade Moura; e o
diretor do Centro para o Controle Estatal de
Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos
(Cecmed), dr. Rafael Pérez Cristiá.
“Hoje em dia, em nível internacional, coincidem os
critérios dos veterinários de que existe uma só
medicina e uma só saúde porque o homem vive nos
mesmos ecossistemas que os animais e há uma
interface onde interagem o homem, o animal e o meio
ambiente. E nesse painel foram expostas ideias que
reafirmam este conceito”.
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