Cuba sem casos
de Ebola
O doutor Manuel Santín, diretor
nacional de epidemiologia do Ministério da Saúde
Pública (Minsap) afirmou em 16 de agosto, em Havana,
que Cuba não registra nenhum caso da doença viral
Ebola (EVE).
Santín disse à imprensa nacional que
dessa doença grave, com uma taxa de letalidade de
até 90%, anteriormente conhecida como febre
hemorrágica, até a data têm sido registrados 1.711
casos e 932 óbitos, na Guiné Conacry, Serra Leoa,
Libéria e Nigéria.
Precisou que a propagação na África
Ocidental, entre e dentro de países com fronteiras
comuns que registram a maioria dos casos, se deve à
alta circulação nas fronteiras, problemas na
identificação e acompanhamento dos contatos,
práticas não ótimas de prevenção e controle de
infecções, e a existência de cadeias de transmissão
que não têm sido detectadas.
O especialista do Minsap esclareceu
que embora Cuba não tenha voos diretos com as nações
afetadas pelo Ebola, a introdução do vírus pode
dar-se através de viajantes internacionais,
fundamentalmente pela via aérea, pelo qual se
extremam as medidas e esforços por parte das
autoridades nacionais para fazer face à possível
introdução.
O doutor Santín reiterou a
importância de conhecer as principais
características da doença, entre elas o período de
incubação de dois a 21 dias, com uma média de oito
de dez dias, modo e transmissão, sintomas, assim
como também das medidas que permitam incrementar a
vigilância, prevenção e controle em nações de origem
e com fronteiras.
Assegurou que os colaboradores
cubanos nesses países não estão trabalhando onde há
surtos dessa mazela e se adotam medidas individuais
extremas, tanto higiênicas como de uso de meios de
proteção, entre eles luvas, batas e máscaras.
Neste período os que vieram de
férias tiveram um período de isolamento e vigilância
estreita para evitar a entrada da doença a Cuba.
"A globalização e a mudança
climática impõem novos riscos, o mundo se
caracteriza por múltiplas epidemias como a cólera e
a Aids, pelo qual Cuba se prepara para dar resposta
a estes problemas, e conta com um sistema de
vigilância epidemiológica bem estruturado", disse.
De sua parte, o doutor Jorge Pérez,
diretor do Instituto de Medicina Tropical Pedro
Kourí (IPK) explicou que o primeiro surto de EVE se
detectou em 1976, no Congo, e o morcego é o
reservatório natural da doença, registrando surtos
causados por espécies de gorilas e chimpanzés.
Enfatizou o cientista do IPK que o
principal modo de transmissão pessoa a pessoa ocorre
mediante o contato direto entre secreções corporais
(sangue, suor, leite materno e sêmen, entre outros),
e alertou acerca de que os sintomas como febre, dor
de cabeça e calafrios, podem ser confundidos com
outras doenças. (AIN)