Vila Vermelha
mudou e cresce
• Artemisa celebrou ato
central pelo 26 de julho, Dia da Rebeldia Nacional,
com novas conquistas socioeconômicas em benefício de
seus povoadores
Ana María
Domínguez Cruz
HÁ três anos, tudo mudou para
Artemisa, outrora município de Havana. Um dia
amanheceu com a missão de tornar-se município e sede
da província do mesmo nome, envolvendo os municípios
de Mariel, Guanajay, Caimito, Bauta, San Antonio de
los Baños, Güira de Melena, Alquízar, Bahía Honda
Candelaria e San Cristóbal. A partir desse momento e
até hoje, coube-lhe assumir desafios socioeconômicos
que devem, em correspondência com o que o presidente
Raúl Castro afirmou, demonstrar o que o socialismo
pode atingir em nossa terra, pois potencial e
decisão do povo têm de mais.
Com um novo modelo de gestão do
governo, a aplicação de novas concepções na direção
política e administrativa do território e a posta em
prática, de maneira experimental, dum novo sistema
de comercialização de produtos agropecuários, com o
fim de reduzir as perdas e simplificar os caminhos
entre o produtor agropecuário e o consumidor final,
Artemisa exibe hoje resultados alentadores.
Longe de se vangloriar, seus
povoadores continuam esmerando-se para que seu
território continue sendo terra de forte base
agrícola e para que o desenvolvimento industrial
atinja melhores índices.
"Nesse sentido, a Zona Especial de
Desenvolvimento Mariel (ZEDM) constitui pilar
essencial no cumprimento desta meta, pois esta é a
oportunidade que Cuba tem para incrementar a
exportação, substituir importações e desenvolver
projetos de alta tecnologia e desenvolvimento local,
bem como para gerar novas fontes de emprego",
segundo explicou o presidente da Assembleia
provincial do Poder Popular em Havana, Juan
Domínguez, durante a mesa redonda de 23 de julho,
intitulada, "Artemisa: uma província que cresce".
"Sem dúvida, Mariel será um polo
atraente para o investimento nacional e estrangeiro,
mas desde já beneficia a cotidianidade dos
povoadores de Artemisa", segundo opinou a diretora
do Escritório Regulador da ZEDM, Ana Teresa Igarza
Martínez. "Os povoadores desta província já podem
desfrutar dos serviços dum transporte ferroviário
que, em cada 25 minutos, permite o movimento de
passageiros desde Mariel até a capital.
Aproximadamente 1,5 mil populares desse território
trabalham nesta zona, sendo esta, aliás, uma maneira
de que um projeto de desenvolvimento com benefício
nacional, também tenha um impacto positivo na
localidade".
Apesar das perspectivas futuras da
ZEDM, Artemisa continua sendo um lugar da geografia
cubana eminentemente agrícola e suas potencialidades
nesse sentido devem superar-se cada vez mais, com o
objetivo de satisfazer as exigências da população
local e da capital, principal fonte de destino das
produções.
O diretor-geral do Grupo Empresarial
Agropecuário e Florestal, Tomás Rafael Rodríguez,
precisou que as novas formas de comercialização
tiveram boa aceitação em Artemisa, pois os
resultados satisfatórios são exemplo disto.
"Este é um território com capacidade
para desenvolver culturas variadas, que ultrapassam
as 342 mil toneladas para responder às exigências de
Havana e da zona. Temos 37 cooperativas que vendem
diretamente na capital, com 77 mercados alugados
para este fim, e temos condições suficientes para
incrementar esta produção, porque um crescimento
anual acima das 20 mil toneladas é um bom fruto, mas
ainda insuficiente".
Acerca do desenvolvimento pecuário,
Rodríguez López destacou que o futuro está próximo e
sem incertezas. "Nossos planos se perfilam para o
ano 2025, mas o processo se pode acelerar, pois
temos o pessoal necessário, as estruturas e a base
genética para isso. Temos que trabalhar na limpeza
das áreas, na garantia do fluxo zootécnico e no
sistema de controle do gado, porém vamos avançando".
Para ninguém é segredo que Artemisa
é a maior produtora de tubérculos e ovos do país, e
que os litros de leite anuais superam os 20 milhões.
