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A
atividade de cruzeiros sofre as consequências do
bloqueio
• A Lei Torricelli proíbe a
entrada nos portos cubanos de navios
norte-americanos e embarcações de outros países
devem esperar 180 dias para entrar em portos
estadunidense, após terem ancorado na Ilha
Diana Ferreiro
A atividade dos cruzeiros em
Cuba, importante para o desenvolvimento do turismo
no arquipélago, viu-se afetada entre abril de 2013 e
abril de 2014 no valor de US$ 149,5 milhões,
informou o diretor-geral da Aries Transportes S.A.,
Norberto Pérez del Toro responsável pelas operações
marítimas e portuárias dos cruzeiros.
A
partir do ano 1995 criaram-se em Havana, Santiago de
Cuba, Cienfuegos e Playa Punta Francés, na Ilha da
Juventude, as instalações para atender diferentes
operações a realizar nos cruzeiros, tais como
consumo de água ou combustível, recolha de resíduos,
etc.
“Estas instalações permitem a
operação de 21 cruzeiros semanais, isto é, oito em
Havana porque tem dois cais, quatro em Cienfuegos,
quatro em Santiago de Cuba e cinco em Punta
Francés”, disse Norberto Pérez.
Contudo, isso não ocorre, dessa
maneira como consequência das proibições do bloqueio
de não permitir as viagens de cidadãos
norte-americanos à Ilha, unido à Lei Torricelli que
proíbe a entrada nos portos cubanos de navios
norte-americanos, enquanto as embarcações de outros
países devem esperar 180 dias para entrar em algum
porto estadunidense, depois que tenham ancorado nos
cubanos.
“Isso, naturalmente, os afeta
nos seus itinerários e lhes impede que façam escala
em nosso país”, explicou o diretivo e por isso as
instalações construídas tão só puderam ser
exploradas em 10% de sua capacidade —acrescentou —
pois podem receber até 1.090 cruzeiros no ano.
Durante o ano 2005 houve maior
auge das operações, pois os cruzeiros fizeram escala
em 122 ocasiões, trazendo 102.440 passageiros, que
utilizaram nossos terminais. Mas em 2009
somente realizaram 20 escalas, com 6.368 passageiros.
“Neste momento está crescendo o
número de escalas, pois em 2014 devemos fechar o ano
com umas 141, com uma média de 35 mil passageiros;
mas isso também significa que o ritmo de exploração
das instalações é ínfimo”, explicou.
Além do fato de não receber
receitas de acordo com suas possibilidades, as
instalações precisam de manutenção regular para
continuar com as operações, o qual gera uma despesa
que anualmente beira os US$ 140 mil.
“Se consideramos a afetação
desde o ano 1995 em que foram criadas as
instalações, até abril de 2013, podemos dizer que o
total dos prejuízos é dos US$ 2,2 bilhões na
atividade específica dos cruzeiros”, acrescentou
Norberto Pérez.
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