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Havana. 16 Julho, de 2014

MÉDICOS CUBANOS NO BRASIL
O agradecimento como recompensa principal

Lisanka González Suárez

PARA aqueles que vimos ir embora os primeiros 1.214 médicos cubanos em agosto-setembro de 2013 com destino Brasil para integrar o primeiro grupo de cooperadores cubanos no programa Mais Médicos, junto com os mais de 10 mil que continuaram chegando posteriormente, parece-nos que o tempo transcorreu muito rápido. Foi essa a sensação que tivemos este verão quando começaram a retornar à Ilha para desfrutar de suas merecidas férias.

Alguns não puderam conter a emoção e expressaram. "sentir que a distancia é demasiada, que tem passado muito tempo da última vez que vistes teus seres queridos, que necessitas tocar tua terra, e abraçar os costumes de tua pátria..."

Muitas vezes o trabalho ocupa os vazios que a ausência deixa e que às vezes minimiza até o momento da partida.

Unicamente aquele que tem estado longe de sua terra pode compreender a solidão que se sente ainda rodeado de amigos; quanto pesam a separação da família, dos vizinhos, as discussões fraternais sobre o último campeonato de beisebol; nas noites de muito calor sentar-se na beira-mar e esperar o tradicional toque de canhão, ou sentar-se em qualquer parque principal de qualquer povo cubano.

Todos esses grandes e pequenos vazios são compensados com a sagrada missão de sarar, proteger e salvar as pessoas mais pobres, nos recantos mais difíceis ou inóspitos, em qualquer parte do mundo.

Entre os médicos entrevistados, a dra. Iraide Ivette Lozano Hidalgo, médico integral da província de Holguin, expressou ao jornal Granma: "Temos tido que enfrentar-nos, além da nostalgia por nossos familiares, a um novo idioma, a uma nova situação alimentar, a novos costumes, a doenças que em Cuba já não existem e aqui têm uma incidência preponderante; mas realmente a satisfação de contribuir para sarar uma pessoa que jamais tem sido visitada por um medico, simplesmente por causa da distancia, é imensa".

Acontece que desde que chegaram ao Brasil, os médicos cubanos têm atendido um grande número de pessoas com padecimentos crônicos que nem sequer tinham sido diagnosticadas.

Outro tema sensível, expresso até por alguns meios de imprensa brasileiros, é o impacto causado pelos médicos cubanos em seu atendimento aos pacientes.

A isso também se referiu a dra. Ivia Ávila Aguilera, que trabalha no Estado de Ceará, integrada a uma equipe que atende sete postos de saúde, com uma população de aproximadamente 1.350 pacientes que habitam zonas agrestes. "Nestas condições há muitos médicos. Mas nossa recompensa são suas atitudes, seu agradecimento e solidariedade, apesar de sua pobreza. Essa é sua forma de agradecer, compartilhando conosco o pouco que têm".

Para a dra. Yasmit Aday, que trabalha no município de Joinville, Estado de Santa Catarina, tem sido "uma grande experiência trabalhar onde existe tanta concorrência entre o setor privado e o público, que em ocasiões incide negativamente no atendimento que o povo recebe".

"Mas nesta parte da população, o governo de Dilma Rousseff tem conseguido levar a saúde a todos, através do projeto com nossos médicos e com médicos de outros países como a Espanha, Portugal e México", comentou Aday.

Uma das coisas que mais impressionam à maioria dos médicos entrevistados, foi a disparidade social que existe nesse país sul-americano.

"Há muitas diferenças, pessoas com muito dinheiro e outras sem nada, que são isoladas e discriminadas. A população está agradecida e satisfeita com nosso esforço, atendemos qualquer pessoa sem distinção. No início foi difícil, encontramos certa resistência em alguns setores, mas pouco a pouco conseguimos integrarmos", expressou Yamila Valdés, doutora que também colabora em Santa Catarina.

Enquanto esta edição esteja a circular, o dr. Enrique Capote La O, de Santiago de Cuba, deve estar contando os dias que lhe ficam em sua cidade natal junto a seus familiares para depois retornar a seu trabalho em Macapá, cidade capital do Estado de Amapá, na região da Amazônia para continuar atendendo seus pacientes.

O dr. Enrique reflete sobre a essência que diferencia os profissionais cubanos da saúde, seu esforço diário. Daí que segundo sua opinião, podemos afirmar que Mais Médicos é um sucesso, "porque com nossa presença temos revertido a situação da saúde nos lugares mais remotos e desatendidos. Quando chegamos, determinados grupos de poder desataram uma guerra da mídia contra nossa presença e contra o programa implementado pelo governo de Dilma. Mas a qualidade dos nossos médicos e a natureza do trabalho que desenvolvemos deitou por terra essa campanha; a realidade tem demonstrado a pertinência de Mais Médicos, e os milhões de pessoas atendidas são o exemplo mais sólido dessa realidade".

As opiniões dos recém chegados à imprensa nacional reafirma que os médicos cubanos gozam do reconhecimento mundial no mundo todo, não só pela sua preparação profissional mas sim por sua qualidade humana e disposição de atender os mais necessitados em qualquer recanto do mundo.
 

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