"Na empresa avícola temos um potencial louvável,
pois neste ano vamos ultrapassar os 243 milhões de
unidades e a empresa pecuária pode dar um salto de
qualidade acima das 12,400 toneladas de carne".
A venda de charuto se incrementa,
bem como a produção de sementes e de café, que se
recupera com novas plantações.
"Nem sequer nos preocupa que 70% da
nossa população esteja concentrada na área urbana,
pois segundo as estatísticas, 63,788 hectares de
terra foram entregues a pessoas naturais e jurídicas
que aderiram ao movimento a favor do aumento da
produção que necessitamos", acrescentou Rodríguez
López.
Existem muitos exemplos positivos,
porque as produções de chocolates, bolachas e pó
para empanar, de doces em conserva e em caldas, e
até de vinho Soroa, mostram números que deixam atrás
um sonho, uma quimera, para demonstrar que são
palpáveis na cotidianidade.
Do ponto de vista social, Artemisa
assumiu a criação de uma Universidade integral;
entanto o acesso à maioria dos serviços hospitalares
existia somente na capital do país, agora já existem
no território. "Foram recuperados serviços
anteriormente inexistentes com investimentos em
equipamentos e infraestrutura, foram criadas as
condições para o exercício de especialidades
ausentes, se trabalha para fortalecer as condições
higiênico-epidemiológicas e se melhoram as condições
construtivas dos consultórios do médico de família",
informou o diretor provincial da Saúde em Artemisa,
Armando Andrés Marrero Mederos.
"Mandar fazer uns óculos, restaurar
uma peça dental, receber tratamento contra a
infertilidade e, inclusive, estudar Medicina já não
são aspirações vazias, acrescenta, porque para cada
uma dessas exigências, Artemisa tem respostas,
embora ainda ficassem outras por satisfazer".
Visitar a Vila Vermelha (como é
conhecida Artemisa) nestes dias é uma maneira de
encontrar o porquê de um epíteto tão singular, tendo
naqueles 28 filhos participantes das ações de 26 de
julho de 1953, a razão. Mas também, a possibilidade
de ligar palavras com fatos. Esta é a melhor opção
para confirmar que tudo o que há anos se falou, se
projetou, se planificou, hoje se concretiza, embora
também venham à tona convicções acerca dos desafios
que a província tem por diante.
Com certeza, um deles é a Zona
Especial de Desenvolvimento Mariel, situada quase no
meio do território, mas também estão outros na
agricultura, pecuária, educação, saúde,
industrialização, cultura, esporte. O mais
importante de todos, que não termina com a pintura
recém dada por ocasião da celebração, é demonstrar o
que o socialismo cubano pode conseguir.
"Com ordem, disciplina e exigência
se projetam as linhas do triunfo", afirmou o
primeiro secretário do Comitê Municipal do Partido
Comunista de Cuba em Artemisa, José Antonio
Valeriano, pois o objetivo é continuar e superar
esta missão que começou há três anos e meio.
Se a identidade e o sentido de
arraigo se afiançam em cada morador desta vila
vermelha, tomara aconteça o mesmo com a força, o
ímpeto e a inteireza para enfrentar o que sobrevier.
Artemisa mudou, agora lhe cabe crescer. (Extraído
do Cubahora)
ARTEMISA: Nova província cubana,
aprovada pela Assembleia Nacional de Cuba, em agosto
de 2010, e cujo funcionamento entrou em vigor a
partir de 1º de janeiro de 2011. É formada por oito
municípios da província Havana e três municípios da
província de Pinar del Río. A capital é a cidade de
Artemisa, que foi o maior município em extensão e
população da antiga província Havana.
Tem uma população de 502,392
habitantes e uma superfície de 4,427 quilômetros
quadrados. Dispõe de uma área agrícola de 272,849
hectares, 68,1% do território, que lhe permite
produzir alimentos para satisfazer suas exigências e
apoiar a capital.
ATAQUE ao Quartel Moncada: ação
ocorrida em 26 de julho de 1953, quando um grupo de
jovens organizados e dirigidos por Fidel Castro Ruz
atacou o quartel Moncada, o hospital Saturnino Lora,
o Palácio de Justiça de Santiago de Cuba e o quartel
Carlos Manuel de Céspedes de Bayamo. O objetivo
principal da ação era desatar a luta armada contra a
ditadura do general Fulgencio Batista (1952-1958).