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Charutos Havana: tradição tornada exclusividade e
excelência
Livia Rodríguez Delis
A história conta que, em 1492, quando o descobridor
da América, Cristóvão Colombo e sua tripulação,
desembarcaram nesta bela Ilha do Caribe, foram
seduzidos pelo cheiro que exalavam umas folhas
misteriosas ao serem enroladas e acesas com fogo
pelos nativos, que as chamavam de Cohíba.
A partir desse momento, o charuto começou um longo
périplo pelo mundo, onde é atualmente cultuado e
comercializado. Mas seu resultado final mostra
diferenças perceptíveis com o que se produz em
várias regiões de Cuba, há mais de cinco séculos.
O charuto negro cubano é único por sua textura,
sabor e cheiro, devido à integração de quatro
elementos próprios da nação caribenha: o solo, o
clima, a variedade e as tradições culturais
utilizadas pelos agricultores de várzeas e
enroladores cubanos.
Com o interesse de curtir o charuto cubano,
exclusivos degustadores compartilharão no 16o
Festival do Havana, que se desenvolverá de 24 a 28
do presente mês em Havana.
Dedicado às marcas Hoyo de Monterrey, Partagás,
Trinidad e H. Upmann, o evento aspira a reunir fãs
de mais de 60 países e terá como fim a promoção
dessas principais marcas e das denominações de
origem Vuelta Abajo e Cuba.
Neste Festival receberão especial atenção os
produtos que se apresentarão durante o ano 2014 no
mercado mundial e os especiais destinados à rede de
franquias da Casa do Havana e entre as atrações
únicas que terá este Festival estão a competição da
cinza mais longa e o concurso Havana em imagens.
Como é habitual, as visitas aos fumais e às fábricas
de charuto serão realizadas, além do leilão de
umidificadores, o concurso Habanosommelier, a
apresentação dos prêmios Havana 2013 e a feira
comercial para promover o encontro com fornecedores
de insumos para a indústria charuteira e os vínculos
com outras marcas e produtos de luxo em nível
mundial.
Neste ano se comemora o 170o aniversário
da criação duma das marcas mais prestigiosas, H.
Upmann, que está representada na maioria dos países
onde existe a presença da Habanos.
A diretora de marketing operacional da Habanos S. A,
Ana López, explicou que a história das marcas
cubanas data do século 19. Em particular H. Upmann
foi fundada em 1844 e passou por um longo caminho de
desenvolvimento que teve como resultado sua presença
em mais de 150 nações e representa ao redor de 4%
das rendas que percebe a Habanos pelo conceito de
exportação. Por isso, é uma das homenageadas no
Festival.
Levando em conta que em nível mundial cada dia é
mais frequente o consumo de charuto em espaços
abertos e no verão, Habanos criou uma estratégia
dirigida a introduzir-se nessa tendência.
“Por isso, neste ano no evento de elite vão
acontecer dois momentos importantes: as alianças com
as cervejas da Bélgica e Cuba, fundamentalmente, e
com coquetéis à base de vodca. Ambos são elementos
relacionados com o verão e não habituais da
sobremesa”.
“A alta cozinha também estará representada neste
Festival na noite dedicada à marca Trinidad (que em
2014 faz 45 anos) com o chef holandês convidado Ron
Blaauw, que tem duas estrelas Michelín, um
reconhecimento muito importante do ponto de vista
gastronômico, e acedeu a projetar o cardápio”,
informou Ana López.
“Entre os fumantes há uma tendência de moda que
consiste em envelhecer com mais de cinco anos como
mínimo o produto, com o fim de apreciar outras
características organolépticas do produto e durante
o Festival vamos dedicar um momento especial à
degustação, pela primeira vez, dum havana
envelhecido, na conferência magistral Habanos
Vintage, do especialista britânico Simon Chase”.
Precedida pela conferência “Elementos que
influenciam na combustibilidade do Havana”, por
Vladimir Andino, presidente primeiro da Tabacuba,
será introduzida a competição da cinza mais longa.
Acerca disso a especialista esclareceu que esta
novidade demonstrará a qualidade do charuto cubano,
pois para que um produto possa manter uma cinza
longa é preciso uma boa matéria-prima, uma boa
concepção e que seja aceso corretamente pelo
consumidor. “Aí estão presentes todas as etapas,
desde a semente até o momento de fumar”.
Quanto à colheita atual, Ana López indicou que os
agricultores de várzeas, principalmente de Pinar del
Río — lugar onde se gera o maior volume de
matéria-prima — travaram uma luta constante contra
as inclemências do tempo, derivadas da mudança
climática.
“Desafortunadamente, nos últimos meses as chuvas
foram mais fortes e frequentes que o habitual e isto
provocou alguns danos à colheita, foi necessário
replantar mais de uma vez, pelo qual os agricultores
fizeram um esforço considerável para tentar reduzir
no máximo os possíveis prejuízos no resultado final
da produção de charutos”.
Contudo — disse — a indústria cubana está pronta
para enfrentar estes riscos. Há anos, trabalha-se na
criação de estoques de matéria-prima suficiente para
poder enfrentar qualquer adversidade.
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