IDENTIDADE, tradição, cultura, são
atributos que distinguem o Hotel Nacional de Cuba,
uma instituição clássica por distinção, que conserva
o esplendor de sua arquitetura eclética, ar déco e
mourisca.
Seu luxo, elegância e serviços de
primeira classe mantêm-se intatos depois de mais de
oito décadas de liderança, respeitada na indústria
hoteleira cubana.
Hotel insigne do Grupo Hoteleiro
Gran Caribe e com 439 apartamentos em sete andares,
esta instalação cinco estrelas esta situada no
antigo monte Vedado, a poucos metros do mar, na zona
central de Havana. Os jardins majestosos que rodeiam
o hotel são um local formidável para descansar, após
um dia de exploração pelos centros de interesse da
cidade, ou simplesmente, lugar para desfrutar de uma
bebida, contemplando o enorme mar do Caribe.
Seu lobby costuma estar cheio de
visitantes e grupos de turistas, tal como o bar
próximo dos jardins. Desta forma, as pessoas têm a
sensação de que este hotel jamais dorme.
Precisamente em seus jardins
localizam-se vestígios muito bem conservados da
Bateria de Santa Clara, declarada Patrimônio da
Humanidade em 1982, mediante uma decisão emitida em
parceria entre o Centro Histórico de Havana Velha e
a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).
Desse sistema defensivo atualmente
se exibem no jardim dois grandes canhões: o "Krupp"
e o "Ordoñez", sendo este último o maior canhão do
mundo em sua época. Em 1898, essas peças de
artilharia dispararam contra o cruzeiro
estadunidense Montgomery, na chamada guerra
hispano-cubana-norte-americana. Ambas as peças são
hoje uma inegável atração turística.
A este emblemático hotel lhe foi
outorgada a condição de Monumento Nacional, em 1998,
devido ao valor artístico e histórico do prédio, e
também a de Hotel Museu, declarada em 2001 e aparece
inscrito no registro "Memória do Mundo", outorgado
também pela Unesco em 2010, distinção criada em 1992
para preservar todas as obras e coleções do
patrimônio documental mundial, com valor
excepcional.
O Hotel Nacional de Cuba também foi
participante, em diferentes etapas, a partir de sua
inauguração, em 30 de dezembro de 1930, de inúmeros
acontecimentos da vida nacional, que o tornam
diferente para qualquer visitante.
Um deles foi o ataque com canhões
que sofreu, em 2 de outubro de 1933, contra um grupo
de militares reunidos ali, durante o levante dos
oficiais de baixa patente do exército do presidente
Gerardo Machado, inconformados com os privilégios
dos altos oficiais da época. E mais tarde, as obras
de engenharia militar construídas e trincheiras para
canhões antiaéreos, colocados no lugar quando dos
dias dramáticos da Crise dos Mísseis, em outubro de
1962.
Considerado um dos 25 Hotéis
Palácios do Mundo, em seus apartamentos, salões,
jardins e amplos espaços, o hóspede poderá apreciar
umas 100 obras patrimoniais, entre fotografias,
esculturas, pinturas, relógios antigos, ao que se
acrescentam móveis de estilo inglês, candeeiros art
noveau, porcelanas francesas de Sevres, cerâmicas,
quadros de pintores cubanos das primeiras décadas do
século e estátuas de mármore de Carrara.
Seus trabalhadores sentem o orgulho
de preservar esta história e patrimônio, segundo
expressaram ao Granma Internacional Aeleen
Ortiz Concepción e Estela Rivas Vázquez,
responsáveis pelas visitas históricas organizadas e
que amavelmente explicam, aos hóspedes e visitantes,
cada um destes detalhes, incluídos aqueles relativos
à triste época em que o hotel foi o preferido pela
máfia italo-norte-americana, durante os anos 40 e
50.
