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Entregam pertences de Tania
a guerrilheira
Nuria Barbosa León
CUBA
recebeu vários pertences de Tamara Bunke, conhecida
como Tania a Guerrilheira, a única mulher combatente
no grupo insurgente liderado por Ernesto Che Guevara
na Bolívia, em 1967.
O
ex-primeiro-ministro da antiga República Democrática
Alemã, (RDA), Hans Modrow, presidente de honra do
partido A Esquerda, entregou as prendas consistentes
em uniforme, cadernos escolares, fotografias, cartas
e documentos guardados pelo grupo alemão de
Solidariedade com Cuba, Cubasí, e doadas em 2003 por
Nadia, mãe da heroína.
Nascida em Buenos Aires, Argentina em 19 de novembro
de 1937, Tamara Bunke era filha de alemão com
polonesa, os dois comunistas, que tiveram que
refugiar-se na Argentina, em 1935, fugindo da
perseguição nazista. Quando a menina tinha 15 anos,
os pais determinaram viver na RDA, onde se construía
o socialismo.
Em
1960, Tânia conheceu Che Guevara, que viajou à
Alemanha Democrática à frente duma delegação
comercial, na qual Tamara e sua mãe eram tradutoras.
No ano seguinte, a lendária guerrilheira chegou a
Cuba, convidada pelo Balé Nacional. Como falava
francês, inglês, alemão, espanhol e um pouco de
italiano, trabalhou no Ministério de Educação, no
Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) e na
direção nacional da organização feminina Federação
das Mulheres Cubanas.
Por
sua capacidade e inteligência, Che Guevara lhe
encomendou preparar as condições na Bolívia para a
chegada dos guerrilheiros, depois integrou as tropas
ao comando do cubano Juan Vitalio Acuña Núñez
(Joaquín), e foi assassinada num enfrentamento em
Vado de Yeso, em 31 de agosto de 1967.
No
ato de entrega dos pertences, Hans Modrow destacou
que mais de 200 grupos de operários e brigadas
juvenis da antiga RDA levam o nome da mítica
guerrilheira. “Vamos esforçar-nos para manter a
lembrança de Tamara Bunke, porque temos a obrigação
de lutar por suas ideias”.
A
presidente do ICAP, Kenia Serrano Puig, anunciou a
criação dum Clube de Tradutores Voluntários, com o
nome da guerrilheira e entregou um quadro à
organização Cubasí, feito por dois pintores cubanos:
Daucel Valdés e Abel Morejón, com a silhueta da
jovem entre palmeiras e montanhas.
Uma
lembrança da vida heróica da lutadora
latino-americana-alemã foi realizada por Carolina
Aguilar, destacando a entrega de Tânia às causas
revolucionárias pela emancipação social, nos
diferentes países por onde esteve: Argentina,
Alemanha, Cuba e Bolívia.
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