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Cuba: Turismo e bloqueio dos EUA

DE janeiro a julho de 2014, quase sete milhões de
estadunidenses viajaram ao Caribe, fluxo ao qual
Cuba apenas pode aceder, por causa das restrições
impostas pelo governo dos EUA, há 55 anos.
Precisamente, o turismo aparece entre os setores
mais vulneráveis ao bloqueio econômico, comercial e
financeiro, estabelecido por Washington para
provocar “a fome, o desespero e o colapso do governo
cubano”, segundo o memorando de 1960, do
vice-secretário assistente do Estado, Lester
Mallory.
“Devido às leis que o conformam, a chamada
indústria do lazer na Ilha não pode trabalhar, de
maneira ordenada, o mercado norte-americano,
principal emissor de turistas ao Caribe”, explicou à
imprensa o vice-ministro das Relações Exteriores,
Abelardo Moreno.
Na escola de ensino primário “Solidariedade com o
Panamá”, do município havanense de Boyeros, o
vice-chanceler apresentou o Relatório de Cuba sobre
o bloqueio, que será submetido à aprovação da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em 28 de outubro
próximo.
O documento refere que a modalidade de cruzeiros é
uma das mais afetadas, perante a impossibilidade de
que esses meios de transporte entrem nos portos
cubanos, sanção que, ao mesmo tempo, impede um
melhor aproveitamento das marinas e bases náuticas
existentes no arquipélago antilhano.
Além do mais, o caráter extraterritorial das
medidas impostas pela Casa Branca também afeta as
operações das agências de viagem cubanas noutros
países emissores, como é o caso das sucursais de
Havanatur com sede no Canadá.
As agências de viagens Hola Sun Holidays, Limited e
Canadá Inc.Caribe Sol tiveram custos adicionais pelo
processamento de cartões de crédito, que superaram
em 1,6% a média estabelecida para outras agências
radicadas em Ottawa, indica o relatório intitulado
“Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico,
comercial e financeiro impostos pelos EUA contra
Cuba”.
Segundo a Organização do Turismo do Caribe, dos 14
milhões de turistas que visitaram a área, no
primeiro semestre do ano, 6,87 milhões chegaram dos
EUA, número que o coloca como o mercado mais forte
na região.
Especialistas do setor assinalam que o escasso
volume na emissão para Cuba é devido,
principalmente, a razões alheias à indústria
turística. Por tal motivo, se fossem eliminadas
essas medidas, o destino cubano teria um
comportamento similar ao restante do Caribe (AIN)
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