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Havana. 15 Setembro, de 2014

Cuba faz um apelo ao mundo para lutar contra o Ébola
• A Ilha maior das Antilhas anuncia o envio de uma brigada de 165 colaboradores médicos para a Serra Leoa

"O governo cubano, como tem feito sempre nestes 55 anos de Revolução, resolveu participar deste esforço global, sob a condução da Organização Mundial da Saúde, para enfrentar a dramática situação que hoje existe na África ocidental. Por sua vez, convoca os governos e ministros da Saúde de todos os países a aderirem à luta contra este flagelo".


A doutora Margaret Chan e o doutor Roberto Morais Ojeda, durante a
entrevista coletiva em Genebra.

Assim expressou em Genebra, Suíça, o ministro cubano da Saúde Pública, Roberto Morales Ojeda, em 12 de setembro último, ao anunciar o envio de uma brigada de 165 colaboradores, constituída por 62 médicos e 103 enfermeiros, os que possuem, em média, mais de 15 anos de experiência de trabalho. "Eles todos, acrescentou, participaram anteriormente em situações de desastres naturais e epidemiológicos, assim como em missões de colaboração médica e 23% deles tem mais de uma missão internacionalista".

Acrescentou que esta colaboração, que será através da OMS, com recursos escolhidos a partir de todos os que voluntariamente têm expressado a disposição de trabalhar em conjunto, incluindo os EUA, será realizada em Serra Leoa.

Morales informou que viajou a Genebra para reunir-se com a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doutora Margaret Chan, para dar resposta, em nome do governo cubano, ao pedido de ajuda realizada por ela e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao presidente Raúl Castro Ruz, como parte do esforço mundial que é preciso realizar para combater a epidemia do Ébola na África ocidental.

O ministro explicou que desde o primeiro momento Cuba resolveu manter suas brigadas que hoje prestam serviços na África, e de maneira particular os 23 profissionais que se encontram em Serra Leoa e os 16 na Guiné Conacry.

Para combater a epidemia precisa-se
de 500 a 600 doutores e mais de 1 000 trabalhadores da saúde.

Durante a entrevista coletiva, junto à doutora Margaret Chan, Morales fez um apelo ao resto dos governos e ministros da Saúde, para que possam contribuir com o resto dos países que estão afetados.

Disse também que Cuba já adotou medidas, como parte do Controle Sanitário Internacional quanto à entrada e saída de viajantes, assim como o fortalecimento do Sistema de Vigilância Higiênico-Epidemiológico Nacional.

"Esta resposta de Cuba — aprofundou o ministro — tem como antecedente que a Revolução não esperasse o desenvolvimento de seus serviços de saúde para começar a oferecer sua ajuda a outros povos". Apenas um ano depois do triunfo, em 1960, ofereceu-se a primeira ajuda médica internacional ao Chile, para atender aos afetados por um terremoto; e em maio de 1963 partiu a primeira Brigada Médica para a Argélia, composta por 55 colaboradores, para oferecer seus serviços durante um ano.

Na década de 70 se alarga a colaboração solidária em países da América Latina, África e Ásia e em 1998, com os furacões George e Mitch no Caribe e na América Central, começa o Programa Integral de Saúde, no qual têm participado 25.288 colaboradores da saúde, em 32 países.


A doutora Margaret Chan afirmou que até 12 de setembro 4.782 pessoas tinham sido contagiadas pelo virus e 2.400 haviam falecido.

Cuba ainda colaborou na formação de profissionais das ciências médicas para 121 países da Ásia, África e a América. Até à data, graduaram-se 38.940 médicos, dos quais 24.486 pertencem às dez promoções da Escola Latino-americana de Medicina, inaugurada pelo líder cubano Fidel Castro Ruz, em novembro de 1999, como parte do caráter sustentável do Programa Integral de Saúde.

Atualmente, a Ilha maior das Antilhas colabora com professores na formação de recursos humanos das ciências médicas em 10 países, com uma matrícula de 29.580 estudantes.

Um dos programas mais sensíveis e humanos iniciou-se em julho de 2004, com a Operação Milagre, em parceria com a República Bolivariana da Venezuela, mediante a qual 2.890.000 pessoas de 35 países, delas, 36.636 africanos, melhoraram ou recuperaram a visão.

Também mencionou que após o furacão Katrina ter açoitado a cidade de Nova Orleã, em 19 de setembro de 2005 foi criado o Contingente Internacional de Médicos Especializados no Enfrentamento a Desastres e Grandes Epidemias "Henry Reeve". Nesse momento, ofereceram-se 10 mil médicos para ajudar o povo norte-americano, ajuda que não foi aceita pelo governo desse país; mas a partir do contingente foram conformadas 39 brigadas que estiveram presentes em situações de emergência em 23 países.

A deficiência física, um dos problemas mais prementes em nossos povos, motivou, a partir do ano 2008, a realização de um Estudo Psicossocial e Clínico-Genético desta população, que permitiu chegar aos lares de 1,5 milhão de pessoas com deficiências físicas na Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia e São Vicente e as Granadinas.

Na África, até à data, uns 76.744 colaboradores da saúde prestaram serviços em 39 países. Neste momento existem 4.048 colaboradores em 32 países, deles 2.269 são médicos.

Cuba marca presença hoje em 66 países, com 50.731 colaboradores, dos quais 64,6% são mulheres e 25.412 deles são médicos.

Como resultado de todos estes anos de solidariedade e cooperação foram cumpridas 595.482 missões em 158 países, com a participação de 325.710 trabalhadores da saúde, muitos deles com dois, três e mais missões.

Durante estes anos de cooperação realizaram-se mais de 1,2 milhão de consultas médicas, mais de 2.2 milhões de partos, oito milhões de intervenções cirúrgicas e mais de 12 milhões de crianças e mulheres grávidas foram imunizadas.

O MAIS IMPORTANTE É TER O PESSOAL ADEQUADO, AFIRMA DIRETORA DA OMS

Por seu lado, a doutora Margaret Chan destacou que o mais importante para evitar a transmissão do Ébola é ter o pessoal adequado, os especialistas adequados, que sejam treinados apropriadamente e que saibam como se manterem a salvo eles próprios.

"O dinheiro e os materiais são importantes, mas com estes meios somente não podemos parar o surto de Ébola. O mais importante são as pessoas; pessoas que sintam compaixão, médicos e enfermeiras que saibam como reconfortar os pacientes, apesar das barreiras de, por exemplo, estar usando meios de proteção e trabalhar sob circunstâncias muito difíceis", sublinhou a doutora Chan.

Após significar que o surto de Ébola que está devastando parte da África Ocidental é o mais longo, severo e complexo em quase quatro décadas da história desta enfermidade, a diretora-geral da OMS reconheceu que Cuba é conhecida mundialmente por sua capacidade de treinar excelentes médicos e enfermeiras, assim como "por sua generosidade e solidariedade com os países na rota para o progresso".

Mais adiante, em resposta aos jornalistas, a doutora Chan informou que a China respondeu também e já tem equipes médicas nos três países afetados.

Acrescentou que o secretário-geral da ONU esteve falando com os líderes mundiais, especialmente com o Reino Unido, Estados Unidos, França, África do Sul, China, e "todas as conversações têm sido muito positivas. Trata-se agora de saber os detalhes, quantas pessoas, quais materiais e onde".
 

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