Mas também sua magnificência tem
atraído, ao longo destas mais de oito décadas,
centenas de celebridades do comércio e do mundo dos
negócios, a política, as ciências e a cultura
universal. Entre eles, Winston Churchill, Frank
Sinatra, Ava Gardner, Johnny Weismuller, María
Félix, Jorge Negrete, Alexander Flemming, Steve
Spielberg e o cosmonauta Yuri Gagarin, até inúmeros
chefes de Estado, entre estes, os presidentes
chineses Hu Jintao Zemin e Xi Jinping; Evo Morales,
da Bolívia; Tabaré Vázquez, do Uruguai; Hugo Chávez,
da Venezuela; Cristina Fernández, da Argentina;
Rafael Correa, do Equador; Michelle Bachelet, do
Chile; Leonel Fernández, da República Dominicana;
Peter Agre, Prêmio Nobel de Química, ou o
ex-presidente norte-americano James Carter, que
deixou constância de sua presença nos jardins e
salões do hotel e cujas fotografias o visitante
poderá observar no Hall da Fama ou no bar Vista al
Golfo.
Sede habitual dos Festivais do Novo
Cinema Latino-Americano de Havana, poderá se deparar
ali, cada mês de dezembro, com personalidades
cubanas da cultura e da arte ou de outro país.
Contudo, o Hotel Nacional não é
exclusivamente para noctâmbulos ou caçadores de
lazer: também possui um centro de negócios bem
equipado, casas de câmbio, nove salões de reuniões,
onde se oferecem serviços de interpretação, e um
andar complementar dedicado a executivos, com
serviço de check in na hora e serviço de internet,
tanto para homens de negócios como para aqueles que
participam de congressos e convenções.
Segundo especialistas da esfera, a
qualidade do serviço, eficiência e preparação
profissional dos empregados é uma constante neste
hotel, que recebeu o Prêmio da Excelência 2010,
outorgado pela agência de viagens Thomas Cook,
avaliado pela opinião dos clientes dessa agência de
viagens inglesa, uma das mais importantes do
planeta. Ainda, inúmeras enquetes o colocam entre os
lugares de hospedagem preferidos pelos turistas do
mundo todo, ou como "melhor destino de cidade em
Cuba e no Caribe". Também, durante dez anos e até
2013, tem recebido o Trade World Award do Caribe,
como Hotel Líder do turismo cubano. Em 1996, recebeu
em Paris o troféu de ouro Europa à Qualidade,
entregue pelo Clube Office da Espanha. Desde o ano
2006, o hotel possui a certidão do sistema de gestão
de qualidade, atribuído pela firma espanhola AENOR.
"Do Hotel Nacional de Cuba gosto de
sua a história... é majestosa a vista que tem e
dispõe de um serviço fabuloso", afirmou o argentino
Gastón Rodríguez, que junto da sua esposa, a
canadense Cristal Cultimore, se hospedaram na
instalação. Fizeram o percurso histórico e gostaram
muito.
Com uma alta porcentagem de ocupação
o ano todo, o gerente geral do hotel, Antonio
Martínez Rodríguez, explica que têm como objetivo
primordial consolidar e continuar oferecendo aos
visitantes a história, a cubanidade e a cultura que
o centro possui. Nesse sentido, faz menção da boate
Parisien, que oferece o Grande Show Cubano,
mostrando a fusão das culturas indígenas,
americanas, hispânicas e africanas, as quais deram
origem à cultura cubana.
"No hotel oferecemos elementos das
tradições de Cuba, pois aqui entregam sua arte
relevantes grupos e orquestras da Ilha, tais como o
grupo de Compay Segundo, o Buena Vista Social Club,
a orquestra Aragon e a de Jorrín, que são
representativas das música mais conhecida de Cuba.
E é que o protagonismo do hotel
Nacional se prolonga no tempo, para continuar sendo
esse "castelo encantado", como o denominou o
prestigiado jornalistas, escritor e precursor do
realismo fantástico, Alejo Carpentier; e inclusive,
um lugar ideal para enxergar o belo pôr-do-sol lá
depois do eterno muro da avenida beira-mar havanesa.