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Exigem na ONU justiça para os Cinco
Nuria Barbosa León
ANTE o plenário da 25ª sessão do
Conselho dos Direitos Humanos, Adriana Pérez
O’Connor exigiu, mais uma vez, a solução definitiva
para o caso do seu esposo, Gerardo Hernández
Nordelo, quem cumpre uma injusta condenação nos
Estados Unidos, por lutar contra o terrorismo.
No
fórum, Adriana explicou que na mesma situação se
encontram Antonio Guerrero e Ramón Labañino, porque
René González e Fernando González cumpriram
totalmente suas irracionais sentenças e já se
encontram em Cuba. “Ao longo destes anos estes
homens sofreram torturas, tratamentos cruéis,
desumanos e degradantes.
Seus processos judiciais estiveram afetados pelo
vício e a motivação política e um claro exemplo
disso é o ocultamento e a manipulação de evidências
exculpatórias”, denunciou.
Adriana afirmou que, apesar das reiteradas
denúncias nesta tribuna, persiste a teimosia da
administração norte-americana de não libertar estes
homens e silenciar o tema na imprensa mundial,
embora parlamentares, intelectuais, chefes de Estado
e organizações se tenham pronunciado no sentido de
pôr fim a tamanha injustiça.
Este é o Conselho dos Direitos Humanos, cabe a este
órgão ajudar-nos a achar uma solução humanitária,
imediata e definitiva que permita acabar com esse
sofrimento”.
Anteriormente, em um ato efetuado na sede das
Nações Unidas, em Genebra, Suíça, Adriana explicou
as principais violações legais e de direitos humanos
cometidas contra esses lutadores antiterroristas,
nos mais de 15 anos de arbitrário encerro. “Meu
esposo é condenado a morrer na prisão, caso Obama
não intervir”.
No evento falaram e intervieram representantes de
mais de 15 nações, os quais ratificaram sua
solidariedade com a causa e expuseram a necessidade
de intensificar as ações em nível internacional, com
o objetivo de conseguir o retorno à Pátria dos três
que ainda se mantêm atrás das grades.
Adriana lembrou que em maio de 2005 o Grupo de
Detenções Arbitrárias declarou que a detenção dos
Cinco cubanos tinha sido arbitrária, devido à
ausência de um clima de objetividade e de
imparcialidade durante o julgamento e pediu ao
governo dos Estados Unidos se guiar pela legislação
internacional.
Gerardo foi apreendido pelas autoridades
estadunidenses em 12 de setembro de 1998, junto a
Ramón, Antonio, Fernando e René. Em 2001, o Tribunal
Federal do Distrito Sul da Flórida os declarou
culpados de acusações que nunca foram demonstradas
durante o manipulado proceso judicial ao qual foram
submetidos. O trabalho dos patriotas cubanos
consistiu em impedir a realização de atos
terroristas contra Cuba e salvar a vida de cidadãos
de outros países.
Adriana teve uma reunião com os embaixadores do
Grupo Latino-americano e Caribenho; e ainda dialogou
com o nuncio Silvano Tomasi e com Olav Fikse Tveit,
secretario-geral do Conselho Mundial de Igrejas,
ambos representantes da Santa Sé. Também conversou
com a Alta Comissária adjunta da ONU para os
direitos humanos, Flacia Pansieri.
Em cada uma das conversações, Adriana pôs ênfase no
fato de que continua sem resposta o recurso de
habeas corpus, apresentado por Gerardo há mais de
dois anos, e contribuiu com elementos contundentes
que demonstram os prejuízos à saúde física e mental
provocados a seu esposo e aos seus companheiros,
após tantos anos de encerro.
E novamente fez um apelo a que haja um gesto
humanitário, o qual requer de decisão política e
ética por parte do governo estadunidense.
Entretanto, em Lisboa, capital portuguesa,
representantes dos principais partidos políticos
representados no Parlamento de Portugal, escutaram
Elisabeth Palmeiro, esposa de Ramón Labañino, a qual
expôs a tragédia humanitária do caso e enfatizou no
sentido da urgência para resolver este assunto.
O
vice-presidente do Parlamento, António Filipe,
reiterou sua solidariedade com esta causa e louvou o
esforço para dá-la a conhecer no mundo e envolver
seus colegas. Palmeiro fez parte da presidência de
um ato convocado pelo grupo parlamentar de
solidariedade Portugal-Cuba.
Anteriormente, conversou com o deputado Sérgio
Sousa Pinto, presidente da Comissão das Relações
Exteriores do parlamento luso e recebeu a medalha da
cidade de Almada das mãos do presidente da Câmara
municipal, Joaquim Judas. Igualmente, teve um
encontro com a presidenta do Conselho Português pela
Paz e a Cooperação, Ilda Figueiredo e com os
dirigentes dos grupos parlamentares dos partidos
Comunista de Portugal, Socialista, Verde, Social-democrata,
Centro Democrático Social-Partido Popular (CDS-PP) e
o Bloco de Esquerda.
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