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Putin anuncia incremento da colaboração com Cuba
• Rússia ratifica seu apoio na
luta contra o ilegal e ilegítimo bloqueio
estadunidense
O incremento da cooperação russa
com Cuba através de megaprojetos foi anunciada pelo
presidente da Federação Russa, Vladimir V. Putin, na
presença do presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros de Cuba, general-de-exército Raúl Castro
Ruz, após terem sido assinados, entre ambos os
países, dez instrumentos jurídicos de relevo.

O presidente russo Vladimir Putin colocou uma
oferenda floral a José Martí.
Na cerimônia estava presente o chanceler cubano
Bruno Rodríguez Parrilla
e a equipe ministerial que acompanha Putin na
viagem, entre eles o chanceler
russo Serguei Lavrov.
Putin ressaltou que seu país
continuará prestando ajuda à Ilha para contestar o
ilegal e ilegítimo bloqueio econômico, comercial e
financeiro, imposto pelos Estados Unidos a Cuba há
mais de 50 anos. E agradeceu a todos os amigos
cubanos pela atmosfera cordial, a cálida recepção, a
hospitalidade e a excelente atmosfera na qual
puderam trabalhar em parceria, segundo noticiou a
Prensa Latina.
“Temos grandes projetos para
alargar a cooperação com Cuba, em esferas decisivas
como a energia, a saúde e outras”, disse o
presidente russo, na sexta-feira, 11 de julho, no
Palácio da Revolução, em Havana.
Referiu-se à decisão do seu
governo de perdoar 90% da dívida que Havana mantinha
com Moscou, desde os idos da antiga União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, da ordem dos US$
35 bilhões, precisou a AIN.
“Os restantes dez por cento será
materializado com empreendimentos russos no solo
cubano”, acrescentou Putin, lembrando a seguir que
os nexos de cooperação entre seu país e Cuba foram
programados até o ano 2020.
Essa cooperação foi adotada na
10ª reunião da Comissão Intergovernamental para a
Colaboração Econômica, Comercial e
Científico-Técnica, efetuada em novembro de 2012.
Ao falar com a imprensa, após a
assinatura dos acordos, Raúl lembrou que a dívida
com a Rússia se acumulou devido “à ajuda decisiva da
URSS”. E acrescentou: “Foi uma ajuda generosa, sem a
qual podemos garantir que a Revolução não teria
podido subsistir”.
“Após tantos anos, o fato de que
o governo atual da Rússia perdoe 90% dessa dívida e
que 10% restante, por volta de US$ 3,5 bilhões, seja
investido em Cuba” — afirmou — é novamente uma
manifestação da generosidade palpável do povo russo
para Cuba”, destacou a PL.
Agradeceu essa decisão “do povo
e governo russos acerca do perdão da maior parte da
dívida cubana”, e expressou sua confiança de que as
relações entre ambos os Estados venham a
incrementar-se e se fortaleçam daqui em diante.
Através do seu presidente
“queremos expressar nossa gratidão ao povo e ao
governo da Rússia por todos estes acordos e decisões
que nos acaba de informar o presidente Vladimir
Putin”, reafirmou.

O presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros
cubano condecorou
o presidente da Federação Russa com a Ordem Nacional
José Martí, máxima condecoração da República de
Cuba.
Raúl também indicou que os
acontecimentos que se produziram na União Soviética,
na década de 90 do século passado, evidentemente
desequilibraam o poder mundial, as forças que
mantinham esse equilíbrio. E destacou que a partir
do ano 2000 “a Rússia começou a recuperar força na
arena internacional e estamos percebendo seus
efeitos atualmente, em primeiro lugar em escala
mundial, e em segundo lugar nos resultados deste
relacionamento de novo tipo que mantemos com o
governo e o povo russo”, indicou.
“Sentimo-nos muito satisfeitos
de que na arena internacional coincidamos com a
atual política de firmeza e política inteligente que
está implementando a Rússia, segundo nossa
apreciação”, precisou o presidente cubano.
“Aspiramos a continuar
coincidindo com o grande povo russo e seu governo”,
sustentou Raúl Castro, ao referir-se a esta nova
etapa nas relações internacionais.
A cerimônia de assinatura dos
instrumentos jurídicos, na sexta-feira, 11 de julho,
entre altos funcionários dos dois países, teve lugar
após concluírem as conversações oficiais entre Putin
e Raúl.
O chefe de Estado russo, que
chegou a Havana nas primeiras horas desse dia,
iniciou a jornada colocando uma oferenda floral no
monumento dedicado aos soldados internacionalistas
soviéticos e nessa cerimônia solene foi acompanhado
pelo presidente dos Conselhos de Estado e de
Ministros de Cuba, Raúl Castro.
Com um aceno, em sinal de
respeito, o distinto hóspede rendeu tributo à
memória de 68 soldados e oficiais que morreram no
território de Cuba, entre os anos 1962 e 1964, e
cujos restos descansam no Memorial construído no ano
1978, onde se presta homenagem e é símbolo de uma
irmandade sólida.
Um desfile da unidade de
cerimônias das Forças Armadas Revolucionárias e as
notas do hino da República Federativa da Rússia
antecederam a colocação da oferenda floral, onde
também marcaram presença o ministro cubano das
Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla; e o
chefe do Estado Major Geral das Forças Armadas e
Herói da República de Cuba,
general-de-corpo-de-exército Álvaro López Miera.
Na tarde, o chanceler cubano
também acompanharia o presidente Russo Vladimir
Putin à homenagem que o chefe de Estado desse país
prestou ao Herói Nacional José Martí, ao colocar uma
coroa de flores no monumento e no Memorial que levam
o nome do Apóstolo da independência cubana, no
histórica Praça da Revolução, em Havana.
A capital cubana é a primeira
escala de uma turnê latino-americana do presidente
russo, o qual viajou no sábado 12 de julho à
Argentina e depois ao Brasil, onde participou da
entrega oficial à Rússia, por parte da FIFA, da sede
oficial do Mundial de Futebol 2018. Um dia depois, o
presidente russo estaria presente na Cúpula do grupo
de países emergentes Brics, da qual a Rússia faz
parte, junto do Brasil, China, Índia e a África do
Sul.
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