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Havana. 29 Abril, de 2014

INSTITUTO DE LITERATURA E LINGUÍSTICA
Nós fomos fazendo caminho ao andar

Uma instituição que preserva arquivos de alto valor completa meio século

Yenia Silva Correa

DESDE os primeiros anos da década de 60 do século 20, o Estado cubano manifestou seu interesse de criar um centro para fazer pesquisas acerca da língua espanhola, partindo da variante falada na Ilha. Em maio de 1965 nasceu o Instituto de Literatura e Linguística (ILL) José Antonio Portuondo Valdor, que começou trabalhando com especialistas formados no antigo bloco socialista.

 Atualmente, a instituição entesoura valiosos arquivos e vem implementando importantes projetos de pesquisa. Sua diretora, a doutora Nuria Gregori, lembra aqueles tempos da fundação.

 “Os linguistas fomos fazendo caminho ao andar, tal como diria o poeta Antonio Machado. Em Cuba não se estudava a linguística. Os primeiros especialistas formaram-se na União Soviética, Tchecoslováquia, Alemanha... Depois, a Universidade começou a formar os graduados que ainda hoje acolhemos”.

 “Recebemos ajuda do outrora bloco socialista, mediante convênios com especialistas desses países. Trabalhamos e fizemos pesquisas de diferentes obras sobre o léxico, a fonética, a morfologia. Eis os trabalhos que fizemos, muito ligados a outras instituições do país”.

 Quanto se fez em quase meio século?

 “Fizeram-se algumas, mas restam muitas, tais como formar novos especialistas e continuar esse trabalho. Em 2013 acabamos o Atlas Linguístico de Cuba. Tivemos a sorte de contar com um especialista que fez o software para poder digitalizá-lo e estamos dando os últimos passos para que possa ser consultado no site do Instituto, que estamos preparando”.

 “Isto vai ser muito importante, não só para que sejam conhecidas as diferentes variantes léxicas e gramaticais, mas também para ensinar a língua”.

 “Ainda, temos trabalhado nas línguas indígenas, as africanas e a forma em que elas influíram no espanhol de Cuba; porque não há línguas melhores nem piores, todas são iguais, são um fato social que nos faz comunicar-nos e é importante conhecê-las para entendermo-nos e comunicarmo-nos melhor”.

 O lançamento deste Atlas é um dos trabalhos que faz o Instituto para dar valor à variante cubana da língua espanhola?

 “Naturalmente, além de todos os estudos que estamos acometendo. Eu fiz a proposta acerca de uma política linguística, que agora estou revendo. Tive todo o apoio da União dos Jornalistas de Cuba (UPEC) e do comandante-em-chefe Fidel Castro”.

 “Às vezes, critica-se os apresentadores e a imprensa, mas houve consciência na direção da UPEC e do país acerca da importância que tem o conhecimento e que se escreva como deve ser na nossa imprensa, além de que os meios cheguem a todos lados”.

 “Ainda, fizemos a História da Literatura Cubana em três volumes. Começa na colônia, a República até 1958 e a república socialista (1959-1988)”.

 Quais arquivos guarda na sua biblioteca o ILL?

 “Temos uns 152 dossiês que foram trazidos por diferentes personalidades, para que os cuidemos e que possam ser consultados por outros especialistas. O primeiro dossiê que entrou no Instituto foi trazido por seu autor, Nicolas Guillén. Outro que doou seu arquivo, mediante um testamento para o Instituto, foi Fernando Ortiz. Estamos publicando tudo aquilo que ele deixou inédito”.

 “Contamos com os únicos exemplares que se conservam no mundo da revista de ciência e tecnologia La América, que dirigiu José Martí, entre 1882 e 1885. Já os temos digitalizados”.

 “Os arquivos da família Henríquez Ureña estão completos aqui. Ainda, temos documentos de Angel Augier, José Antonio Portuondo, José María Chacon y Calvo, um fundo especial que se chama Guerra Civil Espanhola e um de publicações galegas que — segundo nos têm dito alguns galegos — é o mais importante fora da Galiza.

 Igualmente, temos uma valiosa carta de Federico García Lorca.

 Atividades imediatas...

 O ILL tem a cátedra Gertrudis Gómez de Avellaneda. No mês de novembro faremos um evento internacional pelo bicentenário da poetisa. Até o momento temos confirmada a presença de 160 personalidades.

 No ano próximo faremos um grande evento pelo ensejo do nosso 50º aniversário. Daremos a conhecer todas as atividades realizadas pelo centro nesse tempo e incluiremos tudo: literatura, lingüística, informação científico-técnica.

 O Instituto quer apresentar os arquivos de Nicolas Guillén, de Fernando Ortiz e da Sociedade Econômica de Amigos do País, para inscrevê-los nas Memórias do Mundo da Unesco. É um reconhecimento importante e queremos pô-lo à disposição da humanidade.
 

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