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Lula da Silva: Porto de Mariel, referência para o
continente
Raúl Castro e Lula da Silva percorreram o terminal
de contêineres de Mariel, cuja primeira fase foi
inaugurada durante a 2ª Cúpula da Comunidade dos
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)
Letícia Martinez Hernández e
Yaima Puig Meneses
APÓS quatro anos de sua primeira
visita a Mariel, o ex-presidente brasileiro Luiz
Inácio Lula da Silva chegou ao terminal de
contêineres de Mariel, terça-feira (25), acompanhado
pelo presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz.
Durante o percurso por áreas do
terminal, Lula da Silva constatou a magnitude da
obra que ali está sendo executada, com a
contribuição de um crédito outorgado pela nação
sul-americana, a qual considerou, posteriormente, em
declarações à imprensa cubana, “como a possibilidade
para este país de uma revolução industrial, atrair
empresas para o desenvolvimento de produtos de alta
tecnologia e utilizar o porto de Mariel como
referência para a América Latina e o Caribe”.

Lula admitiu que se sentia
contente e feliz, “porque temos participado deste
novo momento que vive Cuba”. E acrescentou: “O
presidente Raúl Castro está adotando decisões
corajosas para modernizar o país... agora só
precisamos é derrubar o bloqueio norte-americano,
para que Cuba possa desenvolver-se a plenitude”.
Anteriormente, o diretor adjunto
do terminal de contêineres, Álvaro Molina, expôs
aspectos desta obra, como sua história,
características, situação geográfica, tecnologia,
assim como o processo de fluxo no terminal e seu
sistema operativo, considerado entre os mais
modernos do mundo portuário.
Informou que “está sendo
cumprido o cronograma de transferência das operações
do terminal de contêineres de Havana para o de
Mariel, que deve concluir em maio de 2014”.
Acrescentou, ainda, que “desde 26 de janeiro até a
data já foram descarregados sete navios e se fez um
total de 1.158 movimentos”.
Acerca da Zona Especial de
Desenvolvimento Mariel, a presidenta executiva de
Armazéns Universais, Eradis González, explicou que
“neste momento um grande número de empresas mostrou
interesse em estabelecer-se aqui, incluindo várias
brasileiras”, assegurou.
Atualmente se continua
trabalhando “com intensidade na dragagem da baía, na
rede ferroviária, para que possa ser usada no
primeiro trimestre deste ano e na Zona de Atividades
Logísticas (ZAL)”, precisou.
Ao se referir à ZAL, argumentou
que será “uma plataforma logística desenhada para
efetuar o reagrupamento e distribuição das
mercadorias. Ali também estará situado um conjunto
de atividades complementares, com o fim de que o
empresariado estabelecido na Zona Especial não tenha
que sair do perímetro de trabalho para resolver as
necessidades diárias”.
Concluída esta exposição o
ex-presidente do Brasil manifestou que “a partir de
agora se inicia um processo mais complicado ainda e
é o de convencer os investidores acerca das
oportunidades que oferece a Zona”.
Por seu lado, o presidente
cubano acrescentou que “se tem trabalhado muito em
todos os aspectos legais que acompanham esta obra,
com o propósito de que todas as gestões se façam num
mesmo lugar e dar maiores facilidades a todos
aqueles que venham investir”.
Quanto às vantagens da Zona
Especial para os Investidores, a diretora geral do
Gabinete, Ana Teresa Igarza, considerou novo o marco
regulador que conduz todo o trabalho da Zona; é mais
ágil o processo de aprovação — flutua entre 45 e 65
dias — e foi estabelecido, ainda, um grupo de
benefícios fiscais, com o objetivo de atrair
empreendimentos.
O encontro foi aproveitado,
ainda, para que especialistas de ambos o países
trocassem experiências acerca do emprego de
diferentes energias renováveis, como a biomassa da
cana e as possibilidades de cooperação nessa área,
onde o Brasil é um dos líderes mundiais.
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