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Havana. 10 Setembro, de 2014

A BATALHA PELOS CINCO
A imprensa de Miami os demonizou desde o primeiro instante

Lázaro Barredo Medina

UM homem faz o que deve — sem importar-lhe as conseqüências pessoais, os obstáculos, as pressões nem os perigos — e este é o fundamento da moralidade humana.

A frase, que neste instante qualquer cubano poderia assumi-la para qualificar a admiração que sentimos por nossos Cinco heróis, pertence ao vocabulário político do presidente John F. Kennedy, em suas definições sobre o valor.

Desde a detenção destes cinco homens, no amanhecer do dia 12 de setembro de 1998, a imprensa de Miami se propôs apresentá-los como todo o contrário e iniciou um dilúvio de propaganda mal-intencionada e fraudulenta para apresentar o caso como uma tenebrosa rede de espiões enviados para atentar contra a segurança nacional dos Estados Unidos, criminosos perigosos cujo propósito era destruir os EUA ou como assassinos a soldo.

Foi René González Sehwerert, em uma das visitas que sua filha Irma lhe fez, quem explicava que "os meios os tinham julgado" a priori.

Hoje é muita a documentação que prova que o governo dos EUA utilizou suas agências de propaganda contra Cuba: Rádio e Tevê Martí, como ponta de lança para a manipulação do processo contra os Cinco e de forma secreta pagou importantes somas de dinheiro a 84 jornalistas dessa cidade, para que publicassem notícias e artigos e para que participassem de tertúlias na rádio e na televisão, com o objetivo de difamá-los e influir no júri que, finalmente, os condenou.

A missão desses jornalistas era transmitir mensagens apoiando os argumentos do governo no julgamento e criar um ambiente de histeria e de ódio irracional.

Os advogados e investigadores provaram como nos meios locais de Miami foram convocadas, inclusive, manifestações públicas diante do lugar onde se reunia a defesa e acossaram os supostos membros do júri, durante a fase anterior ao julgamento, perseguindo-os pelas ruas com câmeras e filmando suas licenças de motoristas e mostrando-as na televisão.

Existem denúncias de que os meios tiveram um papel muito mais ativo durante o julgamento, que se efetuou entre os anos 2000 e 2001, para demonizá-los.

Durante os 194 dias que durou o julgamento, somente nos jornais The Miami Herald e El Nuevo Herald, apareceram mais de mil materiais, uns cinco cada dia.

No site Reporters for Hire (repórteres de aluguer) foram publicadas 2.200 páginas de contratos e documentos que demonstravam que o governo dos EUA pagou a esses jornalistas.

Revendo alguns títulos dos materiais publicados nesses meses constata-se essa campanha de fogo:

-São traidores, devem ser punidos severamente.

-Espião considerou recrutar empregados de base aérea.

-Rede de espionagem cubana ataca segurança nacional.

-Possível aliança com o terrorismo. A surpreendente ofensiva contra uma suposta rede de espiões cubanos em Miami poderia ser uma ação destinada a prevenir uma possível colaboração do governo de Cuba com países envolvidos em ações terroristas contra os Estados Unidos.

-Os advogados são bem conhecidos nos círculos judiciais locais. Têm ganho milhares de dólares defendendo narcotraficantes, ladros, mafiosos, sequestradores, motociclistas violentos e militares corruptos...

-Espiões planejavam sabotagens na Flórida. Os supostos espiões de Havana planejavam realizar atos de sabotagens em instalações aéreas da Flórida, revelou a procuradoria geral numa corte de Miami. A acusação agrava a situação dum caso que tem atraído a atenção e a imaginação do exílio cubano.

- A procuradoria teme que Cuba controle o julgamento dos espiões. O governo de Cuba pretende manipular o julgamento contra cinco supostos espiões, tentando fechar o caso com "uma versão arranjada", afirmou em Miami a principal representante da procuradoria.

-Medo de integrar júri de espiões. O medo de uma reação violenta por parte do exílio cubano se o júri decide absolver os cinco homens acusados de espiar para o regime da Ilha, tem levado a muitos candidatos a solicitar da juíza que os escuse do dever cívico.

"Para ser sincero, senhoria, espero que minha participação no júri não tenha impacto nos meus negócios", declarou um vice-presidente de uma importante entidade bancária da área metropolitana da cidade.

Quando a juíza Joan A. Lenard pediu-lhe para esclarecer, Jesse Lawhome Jr. indicou que temia que um veredicto absolutório dos acusados prejudicasse seu negócio, porque "tenho relações com membros da comunidade hispana que têm opiniões contra sobre o tema".

Ficou demonstrado nas audiências para a seleção do júri que nenhuma das 164 pessoas selecionadas como candidatos, examinadas ante a juíza, no processo de perguntas das partes, admitiu publicamente ter uma impressão favorável de Cuba. Os três aspirantes que opinaram com certo ar de equilíbrio foram vetados pela procuradoria.

-A KGB tinha instruções para a defesa dos espiões.

-A procuradoria teme de uma conspiração contra no julgamento.

-Juiz impede que ponham o exílio no banco dos réus.

Existem argumentos suficientes para falar sobre as luxúrias da mídia de Miami, contudo, vejamos três exemplos publicados em setembro de 2001:

Cuba utilizou alucinógenos para treinar seus espiões. Um ex-agente afirma que Cuba empregou técnicas de hipnose em seus espiões. Consistia no uso de drogas para explorar a possibilidade de "dominar as mentes a longa distância".

O governo cubano treinou os tubarões que há pouco atacaram banhistas na costa leste dos Estados Unidos. Foram treinados na Ilha de Pinos.

O vírus do Nilo detectado em cidades dos Estados Unidos foi enviado de Cuba para inabilitar os soldados norte-americanos na Flórida. O artigo, "O vírus do Nilo prolifera nas bases militares", que inclui um mapa do estado mostrando onde estão as bases, cita dois "professores" emigrados que alegam que os iraquianos enviaram amostras do vírus a Havana e que os cubanos poderiam ter infectado as aves migratórias "antes de retornar aos estados Unidos".

A grande imprensa norte-americana fez e faz silêncio total sobre esta injustiça, e continua imperando esta opinião de escárnio com que têm apresentado e continuam apresentando nossos heróis.

Duas prisões perpétuas para um espião cubano. O chefe do bando passará o resto de sua vida numa prisão federal. (Isso disseram sobre Gerardo Hernández, em dezembro de 2001).

Retorna a Cuba segundo dos cinco espiões. O espião Fernando González, um dos cinco agentes da inteligência de Castro julgados nos EUA em 2001 foi libertado após cumprir sua condenação (Esta foi a notícia de 1º de março de 2014).

Como disse numa mesa-redonda da televisão cubana, em agosto de 2006, esse lutador pela verdade e a justiça, o destacado advogado Leonard Weinglass, "as decisões contraditórias sobre o caso dos Cinco demonstram que é impossível ver o assunto do ponto de vista legal e em termos da lei norte-americana, porque se trata dum julgamento essencialmente político e, em particular, da política dos Estados Unidos contra Cuba".

Weinglass disse aos cubanos confiar em que os Cinco serão libertados. "Os Estados Unidos não podem ser cúmplices dum crime e ao mesmo tempo julgar as pessoas que se opõem. Não se pode apoiar uma guerra contra Cuba e ao mesmo tempo julgar a quem tentam se opor a ela".

(Intervenção do autor na Audiência Parlamentar sobre os Cinco em 5 de maio de 2014)
 

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