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“O
surto do Ébola na África Ocidental é a emergência
médica mais grave que se tenha visto na atualidade”
• Mensagem da diretora-geral da
Organização Mundial da Saúde, dr.ª Margaret Chan, à
Cúpula Extraordinária ALBA-TCP
(Versões estenográficas do Conselho de Estado)
MEUS comprimentos desde a
Organização Mundial da Saúde em Genebra:
Devo começar agradecendo ao
governo cubano por ter respondido ao pedido para
enfrentar o surto do vírus do Ébola, com médicos e
enfermeiros tão experientes.

A dr.ª Margaret Chan em Genebra, durante a
entrevista coletiva sobre
a colaboração de Cuba na luta contra o Ébola, em 12
de setembro de 2014.
Tenho visto muitas notícias,
fotografias desse grupo com suas impecáveis batas
brancas, prontos para ajudar.
Isto significa uma esperança,
que é recebida com beneplácito, ante o que
representa, por demais, um surto horrível.
Agradeço esta oportunidade de
dirigir-me aos membros da Aliança Bolivariana.
Agradeço o propósito desta
reunião, sem dúvida, estão fazendo o correto, querem
aumentar, com a maior urgência possível, seu nível
de preparação ante um caso importado de Ébola.
A Organização Mundial da Saúde,
em parceria com a Organização Pan-Americana da
Saúde, está aqui para apóia-los em todos os
aspectos possíveis. No mês passado, o vírus do
Ébola apareceu na região de vocês.
Tal e como nos têm ensinado as
experiências em Lagos, Nigéria, em julho, e agora
nos Estados Unidos, no mês passado, qualquer país
com um aeroporto internacional está teoricamente em
risco de receber um caso importado do Ébola.
Nós todos devemos prestar
atenção a este vírus, que é um dos patogênicos mais
mortais do planeta. Este é um vírus implacável que
não perdoa nem o mais mínimo erro; sabe como
aproveitar-se de qualquer oportunidade para
intensificar-se outra vez ou propagar-se a novas
áreas.
O surto do Ébola na África
Ocidental é a emergência médica mais grave que se
tenha visto na atualidade. Mais de 400 trabalhadores
da saúde têm sido infectados e mais da metade deles
morreu. Isto jamais se tinha visto em nenhum surto
anterior do Ébola.
Como outras partes do mundo, os
países desta região estão em alerta máxima ante
qualquer possível contágio do vírus do Ébola através
dum passageiro.
Dificilmente passa um dia sem
rumores dum caso importado num aeroporto ou numa
sala de emergência, em algum lugar do mundo.
Os governos têm razão ao terem
prontos os trajes e equipamentos protetores e as
salas de isolamento. Isto garante aos seus cidadãos
e aos meios que o país está prontificado para evitar
a transmissão se chegasse um caso importado. Isto é
compreensível. O vírus é mortal. A doença é
terrível. As pessoas têm medo.
Ao mesmo tempo, sabemos que um
país bem preparado pode vencer o surto do Ébola.
Sexta-feira (24), a Organização
Mundial da Saúde declarará Senegal livre do surto.
Segunda-feira (27) nós faremos o mesmo com o surto
na Nigéria. Uma façanha que a muitos especialistas
da saúde ainda lhes resulta difícil de crer. Mas
lhes posso afirmar que a Organização Mundial da
Saúde confia plenamente neste sucesso
extraordinário.
Os países da Aliança Bolivariana
podem e devem fazer o mesmo. O compromisso político
ao máximo nível e a unidade do país podem ser
determinantes.
Capacitem seu pessoal, façam
simulacros para avaliar o desempenho, redijam
protocolos o antes possível, estabeleçam sistemas,
obtenham o apoio do público e dos meios.
Comprometam sua comunidade a
enfrentar o medo com fatos e a compreender as regras
básicas da infecção, prevenção e controle,
especialmente no âmbito do atendimento medico.
Protejam-se contra os erros.
Como demonstram os recentes incidentes de
transmissão do vírus na Espanha e nos Estados
Unidos, o uso de equipamentos de proteção pessoal ou
EPPs não é infalível. Devem ser utilizados junto a
um excelente controle administrativo, do meio
ambiente e de engenharia. Repito: os EPPs sozinhos
não são infalíveis.
Na semana passada, a Organização
Mundial da Saúde emitiu novas recomendações acerca
dos EPPs, as quais podem ajudar os governos a
preparar-se de maneira eficiente e efetiva.
Como eu disse, a Organização
Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da
Saúde estão aqui para apoiá-los.
Sinceramente desejo-lhes uma
reunião muito produtiva. Obrigada.
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