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Movimento operário protagonista das
transformações
Nuria Barbosa Leon
UM
debate participativo e democrático caracterizou as
sessões finais do 20º Congresso da Central dos
Trabalhadores de Cuba (CTC), que teve lugar na
capital cubana, para projetar soluções ou respostas
aos milhões de pronunciamentos feitos no processo
das assembleias prévias com os trabalhadores.
A
partir de sua convocatória, em outubro de 2012, os
afiliados da base identificaram claramente como
desejam que funcione seu sindicato e formularam
pronunciamentos referidos aos salários, capacitação
do pessoal, participação dos trabalhadores nos
ciclos produtivos, fomento dos valores morais do
socialismo e a luta contra o delito.
Nas
reuniões finais falou-se de aumentar o controle e a
eficiência nas empresas, da organização do movimento
operário no setor estatal, a transformação do modo
de pensar e de atuar, para apoiar as mudanças feitas
na economia, a seleção de dirigentes sindicais mais
preparados nas legislações jurídicas e o
fortalecimento da implementação das Diretrizes da
Política Econômica e Social da Revolução, aprovadas
no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, em
2011.
Na
jornada dedicada às quatro comissões de trabalho, o
vice-presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros, Miguel Díaz-Canel, chamou a generalizar a
eficiência como a melhor fórmula de trabalho
político-ideológico em defesa da Revolução. Também
falou da necessidade do conhecimento da história e
cultura do país, como essência para educar os
trabalhadores e refletiu acerca da atenção dada aos
jovens dentro do coletivo de trabalho.
O
segundo secretário do Comitê Central do Partido
Comunista de Cuba e vice-presidente dos Conselhos de
Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura,
alertou sobre a busca de alternativas e a
necessidade de sermos exigentes com os
administradores, para manterem informados os
afiliados. E expressou que se estudam soluções para
o problema do decrescimento da população e o
envelhecimento da força de trabalho.
Por
seu lado, o chefe da Comissão de Implementação das
Diretrizes, Marino Murillo Jorge, explicou aos mais
de 1,2 mil delegados detalhes e impactos da
aplicação dessas projeções de mudanças. Afirmou que
a economia cubana deve gerar riquezas
eficientemente, sem deteriorar as conquistas
sociais, porque não se aplicarão terapias de choque
e nenhum cidadão vai ficar desabrigado.
“Há
fundamentos no âmbito dos princípios que se têm que
modernizar, e o primeiro é a gestão dos recursos, da
propriedade, que é social, embora seja sob formulas
não estatais. Temos que produzir riquezas para
demonstrar que a gestão é eficiente, que podemos
produzi-las a partir da empresa estatal socialista,
uma empresa autônoma, com faculdades, eficiente, com
iniciativas... e o movimento sindical tem que ser
protagonista dessas mudanças”, afirmou.
Díaz-Canel, também integrante do Bureau Político do
Partido Comunista de Cuba comentou: “administrar a
escassez de divisas conversíveis tem ocupado muito
tempo, mas está na hora de começar a pensar, a longo
prazo, e começar a desenhar variáveis de
desenvolvimento, com planos a atingir até 2030.
Devem ficar claras as metas para cumprir neste
período, por exemplo, mudar 20% da geração de
energia elétrica em Cuba para a energia renovável”.
Na
ultima sessão foi tornado público um resumo do
Relatório Central, que contém os principais avanços
e deficiências do movimento operário cubano no
último lustro, período no qual a batalha econômica
tem sido a máxima prioridade dos trabalhadores.
Também foram aprovados os ditames das quatro
comissões, os 29 objetivos de trabalho do movimento
operário para o período 2014-21 e uma declaração de
solidariedade em apoio aos trabalhadores do mundo,
pela liberdade de Gerardo Hernández, Ramón Labañino,
Antonio Guerrero, Fernando González, antiterroristas
cubanos, presos em cárceres dos Estados Unidos, e
uma menção especial ao momento atual que vive o povo
da Venezuela.
Os
delegados elegeram como secretário-geral da
organização Ulises Guilarte de Nacimiento, que
presidiu o comitê organizador do evento, e proferiu
palavras de agradecimento, em nome de outros 15
membros profissionais e não-profissionais da central
operária.
Os
sindicalistas também enviaram ao líder histórico da
Revolução cubana, Fidel Castro, duas obras de arte e
lhe dedicaram os primeiros selos instituídos pela
CTC, por ocasião do 75º aniversário da fundação da
organização, reconhecimento também recebido pelo
presidente Raúl Castro. Com muita emotividade foram
convocadas as jornadas alegóricas ao 1º de maio, Dia
Internacional dos Trabalhadores.
O
20º Congresso da CTC insistiu no amparo e seguimento
do movimento sindical que hoje tem 17 sindicatos
nacionais e 3.393 443 trabalhadores decididos a
mobilizar-se para produzir mais e melhor.
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