Descubra um
espetacular
mundo submerso
• Cerca de 700 lugares em Cuba
aproximam o visitante de um dos recifes coralinos
mais extensos, ricos e melhor conservados do planeta
Lilliam Riera
OS ecossistemas marinhos do
arquipélago cubano, considerado o mais importante
cenário natural do Caribe insular, por sua dimensão,
variedade, flora e fauna próprias e o estado de
conservação, cativam os fãs do mergulho
contemplativo e da fotografia subaquática.
Umas mil espécies de peixes, 58 de
corais, 160 de esponjas, moluscos, crustáceos e
grande variedade de plantas, convivem no recife
coralino que cerca sua larga e relativamente pouco
profunda plataforma submarinha, que se submerge nas
águas mornas do oceano Atlântico, ao Norte, e do mar
Caribe, ao Sul.
Os recifes de coral são muito raros.
Encontram-se em menos de 1% dos oceanos do planeta.
Contudo, é um dos sistemas essenciais para a
sobrevivência humana, pois conservam entre 25% e 33%
de toda a vida marinha.
Atualmente, devido à atividade
irresponsável do homem, o impacto de fenômenos
meteorológicos e o aumento da temperatura do mar por
causa da mudança climática, muitas destas "florestas
tropicais" se extinguiram ou estão morrendo aos
poucos.
Na nação caribenha é política
governamental a proteção e conservação dos
ecossistemas. No caso dos marinhos se implementaram
projetos de monitorização e manuseamento os quais
permitiram manter e/ou recuperar sua saúde.
O recife coralino cubano, um dos
mais extensos, ricos e melhor conservados do mundo,
está também cheio de grutas, túneis, canais e restos
de navios afundados, entre outras atrações que
convertem a prática do mergulho (snorkerling) nas
barreiras de coral e o mergulho até 40 metros, tanto
diurnos como noturnos, em uma aventura inesquecível.
As águas transparentes, aprazíveis e
livres de poluição que banham as costas da Ilha
maior das Antilhas e suas mais de 4 mil ilhotas e
rochedos, contribuem a visualizar uns fundos
submarinhos catalogados entre os mais espetaculares
e variados do planeta, segundo o pesquisador e
naturalista francês Jacques Ives Costeau.
Os fãs e profissionais que queiram
adentrar nesse maravilhoso mundo do silêncio, contam
no arquipélago com cerca de 700 lugares para
mergulhar, distribuídos em 18 zonas, muitas delas
situadas no interior de áreas protegidas e que em
muitos casos coincidem com as principais regiões
turísticas.
Estas zonas são: Cabo de San
Antonio, María la Gorda, Cayo Levisa, Havana, El
Colony, Cayo Largo, Varadero, Bahía de
Cochinos-Playa Larga-Playa Girón-Caleta Buena, Cayo
Santa María, Cienfuegos, Guajimico, Trinidad, Cayo
Coco-Cayo Guillermo, Jardines de la Reina, Santa
Lucía, Guardalavaca, Santiago de Cuba e Marea del
Portillo.
Hotéis confortáveis e 40 centros de
mergulho bem munidos, onde trabalham instrutores
experientes, aprovados pela Confederação Mundial de
Atividades Subaquáticas (CMAS) e a Certidão
Americana-Canadense de Mergulho (ACUC), acolhem os
praticantes, que cada vez mais preferem Cuba como
destino.
O mergulho é uma das modalidades que
o Ministério do Turismo quer potencializar como
estratégia para contribuir a diversificar as ofertas
do setor e conseguir melhor posicionamento da imagem
de Cuba no mercado internacional.
ALGUNS CENÁRIOS IMPRESCINDÍVEIS
Embora seja bem difícil escolher
entre tantas zonas de beleza incrível e singular na
plataforma submarina cubana, de 67.831 quilômetros
quadrados, algumas são imprescindíveis.
María la Gorda, remoto enclave no
litoral sul do território marinho do Parque Nacional
Guanahacabibes, núcleo da Reserva da Biosfera com o
mesmo nome, em Pinar del Río, é uma delas.
Com 50 pontos para o mergulho, a
zona é famosa por seus fundos transparentes, onde se
pode enxergar a maior colônia de coral negro
existente nas águas cubanas e habita uma rica fauna
entre âncoras, canhões e outros tesouros submersos,
testemunhos de épocas passadas.
Na Ilha da Juventude, a segunda
maior do arquipélago cubano, encontramos o hotel El
Colony, com 56 lugares para enxergar impressionantes
fundos onde o mergulho em uma falésia e em túneis é
uma opção de maior, convertendo essa zona em palco
habitual de competições internacionais de fotografia
subaquática.
Cienfuegos, no centro sul, com 21
lugares de mergulho, espanta pela exuberância do
recife coralino, que custodia boa parte de sua
costa, com destaque para um coral em forma de coluna
conhecido como Notre Dame, cujos seis metros de
altura o convertem em um dos mais notáveis do Caribe
todo.
Comparadas com um gigantesco aquário
natural, as ilhotas Coco e Guillermo, no arquipélago
Jardines del Rey, ao norte da província Ciego de
Ávila, contam com 46 lugares para o mergulho. No
próximo ano, nestas ilhotas terá lugar a Feira
Internacional do Turismo de Cuba.
No Parque Nacional Jardines de la
Reina, ao sul de Ciego de Ávila, com 93 lugares de
imersão, resulta exclusiva a interação com duas
espécies de tubarões: o Caribbean reefshark (Carcharhinus
perezi) e o Silkyshark (carcharhinus falciformis).
O chamado Coral Garden sobressai
entre os 47 lugares para o mergulho que oferece
Guardalavaca, ao norte de Holguín, cujo relevo
marinho é caracterizado por morros de grande altura,
cavernas e falésias ou paredes verticais que descem
para formar terraços cobertos de gorgônias, leques-do-mar
e corais.
Marea del Portillo, zona que faz
parte do Grande Parque Nacional Sierra Maestra, ao
sul da província Granma, conta entre seus tesouros
sob a água com um antigo galeão de 36 canhões e o
Cristóbal Colón, o último deles da frota espanhola
comandada pelo almirante Pascual Cervera, afundado
por navios estadunidenses em meados de 1898, durante
a guerra hispano-cubano-norte-americana.