Cúpula Extraordinária ALBA-TCP sobre o Ébola
Uma aliança a favor da vida
• Ao concluir a sessão
plenária, os participantes se reuniram com os
colaboradores cubanos
Yaima Puig Meneses e Letícia Martinez Hernández
Fotos: Estúdio Revolución
UM momento empolgante da Cúpula
da ALBA-TCP sobre o Ébola foi o encontro entre os
Chefes de Estado e de governo, chefes das delegações
e personalidades presentes com os colaboradores
cubanos das brigadas médicas da Libéria e da Guiné
Conacri, que deviam partir na terça-feira, 21 de
outubro, para essas nações açoitadas pela epidemia.

O presidente Raúl Castro compartilhou algumas
valorizações acerca
da criação da Escola Latino-americana de Medicina,
durante a visita
à Unidade Central de Colaboração Médica.
No Instituto de Medicina Tropical
Pedro Kourí (IPK), instituição insigne do
desenvolvimento científico cubano, o ministro da
Saúde Pública, Roberto Morales Ojeda, qualificou de
oportunidade excepcional a possibilidade de terem
esse encontro, poucas horas antes da partida das
brigadas.
Segundo informou o ministro,
este novo grupo é composto por 91 colaboradores, 53
que vão para a Libéria e 38 para Guiné Conacri. Eles
possuem mais de 15 anos de experiência profissional,
39 deles são médicos, 48 enfermeiros e 67% deles têm
menos de 50 anos.
“Esta é a nossa tropa que vai
partir amanhã”, disse o presidente cubano, Raúl
Castro, aos participantes da Cúpula, enquanto ia
perguntando a cada colaborador o número de missões
que tinham cumprido. Foi uma surpresa para os
visitantes saberem que dois dos médicos que se
prontificam para partir no dia 21 de outubro para a
África Ocidental já cumpriram cinco missões.
A seguir, o diretor do IPK,
doutor Jorge Pérez, fez um resumo da história desse
prestigioso instituto, seus objetivos de trabalho,
bem como o papel que está desempenhando, atualmente,
no enfrentamento ao vírus do Ébola.
Segundo explicou, foi habilitada
uma sala de vigilância para os viajantes vindos das
áreas de transmissão; realizou-se o treinamento das
brigadas médicas que cumprirão missões nos países
afetados, mediante um polígono de preparação para o
tratamento do Ébola. Paralelamente, foram mostradas
imagens do adestramento, as vestes que os
especialistas deverão envergar de forma estrita e
algumas das linhas dos tratamentos a serem aplicados
no atendimento dos doentes.
No encontro, vários
colaboradores falaram acerca de suas experiências
comovedoras. O médico Leonardo Fernández, 63 anos,
contou acerca de suas missões na Nicarágua,
Paquistão, Timor Leste, Haiti e Moçambique. “Não
somos doidos — disse — somos médicos convictos,
formados pela Revolução e estamos certos de que
vamos retornar sadios”. Também Angel Mejías, com 24
anos de experiência no trabalho, falou sobre seu
trabalho na Venezuela, o dia amargo em que souberam
da morte de Chávez e em que o povo venezuelano saiu
às ruas. Ambos reconheceram de maneira especial a
preparação intensiva que durante estes últimos dias
receberam no IPK.
Depois, o presidente do Haiti,
Michel Martelly, aproveitou a chance para reconhecer
aos médicos cubanos que durante mais de uma década
foram sarar seu povo. “Muitas vezes agradecemos aos
presidentes por seus gestos e quase nunca temos a
chance de fazê-lo pessoalmente àqueles que
materializam essa ajuda”, expressou.
Ao terminar o encontro, os
participantes na Cúpula viajaram até a Unidade
Central de Cooperação Médica (UCCM), situada no
município de Boyeros, onde se capacita e atende todo
o pessoal da saúde que cumpre missões
internacionalistas.
Ali percorreram as salas do
Museu da Cooperação Médica Internacional, onde se
mostram fotografias que flagram inúmeras passagens
da solidariedade médica cubana no mundo. A diretora
da UCCM, Regla Angulo Pardo, explicou vários dos
programas nos quais os colaboradores da Ilha estão
inseridos, entre eles o contingente internacional de
médicos especializados no enfrentamento a desastres
e grandes epidemias, o Programa Integral de Saúde da
Venezuela e outro dedicado ao estudo psicossocial e
clínico genético em pessoas com deficiências
físicas.
O presidente Raúl Castro
compartilhou algumas valorizações acerca da criação
da Escola Latino-americana de Medicina, a passagem
devastadora de furacões como o Mitch, George e
Katrina e a resposta imediata de Cuba; assim como a
missão histórica no Paquistão, depois do terremoto,
entre outras. Estes momentos históricos vividos
pelos nossos médicos em quase todo o mundo também
puderam ser vistos em um documentário da jornalista
Gladys Rubio.
Finalmente, o ministro de Saúde
cubano disse que o fato de ter concluído a Cúpula
com a visita à Unidade Central de Cooperação Médica
tem uma significação especial. Lembrou que desse
lugar partiram os mais de 50 mil colaboradores que
hoje fazem seu trabalho em 66 países. “A presença de
vocês todos aqui é um estímulo para continuarmos com
a herança de Fidel e de Raúl, para ratificarmos que
o que estamos fazendo é em prol da humanidade, pela
possibilidade real de que um mundo melhor é
possível”.
Depois, o presidente cubano se
despediu de cada um dos participantes da Cúpula
Extraordinária da ALBA-TCP. Novamente, o
agradecimento a Cuba, a nosso governo, a nosso povo,
pela entrega sem limites para o bem dos demais, por
tornar realidade esta aliança a favor da vida.
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